Capítulo 36
Fiquei encarando ela, tentando achar alguma frase genial que fizesse ela largar de frescura e meter a boca logo na minha buceta. Mas minha cabeça tava uma zona e nada de útil apareceu.
— Prima… troca uma chupadinha por um chocolate?
— Ah não, Julia! Se um dia eu virar puta, espero cobrar mais que um chocolate, né? — Ela riu, debochada. — Mas… qual chocolate, só pra saber?
— Eu tenho um bombom na mochila.
— Um bombom? Tá de sacanagem, né? Tem que ser pelo menos uma barra!
Eu sabia que ela vivia reclamando de dor na coxa, aí tentei jogar essa.
— Eu faço massagem na sua coxa.
— Tá louca? Tu é uma porca. Começa na coxa e termina com o dedo enfiado na minha buceta. Não deixo nem tu chegar perto quando tu tá no cio, garota!
— Porra, Mariana! Me ajuda aí, poxa!
— Eu não quero, já falei! Vamos só ficar deitadinha aqui, no beijinho.
Suspirei fundo e tentei mais uma.
— Já sei… deixo tu dormir em cima de mim, barriga com barriga. Dizem que é bom pra cólica.
Ela ficou um tempo calada, com aquela cara de quem tava calculando o valor da proposta.
— Tá… agora estamos começando a negociar. Mas quero isso, mais o bombom… e você não encosta nas minhas tetas.
— Nem quero! Essas tetas murchas aí…
— Ah sua escrota! Vive querendo apertar!
A gente caiu na risada. A verdade é que ela queria, sempre queria. Só que nesses dias a gente fica estranha. Eu fico no cio, com vontade de chorar e de dar ao mesmo tempo. Ela fica arisca, querendo morder o mundo. Não sei como ainda não me deu um soco de verdade. Mas por algum milagre, a gente sempre se acerta.
— Tá bom, Julinha… você venceu. Mas pode ser depois que eu comer alguma coisa? — Mariana cedeu, fazendo charme.
— Pode, tá cedo ainda. Minha mãe deve querer dar o sermão dela antes de ir dormir.
Fomos as duas pra cozinha caçar comida. Lá em casa, janta era missão solo: revirar panela, esquentar no micro-ondas e comer o que tivesse — sem sujar o fogão, senão minha mãe bufava. Quando entramos, meu padrasto tava sentado mastigando alguma gororoba e já soltou uma das dele:
— Então quer dizer que o namoradinho vem amanhã? Vai pedir minha bênção?
— Não, ele não vai pedir nada. E você não é meu pai. Só se comporta, por favor.
Ele riu, todo folgado, como se meu alerta fosse divertido para ele. Minha mãe até tentou fazer cara feia, mas tava segurando o riso. A gente foi direto pras panelas, raspei o arroz, ela pegou o frango frio e nos sentamos na mesa.
— Que horas ele vem, filha? — minha mãe perguntou, fingindo que era só curiosidade.
— Umas oito, quando sair do trabalho. Mas ó, eu não falei nada de conversa, tá? Então sem interrogatório, pelo amor de Deus.
— É, tia… se ele comentar alguma coisa de bingo, diz que a senhora desistiu no último minuto, tá? — Mariana entrou na conversa com um sorriso safado.
— Mariana! — quase cuspi o arroz.
— Como assim, Júlia? Que história é essa de bingo agora? — minha mãe já tava entortando a sobrancelha.
E eu ali, com a colher parada no meio do caminho, pensando em que mentira ia inventar pra não entregar o plano inteiro.
— Tia, a burra aqui foi dizer que a senhora queria “conversar sério” com ele… — Mariana começou, já jogando no ventilador — Aí o menino gelou, ficou todo cagado achando que ia ter que te pedir permissão pra alguma coisa. Aí a gente meteu essa história do bingo.
— Mas, meninas… — minha mãe já puxou o tom maternal — começar um relacionamento com mentira não é um bom sinal, viu?
— É isso aí. O sujeito tem que ser homem de assumir os compromissos dele — disse meu padrasto com a boca cheia de arroz, falando de boca aberta.
— Blá, blá, blá… — resmunguei, revirando os olhos e imitando ele com a colher na mão.
— Júlia! Olha o respeito! — minha mãe gritou comigo, ameaçando tacar o garfo em mim.
— Tia, calma, não é nada demais — Mariana tentou suavizar, mas com aquele tom de quem só piora. — É que ele achou que teria que pedir ela em namoro ou sei lá… e não é bem assim, né?
— Na verdade, eu só quero ver a cara do indivíduo que a Julinha anda se enfiando dentro do carro. — minha mãe mandou seca, sem nem piscar.
— Ele vai poder dormir aqui, mãe? — perguntei, como quem joga uma granada e observa.
Ela não olhou pra mim, só continuou mexendo no prato.
— Ué, filha… a sala é grande. Tem sempre um colchão. — falou com ironia e aquele sorrisinho torto que misturava sarcasmo e ameaça.
Ficamos em silêncio por uns segundos, só se ouvia o barulho do garfo batendo no prato e a Mariana tentando não rir alto.
Depois que jantamos, o novinho da minha mãe — aquele projeto de padrasto que vive se metendo onde não é chamado — voltou pro papo de antes, falando do trabalho dele com a empolgação de quem acha que alguém tá ouvindo. Eu e Mariana nem fingimos interesse. Mas eu sabia que o desgraçado ia aproveitar a deixa pra encher a cabeça da minha mãe de merda depois, como sempre fazia. Do tipo que dá opinião que ninguém pediu, como se tivesse moral pra isso.
Ele vira e mexe me lançava uns olhares esquisitos, daqueles que me davam vontade de arremessar um prato. Só que dessa vez eu tava toda empacotada, de pano até o dedão do pé — não tinha decote, shortinho, nem nada que ele pudesse babar. Mesmo assim, eu sabia que no fundo ele se mordia. E amanhã, se soubesse que o garoto vinha, ia querer bancar o dono da casa, o pai que ele não era. Um saco.
Depois da janta, Mariana e eu cuidamos da louça. Cada uma lavou metade, revezamos banho, dentinhos escovados, roupinha de dormir, as duas lindas, limpinhas e cheirosas… Fomos pro quarto.
E ela parecia mesmo ter esquecido do nosso trato. Entrou no quarto secando o cabelo toda tranquila, como se o mundo estivesse em paz e ninguém tivesse uma promessa de chupada pendente. Mas eu entrei atrás, fechei a porta com aquele estalo firme e travei a maçaneta com gosto. Fui tirando a parte de baixo do pijama rindo como uma safada, pronta pra atacar.
O tesão que eu tava sentindo não era brincadeira. Desde o carro, com aquele clima tenso, até Diana pelada na minha frente — aquilo tudo me deixou ligada no 220. E mesmo depois da siririca gloriosa que bati no banheiro da professora, o fogo não passou. Só aumentou.
Ela me olhou assustada, e eu senti que foi de verdade, não era teatro.
— Garota… eu tô com medo do que você tá se tornando — ela falou, ainda com a toalha pendurada num dos ombros.
Mas mesmo dizendo isso, ela ria. Aquele riso nervoso, meio debochado, meio “puta que pariu, lá vem ela”.
Me aproximei como bicho faminto, e ela recuou até bater na beirada da cama. Não tinha mais pra onde ir. Eu agarrei ela pela cintura e puxei de uma vez, colando nossos corpos. Nossos olhos se cruzaram só por um segundo, o suficiente pra ela entender que eu não tava ali pra joguinho. E então eu beijei.
No começo ela ainda ria contra a minha boca, fazendo beicinho e tentando escapar, empurrando de leve meu ombro com a palma da mão. Mas eu não deixava ela fugir. O beijo era lento, provocante, daqueles que exploram. Fui abrindo espaço entre os lábios dela, a língua entrando suave, encontrando a dela ali, quente, viva. O riso virou suspiro. A mão que empurrava virou apoio no meu braço. E então, como se algo tivesse destravado dentro dela, Mariana parou de resistir.
O beijo ficou molhado, urgente. Ela puxava meu cabelo, me apertava mais contra ela, como se quisesse me engolir. Eu gemia baixinho, provocando, roçando meu corpo meio nu no dela. Sentia o calor entre as nossas peles crescer, a respiração ficando descompassada, o mundo inteiro se resumindo àquela cama, aquele quarto, aquele beijo.
No meio daquele beijo que já tava quente demais pra ser só beijo, senti a mão da Mariana descendo. Lenta. Segura. Como quem já tinha decidido que não ia escapar dessa vez. Ela escorregou os dedos pela minha barriga até chegar entre as minhas pernas, e eu já tava aberta, entregue, escorrendo.
— Tu tá peluda, que horrível Julia… — ela sussurrou contra a minha boca, sorrindo, como se tivesse pego um segredo.
— Pelo menos eu posso usar a minha, você não. — gemi no ouvido dela, a voz rouca de tanto tesão.
Ela passou os dedos com carinho, tocando meu clitóris inchado como quem acaricia um botão proibido. A primeira passada já me fez tremer inteira. O beijo parou por um segundo, só pra ela ver minha cara de prazer. Eu tava derretendo, as pernas meio bambas, me segurando nela pra não cair.
— Isso tudo é por causa da professora, é? — ela perguntou debochada, começando a desenhar círculos com os dedos, bem devagar.
— Cala a boca… concentra, vai, por favor… — implorei, esfregando meu quadril contra a mão dela, buscando mais.
Ela me beijou de novo, agora com força, e começou a dedar. Um dedo, depois dois, entrando com facilidade. Eu molhada, quente, latejando em volta dos toques dela. Mariana sabia o que fazia, sabia o meu ritmo, o jeito que eu gemia quando tava quase lá.
E eu já tava quase lá.
Ela se concentrou no meu ponto, mexendo os dedos com precisão, sentindo minha buceta pulsar e apertar, o corpo reagindo com espasmos de prazer. Cada enfiada me fazia querer gritar, cada movimento me empurrava mais pra beira do abismo.
— Vai, Julinha… goza pra mim — ela sussurrou no meu ouvido, e foi como apertar um botão.
Meu corpo travou, a respiração sumiu por um segundo, e o gozo veio forte, quente, arrebatador. Me contorci nos braços dela, as pernas tremendo, a cabeça tombando no ombro, gemendo alto sem vergonha nenhuma.
Fiquei ali, mole, meio rindo, meio ofegante.
— Satisfeita? — ela perguntou, lambendo os dedos devagar.
— Não o trato era chupada e não dedada — falei com um sorriso torto.
Eu ainda tava me recompondo da primeira gozada que ela me deu, líquido escorrendo entre as pernas brilhando, o peito subindo e descendo rápido, e eu ali, ainda em pé, sentindo as pernas bambas e o coração martelando no ouvido.
Mas não tinha acabado.
— Fica quieta. — falei, minha voz mais grave, mais suja do que antes.
Empurrei Mariana de novo, dessa vez com o corpo inteiro. Ela caiu de costas na cama com um gemido surpreso. Montei em cima dela, com a buceta escorrendo e letejando.
Me ajoelhei sobre o rosto dela, segurando nos ombros, sentindo minha respiração presa na garganta. Olhei dentro dos olhos dela por um segundo. Ela ia falar alguma coisa, mas eu já tava descendo.
Encostei minha buceta direto na boca dela. Molhada. Latejando. E comecei a esfregar. Primeiro devagar, sentindo a boca dela se moldar no meu clitóris, o calor da respiração dela me fazendo arrepiar inteira.
Ela gemeu contra mim, e a vibração me atravessou inteira.
— Isso, porra… me chupa… — gemi baixo, rebolando contra os lábios dela, com os olhos fechados e a cabeça tombada pra trás.
O quarto girava em volta do nosso calor. Mariana me segurou pela cintura, firme, e começou a usar a língua, primeiro provocando, depois sugando com vontade, me puxando mais pra ela, me engolindo de baixo pra cima.
— Ai… ai caralho… — soltei, já fora de mim, o quadril indo sozinho, se movimentando em círculos desesperados.
O som da minha buceta molhada se esfregando na cara dela era indecente de tão obsceno. E eu queria mais. Cavalguei nela com força, gemendo alto, o corpo inteiro rebolando como se estivesse possuído.
Ela lambia tudo. Sem parar.
— Vai, prima… assim mesmo… — sussurrei entre gemidos, quase chorando, agarrando o cabelo dela e puxando, sentindo a língua dela desenhar meu prazer.
E então veio. O gozo.
Veio violento. Um tremor bruto, rasgando minhas entranhas, me fazendo perder o ar. Gozei gritando preso, me contorcendo em cima da cara dela, o corpo todo pulsando, as pernas tremendo como se não fossem minhas. Minha buceta espirrou quente na boca dela, escorrendo pelas coxas, um fluxo descontrolado de prazer que me desmontou por completo.
Despenquei pro lado, arfando como quem correu uma maratona no inferno. Mariana limpou a boca com as costas da mão, rindo, com aquele olhar de quem sabia exatamente o estrago que tinha feito.
— Puta que pariu, Julinha… tu mijou na minha boca?
— Eu não, tá maluca?
— Olha isso!
O rosto dela, parecia que tinha saído do banho, todo molhado. Em volta da cabeça o colchão tinha um jato de gotas, eu passei a mão e cheirei e não parecia xixi.
— Que porra é esse que saiu tanto dentro de mim?
Ela fez a mesma coisa, passando a mão no rosto, cheirando e provando.
— Caralho, tu teve um squirt! Tava com tesão mesmo hein!
— Porra, nem me fala. Quer que eu tente tocar uma para você, só no sininho?
— Não, Julinha, nem vem, vai se limpar e vamos dormir, e você vai dormir em cima da minha barriga.
Eu ri e me deitei do lado dela, ainda pelada e escorrendo, satisfeita por ter a melhor prima do mundo. Mesmo preocupada com a possibilidade de ser rejeitada pelo moço do ônibus amanhã, eu estava feliz.
E dormimos.