Capítulo 45#

Às vezes a gente acha que sabe tudo, mas não sabe nada. Eu ali, me achando a capeta, mas a mulher era o diabo em pessoa. Ela não teve reação nenhuma à minha pergunta — fechou a cara, sem entregar um sorriso, sem dar um sinal, nada. A coisa mais assustadora que eu já vi. Na hora eu quase me arrependi de ter falado.

Ela veio vindo na minha direção com a maior calma do mundo, passo por passo, e parecia que o tempo se arrastava. Meu coração batia tão forte que eu podia ouvir dentro do peito.

Parou na minha frente. Não disse nada. Só levou as mãos à minha bermuda, desabotoou com firmeza e baixou o zíper, devagar.

— Isso seria um problema. A cera não ia segurar… preciso ver.

— Ver? C-como assim… ver? — Eu não era tonta, sabia muito bem o que ela queria, mas o susto me fez gaguejar.

Ela puxou a barra da minha bermuda e deslizou pra baixo, junto com a calcinha, me deixando nua da cintura pra baixo ali na cozinha, sob a luz fraca e o cheiro de incenso. O ar bateu direto, frio, me arrepiando toda.

Ela inclinou a cabeça, olhos fixos em mim, e deu aquele sorriso mínimo, maldoso.

— Ver. — repetiu, a voz baixa, quase um sopro.

Meu corpo inteiro tremeu, não de medo, mas daquela antecipação quente que já molhava minhas coxas.

Eu assenti com a cabeça por impulso, mas o que veio em seguida me fez fechar os olhos na hora.

Ela desceu as mãos em garras, as unhas roçando a minha pele, arranhando devagar a barriga e descendo pelo meu ventre. Era um arranhar leve, mas que fazia meu corpo se contrair todo, como se cada risquinho deixasse um rastro elétrico atrás.

Senti os dedos dela alcançando os pelos mal aparados, roçando de leve, e me deu uma pontada de vergonha — ela mesma tinha mandado eu deixar crescer, e agora parecia estar conferindo o resultado.

Ela não tocava de qualquer jeito. Fazia um movimento circular, lento, como se massageasse a região com a ponta dos dedos, espalhando calor. A sensação era absurda: não era nem direto no clitóris, mas parecia que sugava a minha força por dentro. A cada volta dos dedos, eu ficava mais mole, os joelhos amoleciam, como se ela estivesse roubando a minha alma, me deixando sem chão.

Meu peito subia e descia rápido, e eu mordia o lábio tentando segurar algum som, mas era impossível esconder que eu já tava entregue. Seus olhos estavam dentro do meu como se prendessem, era duas bilhas verdes, poderosas, tinha uma coisa ali de dominação pela presença, algo louco que me excitava…

Um suspiro escapou da minha boca sem eu conseguir segurar, e minhas pernas fraquejaram tanto que precisei me recostar na bancada atrás de mim.

Ela desceu mais, os dedos encontrando o caminho entre minhas coxas, explorando com calma, quase preguiça. Primeiro, foi só a ponta, como se ela estivesse testando a textura, sentindo a pele úmida. Deslizava leve, subindo e descendo sem pressa, só me fazendo esperar pelo próximo passo.

Meu corpo respondia sozinho: cada vez que os dedos dela roçavam, minha buceta latejava, se abrindo mais, implorando por mais contato. O toque não era direto no clitóris — ela fazia questão de contornar, desenhar círculos, traçar caminhos pelo entorno, como se estivesse pintando um quadro secreto em cima de mim.

Eu respirava fundo, os olhos fechados, e mesmo assim parecia ver faíscas atrás das pálpebras.

— Olha só… tão molhada assim só porque eu falei que ia dar uma olhadinha? — a voz dela veio baixa, provocativa, perto demais da minha orelha.

Engoli em seco, sem conseguir responder.

A ponta de um dedo escorregou pra dentro, só o suficiente pra me fazer gemer baixinho. Não era penetração de verdade, era só uma provocação, como quem molha o dedo num mel e tira logo depois. Um entra-e-sai mínimo, só pra me deixar desesperada.

Ela ria baixo.

Os movimentos continuaram lentos, quase cruéis. O dedo dentro era só uma ameaça, quase nada, enquanto os outros dois se mantinham firmes explorando a entrada, pressionando, espalhando a umidade quente. Cada vez que eu pensava que agora ela ia me dar o que eu queria, ela recuava, me deixando no limite. Eu me segurava na bancada com força, os braços duros, o corpo todo entregue. O calor subia em ondas, e eu só conseguia pensar que se ela quisesse, me faria gozar só com esse joguinho de quase nada.

Na minha cabeça tudo parecia lento, embaralhado. Eu não tinha impulso pra reagir — e ela não tinha pressa nenhuma. Eu sim, sempre tinha. Quando finalmente consegui juntar tico e teco e mandei meu corpo se mexer, a ordem era simples: agarrar as tetas dela. Mas foi nesse instante que ela parou.

Riu, olhando pra mim, levou os dedos à boca e os lambeu com prazer, devagar, como se quisesse me torturar mais. Ainda sorrindo, virou-se para o fogão, desligou a chama e disse com naturalidade:

— Depois eu esquento isso. Vem, me segue…

E saiu andando pelo corredor, rebolando de um jeito que me hipnotizava, puxando a blusa por cima da cabeça. Cada passo revelava mais da pele, até que suas costas nuas e perfeitas ficaram totalmente à mostra, me chamando sem dizer nada.

— Eita, caralho… — saiu da minha boca baixinho, quase um sussurro sem querer.

Puxei a barra da minha roupa num gesto idiota, me sentindo boba e desajeitada, e fui atrás dela feito cachorrinho que não sabe se late ou abana o rabo. Eu não tinha ideia do que fazer, o nervosismo me engolia por dentro. Se me perguntassem na hora se era tesão ou curiosidade, eu não saberia responder. Besteira, claro que era tesão — sempre é tesão, e é sempre ele que me faz entrar de cabeça nas enrascadas.

No quarto, ela pegou um prato largado na beira da cama e, sem me dar tempo de respirar, virou-se pra mim. O short caiu dos quadris num deslizar lento, revelando a pele branca e lisa, quase sem diferença de cor até chegar na boceta. Tão perfeita que parecia de plástico, não fosse a pequena linguinha de carne escapando pra fora, provocante, viva. A boca encheu de saliva, a boceta latejou no mesmo compasso.

Eu não aguentava mais. Esse joguinho era bom, mas comigo tudo é na voltagem máxima. Avancei dois passos e tasquei um beijo na boca dela, urgente, quente, bruto, só pra não deixar que ela falasse mais nada.

O choque foi imediato. Os lábios macios se abriram e minha língua entrou sem pedir licença, encontrando a dela num roçar que virou dança, depois briga, depois entrega. O gosto dela me invadiu inteiro, doce e salgado, deixando meu corpo trêmulo. Minhas mãos subiram pelas curvas, apertando sua cintura, deslizando para a bunda firme, puxando-a contra mim. Ela reagiu com unhas leves arranhando minhas costas, um arrepio queimando minha pele.

O corpo dela colado no meu me deixava fora de controle — seios contra seios, barriga contra barriga, calor contra calor. O beijo só se aprofundava, mais molhado, mais urgente, nossas respirações se atropelando em gemidos abafados. Eu chupava a boca dela como se fosse a única fonte de ar no mundo, enquanto nossas línguas se enroscavam, famintas, disputando e se entregando ao mesmo tempo.

Foi no meio desse beijo que senti as mãos dela descendo pelas minhas costas, ágeis, firmes. Sem parar de me beijar, ela puxou a barra da minha blusa pra cima, enrolando o tecido com pressa. Eu levantei os braços quase sem perceber, obediente ao toque, e ela me despiu como se fosse a coisa mais natural do mundo. O frio do quarto bateu na minha pele ao mesmo tempo em que o calor do corpo dela cobria tudo, e isso só me deixou mais acesa.

Os lábios não desgrudavam, mas as mãos dela não paravam: abriram meu sutiã num estalo rápido, como se fosse rotina, e em segundos meus seios estavam expostos, pressionados contra os dela. A pele nua se encontrou e um arrepio percorreu meu corpo inteiro. Ela gemeu contra a minha boca, como se aprovasse, e apertou minha cintura, puxando mais fundo no beijo, me deixando ainda mais entregue.

Continua…