Capítulo 39#

Sequei meio rosto completamente sem graça e dei tempo pra ele se controlar e voltar ao normal. Mariana só me olhava, rindo com aquela cara de assanhada. Ela queria me falar alguma coisa, dava pra ver, mas não queria soltar na frente dele.

Isso já tinha rolado antes. Teve uma vez que ela entrou no quarto e disse que queria ver eu e o Pedro transando. Até hoje eu não sei se ela queria empatar a minha foda ou se queria mesmo ver. Só sei que, como uma imbecil, eu fiz uma babaquice com ela, e aí ela ficou puta. Também, né? Foi abrir o bocão como sempre e contou pro Pedro que a gente se pegava.

Quando foi a vez do moço ir ao banheiro, Mariana veio na minha direção igual um furacão, me puxando no corredor e cochichando:

— Prima, eu fiquei doida…

— Tu é muito assanhada — respondi rindo. — Tu viu, prima, o pau dele?

— Não, porque ele tava enfiado na sua boca, né?

As duas caíram na gargalhada.

— Sério. Tu viu?

— Não, prima. Tu tava tampando com o corpo, só vi um pedaço.

— Vou deixar você ver, tá?

Ela sorriu pra mim e me deu um estalinho na boca que me fez me afastar rápido, pra ninguém ver.

— Não faz isso, porra. A gente já combinou.

— Tá… que saco, não pode nem beijar os parentes de língua mais nessa casa.

Fiquei esperando ele sair do banheiro e Mariana foi pra cozinha rindo, toda espalhafatosa.

— TIAAAAA! A JULINHA NÃO QUER ME DEIXAR BEIJAR ELA DE LÍNGUA SÓ PORQUE TÁ COM O NAMORADO AÍ…

Eu ri da idiotice. Minha mãe, do jeito dela, entrou na brincadeira.

— JULINHA, TRATA SUA PRIMA DIREITO…

Fiquei imaginando o moço ouvindo isso lá de dentro. Devia estar achando que essa casa era um hospício de pervertido. E… talvez não estivesse errado. Na minha família, parece que esse tipo de loucura é até genética.

Sentamos na cozinha e comemos, rindo, tirando sarro um do outro, como se nada demais tivesse acontecido. O clima até tava gostoso, mesmo com a tensão no ar. Era óbvio que iam perguntar sobre namoro, e perguntaram mesmo. Mas foi leve, ele levou numa boa, nem ficou sem graça.

Eu queria que ele me assumisse logo. Namoro sério, sabe? Poder ter ele ali dentro de casa sem essa enrolação de “amizade colorida”, sem essa coisa de se pegar escondido pelos cantos. Mas minha mãe vivia dizendo que eu era muito nova pra isso. E eu não entendia — porque, ao mesmo tempo, ela fazia questão de querer conhecer ele, dar palpite, se meter. Vai entender cabeça de mãe…

Meu padrasto puxou papo de homem. O assunto preferido dele: carro. E claro, quis ver o carro do moço. Foram lá fora ver.

O carro… cafona. Todo tunado, parecia saído direto de um clipe de funk de 2010. Um Velozes e Furiosos versão pobre. E ainda por cima vivia sem gasolina. Mas ele achava o máximo.

Lá pelas dez da noite, minha mãe perguntou onde ele morava, deu uma de mãe, falou pra ele não voltar tarde porque tava perigoso, e foi pro quarto com o meu padrasto. “Deitar”… sei. A animação dele pra ir pro quarto tava nítida.

— Julinha, vamos continuar vendo clipe no YouTube? — Mariana soltou, toda inocente.

Demorei a entender o que ela queria. Mas logo saquei.

— Vamos… — respondi.

Subimos os três pro quarto.

A rotina você já conhece: Mariana direto pro computador, a gente na cama. Só que dessa vez ela não foi pro cantinho dela. Sentou na cama com a gente, sem ser convidada, com o celular na mão, como se fosse normal. Eu tava incomodada. Meu namorado, aparentemente, não.

— Eu tô de olho no senhor. Sossega, tá? — falei, olhando pra ele.

— Ele tá achando que vai me comer também, prima? — Mariana soltou, debochada.

Ri do desaforo. Mas já conheço Mariana demais pra me abalar.

— Olha a cara dele… com certeza tá! — respondi.

— Vocês parecem ser muito liberais… — disse ele, entre curioso e impressionado.

— Já mandei sossegar.

— É que você não viu a Carla… — ela soltou, meio do nada.

— Essa daí é perigosa mesmo. Jamais deixaria você no mesmo teto que ela — respondi rindo.

— Muuuuito puuuuta. — completou Mariana, gargalhando.

No meio da conversa, o assunto virou.

— Que horas você vai na Diana sábado? — ele perguntou.

— Eu não combinei com ela ainda… mas é de tardinha. — criei coragem e completei, já toda manhosa. — Tem como você me levar?

— Sábado eu tô enrolado, vou estar trabalhando, esqueceu?

— Verdade… — murmurei, mas não perdi a chance. — Mas tu não gosta de passar na rua dela, né? Disse que tinha um problema com um cara que mora lá. Quem é esse cara?

Na hora ele ficou estranho. Arredio. O corpo dele mudou, como se tivesse fechado de repente. A expressão travou.

— Você não conhece. Deixa isso pra lá.

Eu e Mariana nos entreolhamos na hora. Sacamos que tinha alguma merda ali, mas o assunto morreu por falta de coragem.

— Prima, sai da cama. Não cabe você aqui. — falei direto, sem paciência.

Ela se levantou rindo, reclamando como sempre, mas foi pro computador. Só que dessa vez se virou de frente pra gente, com a cara mais descarada do mundo. Sem nem fingir que não tava vendo.

Deitamos de frente um pro outro. Meu coração disparava e minha periquita tava pegando fogo. Se Mariana não estivesse ali, eu já estaria sentada nele fazia tempo, rebolando até ver estrela.

O beijo começou. Lento, quente, cheio de intenção. E ele engatou no ritmo, relaxado, como se não tivesse ninguém ali vendo.

As mãos desceram sem cerimônia. Ele meteu a mão por dentro da minha calcinha e eu mesma ajudei, abrindo espaço, me oferecendo. A outra mão dele já tava puxando a calça pra baixo, colocando o pau pra fora, ainda meia bomba — mas querendo crescer.

E cresceu. Só com a minha respiração quente no ouvido dele.

Os beijos foram ficando mais curtos, mais desesperados. Aquele tipo de beijo que não é mais pra demonstrar afeto — é só pra aliviar a pressão. Boca contra boca, dentes raspando, língua entrando como se quisesse arrancar tudo que o outro tem por dentro. Beijo de quem quer foder, não conversar.

A respiração dele tava descompassada, eu sentia o peito dele subir e descer como se tivesse corrido uma maratona. E o meu tava igual.

As mãos se encontraram no meio. A dele enfiada na minha calcinha, massageando meu grelo com o dedo do meio, firme e direto, sem rodeio. E a minha segurando o pau dele, já duro, quente, latejando na palma da minha mão.

Era um jogo silencioso. Nossos olhos se cruzavam às vezes, mas o foco era o prazer. A tensão. A vontade absurda de meter. A sensação de que qualquer movimento errado ia fazer a gente gozar ali mesmo, sem nem tirar a roupa.

Eu rebolava devagar contra os dedos dele, tentando controlar, mas tava difícil. Meus gemidos vinham curtos, entre os beijos, entre as mordidas. E ele também gemia baixo, contido, como se tentasse não chamar atenção — como se já não tivesse uma plateia sentada no quarto vendo tudo.

A cada movimento, eu sentia o pau dele pulsar mais forte. A cada dedo que ele enterrava mais fundo, minha mão apertava com mais vontade. E os dois… suados, tremendo, gemendo abafado um na boca do outro.

A gente continuava de frente um pro outro, colados, os corpos quentes demais pra ignorar. Ele puxou minha calcinha só até o meio da coxa, o suficiente pra deixar minha buceta exposta e molhada, implorando. O pau dele, duro, já roçava em mim fazia tempo, escorregando entre os meus lábios, batendo ali com a cabeça molhada, esfregando de leve, provocando.

Até que ele se encaixou. Não entrou de vez, só encostou, pressionando. A ponta ali, cutucando o meio, deslizando, ameaçando entrar. E eu, com as pernas coladas sem ter muito como abrir, gemendo baixinho e puxando ele mais pra perto.

Ele começou a se mover. Devagar. Com o pau só encostado na minha buceta, sarrando, como se estivesse dentro. E o mais louco? Eu sentia como se estivesse mesmo.

A cada estocada seca, o pau dele passava com força no meu clitóris e na entrada, e às vezes escorregava tanto que a cabeça afundava um pouquinho — só um pedaço — e depois saía. Eu mordia o lábio, apertava os lençóis, o quadril rebolando sozinho, querendo que ele enfiasse tudo logo, mas sem coragem de dizer.

O atrito era intenso, quente, molhado. E eu começava a perder o controle.

Foi quando percebi um movimento do lado.

Mariana se esticou na cadeira. Sem disfarçar. Deu uma inclinada pra ver melhor. O pescoço dela alongado, os olhos fixos ali, bem entre a gente. E eu vi. Vi o olhar dela descendo, procurando o pau pau dele quase entrando em mim.

Aquilo me fez querer gozar só de olhar de volta.

Me deu um tesão do caralho ser vista. Saber que ela tava ali, olhando tudo, vendo o quanto eu tava gostando, o quanto eu tava aberta, entregue, suja.

Comecei a rebolar mais descarada, puxando ele pela bunda, sussurrando no ouvido dele:

— Esfrega mais… mais forte…

E ele obedeceu.

E eu gemi alto, sem vergonha nenhuma.