Capítulo 37
Na quinta de manhã, desci pra cozinha com a cara toda amarrotada e a buceta vibrando da noite anterior. Mariana já tinha saído — o cursinho dela era longe, tinha que tomar dois ônibus para chegar e ainda cheia de cólicas. Coitada. Ela levantou mais cedo que eu e foi embora sem se despedir para não me acordar.
Na cozinha, tudo no esquema: pão dormido, café fresco e… o mala.
Sentado na mesa como se fosse o dono da porra toda. O novinho da minha mãe.
Ele era mais novo que ela, mas tinha idade pra ser meu pai tranquilo. Inteirão, barriguinha chapada, dente branco, aquela vibe de quem faz caminhada de manhã e compra suplemento com nome em inglês. E minha mãe? Ela era impressionante, parecia ter um pacto ou dormia em formol, certeza. Todo mundo achava eles lindos. Menos eu.
Ele ficava me olhando quando eu estava com roupa de dormir e eu fui dar ideia para ele, e piorou quando ele me pegou tocando siririca no quarto.
E eu?
Burra, burra, burra. Fui lá e dei corda. Brinquei de fogo. Agora ele não saia mais do meu pé.
Entrei na cozinha, de short velho e sem sutiã, e o filho da puta já mandou a gracinha:
— Bom dia, flor do dia.
Fiz que não ouvi. Peguei a caneca com tanto ranço que dava pra passar no pão no lugar da manteiga.
— Bom dia. — cuspi a palavra como se fosse caro falar com ele.
Ele nem disfarçou. Ficou me olhando de cima abaixo como se estivesse me comendo com os olhos.
— Seu namorado vai vir mesmo hoje?
Eu parei com a mão no pote de margarina e olhei pra ele por cima do ombro.
— Tu não espera nem eu tomar meu café e já começa a encher meu saco?
Ele deu aquele sorrisinho que me dava vontade de jogar café quente na cara dele.
— Eu não falei com ele hoje, tá cedo ainda. E por favor, vou pedir de novo, não fica aporrinhando o coitado.
Ele nem piscou. Só girou a colher dentro do copo e largou como quem joga isca:
— Pode deixar… mas você faz um trato comigo?
Eu parei no meio do gole. Olhei pra ele de lado, já com a pulga atrás da orelha.
— Fala. Qual o trato?
— Você me manda uma fotinho sua… e eu viro o cara mais maneiro do mundo. Faço até a cabeça da sua mãe pra deixar ele dormir aqui, se quiser.
— Foto? Que foto? — saiu automático. Meu tom foi de desconfiança, mas no fundo eu sabia.
Ele me encarou com aquele olhar nojento que homem faz.
— Uma foto do tipo que eu te mandei.
Filho da puta.
A imagem veio na hora. Aquela maldita foto que ele me mandou uma vez . Pau duro, segurando com a mão, com a luz da janela batendo em cima como se fosse alguma obra divina. O que eu fiz quando eu via a foto? Curti. Curti a porra da foto.
E agora ele tava de volta, pedindo o troco.
Tentei ficar séria. Juro. Mas meu rosto me entregou e eu deixei escapar um riso torto, aquele riso que só sai quando a buceta pisca.
Eu sou muito piranha.
Ele me incomodava, mas eu gostava. O assédio dele me deixava quente. Eu podia dizer que era nojento, que era errado — e era mesmo — mas o jeito que ele me olhava, às vezes, me desmontava. Parecia que via por baixo da minha roupa.
— Vou pensar. — falei, mordendo o lábio sem perceber.
Ele sorriu, como se tivesse ganhado. E fui tocar o meu dia.
O dia foi corrido e eu cheguei em casa moída. Troquei umas mensagens com o moço e o coitado tava vindo todo empolgado pra minha armadilha sem nem desconfiar, ele achava que estaria sozinho comigo. Ainda tava meio bolada com aquele jeito sem graça dele sobre a história de namoro, mas fazer o quê? Minha mãe ia começar a encrencar se ele não aparecesse aqui em casa logo.
Ele ia chegar por volta das oito. Ainda faltava mais de uma hora, então fui direto pro banho. Tirei a roupa e dei aquela encarada básica no espelho. Eu tava peluda. A Diana tinha dito pra deixar crescer um pouco antes de depilar com cera, mas puta que pariu… tava feinha.
Sentei no vaso com a toalha nas costas e, não sei por quê, comecei a lembrar da história do meu padrasto. A curiosidade bateu: será que a foto ainda tava no celular?
Corri os dedos na galeria até a pasta oculta. Era lá que eu guardava os segredos. Tava virando quase uma curadoria de rolas. Tinha do Matheus, uma do Pedro que eu mesma tirei, e no fim… a dele.
Dei risada da minha própria safadeza, chequei a tranca da porta mais uma vez, abaixei a tampa do vaso e me sentei, abrindo as pernas com um sorrisinho besta no rosto.
Encostei o celular na perna de novo e abri a foto. A tela brilhando, aquela rola absurda estampada, cheia de veias, latejando. Passei a ponta do dedo na minha coxa, fui subindo, roçando de leve, como se meu corpo já soubesse o caminho.
A primeira encostada no grelo me fez suspirar. Tava molhada demais. Deslizei com facilidade. O corpo inteiro tremeu, como se estivesse esperando por aquilo desde que a foto apareceu.
Fechei os olhos.
Na minha cabeça, ele tava ali. Em pé, encostado na porta do banheiro, segurando aquele pau enorme apontado pra mim, sorrindo como quem sabe exatamente o que faz. Me olhava com aquele olhar de tesão que sempre faz quando me vê com roupa de dormir. Eu, ali sentada, de pernas para ele sem vergonha nenhuma.
Na fantasia, eu dizia:
— Isso aí não entra em mim, não.
E ele sorria de canto.
— Entra sim. Vai entrar tudinho.
E só de imaginar aquela rola tentando me invadir, forçando a entrada, fazendo minha buceta abrir até o limite, meu corpo tremeu. A sensação era de estar sendo rasgada devagar, sentindo cada centímetro forçar caminho dentro de mim. O prazer misturado com dor. O medo misturado com desejo.
Apertei mais o dedo, escorregando pra dentro, um só. Depois dois.
A mente já tava longe. Já tava nele me segurando pela cintura, me empurrando devagar, dizendo pra eu relaxar, que ele ia entrar todo, que ia me ensinar a aguentar. E eu dizia que não cabia, que ia rasgar. E isso… isso me deixava completamente maluca.
Ajeitei melhor na tampa do vaso, escancarando mais as pernas, roçando com firmeza. O som molhado me deixou mais acesa ainda. Cada vez que eu passava o dedo pelo clitóris, via flashes da cabeça do pau dele tentando forçar entrada, aquela pele esticada, aquela rola gorda me dominando.
Comecei a gemer baixinho. Aqueles gemidos que a gente solta quando tá sozinha e não precisa fingir nada.
Me toquei mais rápido, sentindo o corpo inteiro se contrair. O espelho do banheiro embaçado, meu peito arfando, a pele quente. E o pensamento fixo: não cabe… não cabe… não cabe… e mesmo assim, eu queria tentar enfiar tudo. E claro, cabia facilmente.
O orgasmo veio forte, sacudido, como se eu tivesse gozado o peso inteiro daquela fantasia suja que não saía da minha cabeça. Fiquei ali parada, ofegante, sentindo o suor escorrer devagar entre os peitos, ouvindo só o barulho do meu próprio coração batendo dentro do banheiro.
Quando abri os olhos, a tela ainda tava ali. A rola brilhando, dura, me querendo.
Olhei de novo pra foto e ri da minha própria arte. Imaginando o que as pessoas pensariam se soubessem o que passava na minha cabeça. Foi aí que eu decidi.
Ajustei a câmera do telefone, ainda com a buceta peluda e toda melada, abri o máximo que consegui com os dedos — sem vergonha — e tirei a foto. Uma só e bem nítida.
Nem pensei duas vezes.
Anexei à mensagem. Cliquei em enviar.
Dei risada. Uma risada nervosa, daquelas que vêm quando a gente já sabe que fez merda…
Sou muito filha da puta, gozei pensando no namorado da minha mãe — e ainda mandei a foto pra ele.
E o pior?
Eu estava começando a ficar obcecada com a ideia de que aquela rola caberia em mim.
Toda. Até o fim.