Julia tenta focar nos estudos, mas o desejo fala mais alto — entre caronas quentes, aulas frustradas e a beleza hipnótica da professora Diana.
Capítulo 31
Depois daquele dia, as coisas ficaram puxadas pra mim. Uma correria danada com os estudos, pressão de todo lado. Eu ainda me encontrava com o moço do ônibus quando dava — o que era quase nunca, porque ele também andava ocupado e a gente se via no meio da correria. Tava ajudando a mãe dele, trabalhando, sei lá… ocupado.
Eu, por minha vez, precisava focar. O Pedro também não ajudava. Ele só queria putaria, nada sério. Ficou viciado, sabe? Toda hora querendo mais, como se eu fosse brinquedo. Teve uma hora que eu precisei pisar no freio, porque ele tava passando do ponto, ficando abusado mesmo.
Me arrependia de ter vagabundeado tanto no mês anterior. Agora era vestibular ou nada. A cabeça já tava começando a doer de tanta pressão e culpa.
Minha mãe, vendo que eu tava começando a surtar, conseguiu pagar uma moça pra me ajudar com as matérias. Ela era mais velha que eu, já tinha terminado a faculdade, mas tava sem trampo fixo. Fazia uns bicos dando aula particular pra pagar as contas. O nome dela era Diana — esqueci de falar isso. E, olha… ela parecia saída de propaganda de shampoo: loira, magra, alta, com uma beleza que fazia qualquer um virar o pescoço na rua. Tinha tudo pra ser modelo.
Nessa época, o moço do ônibus — que já nem era mais “do ônibus”, porque tava com carro — me pegava em casa e me deixava na esquina da casa da Diana. Eles moravam no mesmo bairro. Era prático. E a gente aproveitava o caminho. Dava uns peguinhas no carro mesmo, estacionado ali na rua dele, que era deserta. Depois eu entrava para aula fingindo que minha cabeça tava focada em equação do segundo grau.
Só que nesse dia específico… foi foda, viu.
Eu me arrumando, atrasada, e minha mãe gritando no meu ouvido, querendo saber por que diabos eu só usava vestido quando ia encontrar com ele. Eu tava puta porque eu não tinha lavado nenhum, e eu não tinha nada pra pôr. A briga começou por causa da roupa, mas aí ficou genérica a coisa.
Claro que eu usava vestido pra facilitar minha vida, né. Não sou idiota. Mas não dava pra falar isso.
Acabei pegando uma saia jeans que eu detestava, daquelas duras, que sobe, enrola, aperta a barriga e parece que foi feita pra tortura feminina. Saí bufando, ignorei minha mãe me chamando da cozinha, e fui direto pra frente da casa esperar ele me buscar.
Ele chegou no horário, como sempre. Entrar no carro dele era tipo respirar alívio. Pelo menos ali, ninguém me enchia o saco.
— Cara, minha mãe tá um saco, viu! — falei já jogando a mochila no banco de trás.
— O que houve? Ué… tá de saia? Nunca te vi de saia…
— Eu não tinha vestido limpo. E ela maldou que eu só te vejo de vestido. — revirei os olhos. — E não fala de saia não, que eu odeio essa bosta.
— Por quê? Você fica bonita com qualquer coisa. E além do mais… olha…
Ele nem terminou a frase. A mão dele veio direto, sem nem olhar pra mim. Focava no trânsito como se nada estivesse acontecendo, mas os dedos já tinham deslizado pro meio das minhas pernas, por cima da calcinha. Foi leve no começo. Aquele carinho lento, de quem conhece o caminho e vai só esquentando o corpo.
— O senhor é muito safado, vai me deixar toda melada.
Falei isso e já fui abrindo as pernas, puxando a saia pra cima. Quem eu tava enganando? Já tava escorrendo fazia tempo.
— Então é melhor tirar essa calcinha. — ele falou com a voz rouca, ainda com os olhos na rua.
Aquilo era normal pra mim. Tão comum quanto dar bom dia. Às vezes eu nem saía de casa com calcinha. Achava um saco ficar com a calcinha babada o dia inteiro. E eu sempre fui daquele tipo… que parece que tem uma fábrica de cola de isopor no meio das pernas. Bastava uma coisinha, e pronto. Escorria.
Enquanto ele dirigia, eu mesma puxei a calcinha pro lado, deixando a parte molhada grudar no banco. A mão dele aproveitou. Entrou com mais vontade. Os dedos dele sabiam o caminho, vinham direto no ponto, roçando no grelinho de leve, depois fazendo círculos, depois parando, só pra me deixar doida.
— Você me deixa cheia de tesão, e depois eu tenho aula de biologia. Não presto atenção em nada. — murmurei, tentando manter a voz estável enquanto o quadril já se mexia sozinho. — E você… arrumou um lugar pra gente?
Desde o dia da lavanderia, a gente não fazia direito. Já tinha passado quase duas semanas. Eu tava doida pra dar como gente. E ele também andava liso, gastando tudo naquele carro, enchendo de peça idiota que brilhava mas não levava pra lugar nenhum.
— Sim… sábado agora eu vou te levar num motelzinho. O que acha?
— Hummm… parece legal. Nunca fui em um.
A ideia me pegou de jeito. Imagina… dar numa cama, com espelho no teto, me vendo sendo comida? O sorriso veio na hora. De orelha a orelha. A buceta cuspiu fogo. Me abri ainda mais pra ele, escancarada no banco do carona, sentindo os dedos brincarem comigo como se fossem meus.
A rua seguia em volta da gente, gente passando, ônibus, moto, vendedor de fruta. E eu ali… com a respiração presa, tentando não gemer alto. Ele olhava pra frente, mas de vez em quando espiava pelo retrovisor e dava aquele sorriso de canto de boca, como se soubesse exatamente o que tava fazendo comigo.
Os dedos continuavam. Um pouco mais rápidos agora. A palma da mão pressionava o osso da minha virilha e os dedos deslizavam pelo grelinho, molhados, quentes, certos. A cada curva, o banco vibrava e ajudava. Eu tava quase. Faltava muito pouco. O tipo de quase que dói.
Mas ele parou.
Tirou a mão devagar, olhou pra mim e lambeu os próprios dedos, ainda com uma expressão calma, como se nada tivesse acontecido.
— Vai chegar suada na aula de hoje.
Eu engoli em seco. Não sabia se xingava ou agradecia. Porque eu tava ali, trêmula, com o grelo pulsando e a calcinha grudada no banco, sem gozar, mas completamente viva.
— Uai, por que você nunca me deixa na porta da casa dela?
— Tem um cara nessa rua que eu não gosto dele, prefiro evitar…
Eu perguntei quem era e ele falou um nome qualquer, e depois contou uma história. Eu acreditei, mas como estava atrasada, arrumei a calcinha dei um beijo nele e sai às pressas para minha aula sem me preocupar mais com isso.
No apartamento, minha professora Diana parecia que tinha acabado de acordar. Me recebeu com cara de sono, cabelo bagunçado e um camisão velho cobrindo até o meio das coxas. E o ar-condicionado devia ter ficado ligado a noite inteira, porque os peitos dela estavam com os bicos duros, marcando por baixo da blusa.
— Tia, o farol tá aceso!
Que diabos. Eu nem tinha intimidade com ela e já solto uma dessas. Mas ela só riu, de boa, e coçou os mamilos por cima do pano, daquele jeito automático que a gente faz quando quer disfarçar sem sucesso nenhum.
— Besta… entra aí, tudo bem? Vou escovar os dentes, vai pra mesa.
Fui andando até a mesa ainda sentindo o melado grudando na calcinha. A frustração ainda quente no corpo, era como se eu ainda sentisse o dedo dele na minha pele. O pior tipo de tesão é esse que para no meio. Eu tava cheia, pulsando por dentro, e agora tinha que fingir que tava interessada em biologia.
Me sentei na mesa, espalhei os livros e cadernos, mas nem percebi que tava jogando tudo torto, com raiva. A cabeça longe, longe mesmo.
— JUUULIAAAAA! — ela gritou de algum cômodo da casa.
Me levantei no susto.
— OOOIII! — gritei de volta. Pobre grita assim mesmo.
— PEGA PAPEL PRA MIM NA DESPENSA?
Fui até a tal despensa, procurei nos armários e achei um rolo de papel. Caminhei até o banheiro e bati de leve na porta.
— Pode entrar, tô só fazendo xixi.
Abri devagar. Ela tava sentada no vaso, com a blusa enrolada num nó na barriga, as coxas coladas e uma expressão entre o sono e a vergonha. O rosto meio amassado, sem maquiagem, e ainda assim linda. Linda de um jeito absurdo.
Entreguei o rolo, mas não saí. Fiquei parada, aproveitando pra olhar mais um pouco. O corpo era coisa de cinema. Coxas firmes, quadril largo, a barriga sequinha. E o rosto… o rosto parecia inventado.
— Desculpa… essa meleca acabou. Lavei o banheiro ontem, joguei água nos rolos que estavam aqui sem querer e esqueci de colocar mais no lugar.
— Acontece. Tu tá com cara de mal dormida, professora…
— Fui dormir eram quase oito da manhã.
— Por quê?
— Deixa de ser enxerida, garota. — ela respondeu com aquele sorriso safado, meio querendo brincar, meio querendo mudar de assunto.
— Agora fala. Tô curiosa.
— Tava com visitas…
— Eeeee! Tava dando né!?
Meu Deus, eu fiz de novo. Falei e me arrependi na hora. Eu não tinha intimidade nem pra estar no banheiro com ela, muito menos pra soltar esse tipo de coisa.
— Ai… ai… — ela suspirou, rindo com aquela cara de quem foi pega no flagra. Desenrolou o papel e se secou sem cerimônia nenhuma. Eu ainda dei uma esticada, querendo ver mais, mas não podia dar muito na cara. No fim, não vi nada direito…
— Você fica dolorida depois? — fiz a pergunta mais aleatória que veio na minha cabeça.
— De transar, você fala?
— Aham.
— Às vezes sim, quando exagero ou fico muito tempo… mas às vezes é acidente mesmo, pega de mau jeito…
— Eu fiquei assim da última vez. Fiquei uns três dias doendo…
Ela me olhou com uma cara que misturava julgamento e dúvida. Devia estar se perguntando se era pra compartilhar essas coisas comigo. Afinal, era minha professora. Mas eu precisava falar com alguém. Só não tive coragem de dizer que dei pra três no mesmo dia — aquilo ela não tava pronta pra ouvir.
— Tem que ir no ginecologista, amor… — ela falou enquanto segurava a barra da blusa, meio que me dando um aviso que ia ficar pelada a seguir. — Eu vou tomar um banho, você espera um pouco mais?
— Ahn… tá. Eu vou pra sala então…
— Pode ficar aí, se quiser. Não tenho frescura, não.
Na minha cabeça só vinha: “Julinha, contenha esse sorriso e para de tarar a mulher!” Mas foi impossível. Quando ela tirou a blusa, eu vi tudo. Ela era uma falsa magra. Corpo mais perfeito que eu já tinha visto ao vivo. A bunda era redonda, empinada, sem uma marca — nada de estria, cicatriz, nem sombra de celulite.
O peito parecia de pedra, bicudo e alto, tipo peito de adolescente. A barriga era pra dentro, com covinha nas laterais, e a perereca… lisinha. Nem sinal de pelo. Nem parecia que um dia houve um ali. E, uma rachinha perfeita, parecia boneca, não tinha nem linguinha para fora que nem eu!
Eu nem percebia, mas tava com a cara toda entregue. Tesão estampado. Me toquei quando senti meu lábio doer de tanto morder a boca.
— Tá tudo bem, Julia?
— Tá sim, Di… só me distraí. Mas me conta… foi boa a noite?
— Foi, menina. Ele é ótimo… olha… que pegada!
— Homem com pegada é bom demais, né?