Capítulo 41
No fim da batalha — porque aquilo foi uma guerra, não um sexo — eu tava ali, largada na cama, com as pernas tremendo, escorrendo toda melada e zonza, o corpo latejando de tão usada. Minha respiração era um fiapo, e eu só conseguia olhar pra Mariana, sentada com cara de tacho que esperando os parentes voltarem da festa e quando chegam não trouxeram os docinhos.
Atrás de mim, o moço ainda tava ali, sentado, todo satisfeito. Eu nem virei pra ele. Nem força na mandíbula eu tinha mais. Se eu abrisse a boca, era capaz de babar e desmaiar.
— Isso foi bom… se vocês quiserem mais… — ele soltou, atrevido, usando o plural de forma indevida.
Mariana nem piscou. A indignação dela era quase engraçada.
— Tu não vai me comer não, amigo — ela respondeu, com aquele tom de falsa santidade que ninguém acredita. — Aqui nessa casa só se come um parente por vez!
Ele riu.
A gente precisava ir ao banheiro, eu deixei as coisas terminarem de escorrer preocupada da minha menstruação se antecipar, ela sempre manda avisos e vem chegando aos poucos, coisa chata isso, ao invés de vir e ir logo não, vem e vai de um jeito lerdo que me irrita.
Eu me sequei na toalha e fui primeiro, com o juízo mais estabelecido eu olhei para a Mariana e falei:
— Você! Passa junto! Vem comigo…
Eu não ia deixar eles dois ali, tava arriscado eu ficar trancada pro lado de fora e meu namorado comendo ela. Meu medo era só um, dele ficar acostumado e achar que era bagunça a coisa. Eu nem tinha falado que eu pegava a minha prima às vezes. Eu achava que ele nem desconfiava, mas depois daquele jeito que ele olhou pra gente, sei lá o que ele pode pensar
No banheiro, eu sentei no vaso e Mariana nem tinha trancado a porta direito ainda quando eu soltei. Aquele xixi… puta que pariu. Eu lembro até hoje. Foi um dos melhores da minha vida. De verdade. Tinha alguma coisa ali, uma mistura de alívio com prazer, que mexeu comigo. Era quase sexual. Meus olhos viraram sozinhos, o corpo tremeu inteiro. Parecia um orgasminho, desses escondidos, que pegam a gente desprevenida.
— Caramba, garota… o que foi isso? — Mariana perguntou, meio rindo.
— Nossa… fiz um xixi muito bom.
— Tô vendo pela tua cara — ela respondeu, debochada.
Eu ri também, peguei o chuveirinho e virei a água quente. Comecei a passar ali devagar. Que merda que eu fui fazer. O jato tava forte. E a água morna, batendo bem na buceta já sensível, me arrepiou toda. O bico do meu peito endureceu na hora, involuntário. Minha cara deu aquele bug, fiquei com o olhar bobo, meio longe.
— De novo, cara? Não para… tu tem homem lá fora e tá se agarrando com o chuveirinho?
— Pera aí… é que tá bom pra caralho, prima.
Mariana ficou de braços cruzados, recostada na pia, tentando manter a pose de menina ajuizada enquanto eu ia me divertindo, testando o chuveirinho, achando o melhor ponto do jato e fazendo caras e bocas a cada tentativa. Eu ria sozinha, porque não tinha como ser diferente: tinha acabado de dar uma transada daquelas, numa cama de verdade ainda por cima, e estava feliz. Feliz porque minha prima tava ali comigo.
Era como se tudo estivesse encaixando na minha vida de repente, andando rápido demais, e eu nem tinha tempo de pensar. Só de sentir. Eu tava descobrindo o mundo e achando bom pra caralho.
Mariana, quando cansou da encenação de “menina bom senso”, largou a pia e veio até mim. Eu ainda ria nervosa com o toque da água quando ela segurou meu rosto e me beijou.
— Sai, garota… — eu falei, rindo entre os lábios dela.
— Agora vem cá, sua puta.
Ela me agarrou pelas orelhas e me puxou pro beijo. E foi aí que a merda da chave virou de novo. Eu preciso dizer: uma das coisas mais maravilhosas dela era o beijo. A gente se encaixava de um jeito absurdo. Era um beijo liso, morno, com gosto de pequeno segredo, e aquilo me deixava doida. Estranho como dava tesão nos lábios, e corria pro corpo todo, cada vez que acontecia. Eu até esqueço de falar isso, mas já perdi a conta das vezes que a gente ficou deitada na cama, só beijando, até a boca secar, sem precisar de mais nada.
Eu puxei ela pro meu colo, querendo ela mais perto.
— Julinha, tu vai molhar meu short com essa água do chuveiro.
— É só dizer que tu ficou excitada. — tentei uma piada.
— Porra! Cuidado pra não me molhar, garota!
Ela acabou cedendo e se sentou no meu colo na ponta dos meus joelhos, ali mesmo no vaso. O beijo virou frenesi, língua contra língua, respiração falhada. Baixei as alças da minha blusinha e me inclinei pra trás, abrindo espaço. A água continuava castigando lá embaixo, me roubando o juízo. Era uma mistura de prazer e desespero: se eu deixasse o jato focado, eu gozava na hora, sem nem encostar a mão. Então eu desviava pras coxas, tentando enganar meu corpo, mas o calor subia igual e me fazia tremer. Era um perigo delicioso, como andar na beira de um precipício.
Mariana deslizou as mãos e pegou meus seios, os dois, meio sem delicadeza, como quem pega algo que já é dela. Apertou primeiro, firme, depois relaxou e começou a massagear, sentindo o pouco peso , o formato, me testando. Eu já tava de olhos fechados quando senti a boca dela se abaixar devagar. O calor da língua passando pela pele, o jeito que ela chupava de leve, sugando só o bico com cuidado, me fez perder o ar. Não era bruto, não era selvagem. Era uma chupada calma, quase carinhosa, que deixava meus mamilos latejando e minha barriga revirada.
— Ele iria gostar de ver isso — falei, lembrando do moço ainda no meu quarto.
Mariana soltou meu peito na hora e me olhou com cara de dúvida.
— Tu deixaria ele me comer, prima?
— Não sei… eu tenho medo. Mas fiquei puta excitada de tu estar lá olhando… É que eu não sei como seria depois, sabe? Não ficaria esquisito?
— Sei lá, o pau dele é muito bom… fiquei com muita vontade de chupar. Mas prima, pensa nisso depois. A gente tá demorando. Tu quer gozar? Se quiser, vai logo.
— Caralho, sério… chupa meu peito, preciso de dois minutos.
E eu precisei de menos.
Sentada no vaso, ajeitei a mão com o chuveirinho, respirei fundo e foquei o jato direto no meu clitóris. Não mexi, não deslizei, deixei parado ali. Foi como ligar um interruptor dentro de mim. A pressão da água era forte, certeira, e a temperatura morna parecia que queimava e acalmava ao mesmo tempo. O primeiro impacto já me fez gemer alto, um som que saiu quase chorado, porque era prazer demais de uma vez só.
Minha buceta inteira se contraiu, os pequenos lábios latejando, como se quisessem sugar a água pra dentro. O clitóris inchado recebeu aquela pressão e disparou descargas pelo meu corpo. Minhas coxas tremeram, minhas costas se arquearam contra a tampa do vaso, e eu tive que segurar a bunda de Mariana forte pra não me desmanchar ali mesmo. Cada segundo era como se o jato cutucasse direto meu nervo mais escondido, o ponto que eu nunca conseguia tocar sozinha.
A onda veio rápida, devastadora. Era diferente de dedo, de boca, de pau — era um gozo cru, como se a água estivesse me arrombando sem entrar. Eu gritava sem perceber, o som ecoando pelo banheiro.
— Shhh! — Mariana se assustou e veio rápido, metendo a mão na minha boca.
E foi aí que explodiu de vez. Eu mordi a palma dela com força, sem querer, enquanto meu corpo inteiro convulsionava. Um espasmo atrás do outro, meu ventre contraindo como se quisesse cuspir alguma coisa que não existia. O barulho da água batendo contra mim se misturava com meus gemidos abafados e o coração martelando no ouvido.
As pernas batiam contra o vaso, os dedos dos pés se curvavam sozinhos. Eu não conseguia respirar direito, só engolir ar entre uma onda e outra. Foi tão forte que meus olhos encheram de lágrimas, o rosto vermelho, a boca babando contra a mão dela.
Quando enfim começou a passar, eu tava mole, quase desmaiada, o corpo escorrendo em suor e água. Mariana me olhava de cima, assustada, a mão ainda sobre minha boca, como se tivesse medo de eu gritar de novo.
Eu respirei fundo, afastei devagar a mão dela e só consegui sussurrar:
— Puta que pariu…
