Capítulo 52

Pegamos um Uber com aquela apreensão automática que toda mulher sente quando entra nesses carros. Eu, como sempre, já mandei mensagem pra minha mãe: “tô indo, Diana tá comigo”. Mas óbvio que ela só ia ver essa merda daqui a um ano.

A viagem foi rápida, nem deu tempo de cochichar muito — de ônibus seriam uns dez pontos, mas de carro não dava nem cinco minutos.

Minha casa era aquele clássico do subúrbio carioca: antiga, bonitinha, aconchegante… e brega. Muro baixo, uns rococós horrorosos na fachada, mas se tirar aquilo a casa perde totalmente a identidade. Entrei pelo portão e Diana vinha logo atrás, olhando tudo em volta como se tivesse caído em outro planeta.

Ela era o tipo de garota rica que ganhou apê dos pais não por necessidade, mas pra brincar de independência. Caminhava olhando cada detalhe, solta, fazendo comentários que só confirmavam o choque cultural.

— Nossa, que planta bonita! Eu adoro planta. Qual o nome dessa?

Revirei os olhos.

— Diana, sei lá. Isso aí é uns capins que minha mãe usa pra fazer chá.

Respondi ácida, e o jeito que ela riu depois só me deu vontade de beliscar aquela loira besta.

Dentro de casa, Diana teve a primeira amostra do nosso idioma nativo: os berros.

— MÃÃÃÃÃE, CHEGUEI!

— DIANA TÁ CONTIGO?

— TÁ!

A voz vinha da cozinha. Minha mãe estava lá, sentada com meu padrasto, que logo foi o lugar onde nós duas desembarcamos. Assim que Diana colocou o pé na cozinha, minha mãe me fez passar raiva: começou a tratar ela como se fosse a filha que sempre quis ter.

— Ô meu amor, olha só como você tá bonita!

— Caraca, mãe! A senhora nunca fala isso pra mim!

— Cala a boca, Julinha. Você é bonitinha também. Ciumenta!

— Bonitinha, mãe?

O clima era de gozação, e a loira ria feito besta da cena.

— Diana, essa é minha mãe. E ele é meu padrasto.

— Prazer… Diana.

Minha mãe apertou a mão dela com uma felicidade tão genuína que até me irritava, e claro, resolveu agradar a convidada a qualquer custo.

— Vou fazer pé de moleque. Você gosta?

— Hummm, eu adoro, tia!

— Opa, pé de moleque? — tentei me meter, só pra lembrar que a filha querida ainda era eu. — Mãe, a Mariana tá vindo, tá?

— E vocês vão dormir como? Tudo amontoadas naquele quarto? Vai botar sua visita pra dormir no chão, Julinha?

— Ih, mãe, é bom que a Diana já fica esperta logo.

— Coloca ela na sua cama e você dorme no chão com sua prima, ouviu?

— Caceta, Diana, tá vendo? Devia ter te deixado em casa…

Diana ria, toda besta.

— Não, tia, não se preocupa, eu durmo em qualquer lugar.

— Vou pedir pizza! — anunciei, batendo palma pra encerrar a palhaçada.

Meu padrasto era um nojo. Ficava ali, rindo abobalhado e devorando a Diana com os olhos, de cima a baixo. Eu não entendia como minha mãe não enxergava aquilo, cara! Cheguei a encarar ele, tipo “se toca, desgraça”, mas o idiota nem aí com a hora do Brasil. Olhava mesmo, na cara dura. Aposto que, na imaginação dele, a Diana saiu daquela cozinha grávida de uns cinco filhos.

— Mãe, vou pro quarto, tá? Quando a Mariana chegar manda ela subir.

— Tá bom, minha filha. E você sabe que amanhã não sai de casa, né?

— Sei sim, mãe. Meu pai vem?

— Não sei, mas eu falei com ele.

— Tá bom.

Mostrei a casa pra ela, fiz aquele tour rápido pela área externa, banheiro, até chegar no meu quarto. Quando ela entrou, fiz igual a Mariana sempre fazia: bati o trinco da porta e virei pra ela mordendo a boca, com uma cara bem safada. Esperei o olhar dela cruzar com o meu.

— Fessora… eu preciso de uma aula particular agora.

Ela riu, meio lerda, demorou a pegar a deixa, e ainda tentou entrar na brincadeira do jeito mais sem sal possível. O que ela tinha de linda, tinha de lenta. Tava na cara que nunca precisou se esforçar pra conquistar ninguém.

— Aula de quê, Julinha?

— De beijo.

Não esperei resposta. Avancei nela de uma vez, segurei pelo rosto e colei minha boca na dela. O beijo estourou quente, cheio de fome. No começo ela ainda tava travada, mas eu abri espaço com a língua, empurrando, e senti quando ela derreteu. A boca dela era macia, molhada, com um gosto de boca delícia e o perfume que ela usava no pescoço.

Minha língua se enroscava na dela, firme, e eu sugava cada pedacinho como se quisesse arrancar o fôlego dela. A mão dela deslizou pra minha cintura e me puxou forte, grudando nossos corpos, e aí o caldo entornou: de um selinho tímido pra um amasso de perder o ar. Eu gemi baixinho dentro da boca dela, só pra provocar, e senti quando ela tremeu inteira.

— Ju… Ju… Julinha… — ela tentava falar entre os beijos, arfando. — Não vão ouvir a gente?

— Não… relaxa. Só não grita. Você é escandalosa demais, se controla, ouviu? — sussurrei, mordendo o lábio dela logo depois.

Puxei a blusa dela pra fora e a arrastei pra mim. A loira safada, sem cerimônia, meteu a mão na minha bunda e voltou a me beijar com mais fome ainda.

— Deixa eu ver se eu fiz um bom trabalho? — murmurou Diana, o rosto colado ao meu, a respiração quente entrando na minha boca junto com as palavras.

E foi nessa hora que senti a mão dela descendo devagar, escorregando pela lateral do meu short largo, até encontrar a borda da calcinha. Ela não perdeu tempo, enfiou os dedos por dentro, explorando o caminho sem pressa, como se fosse a dona.

Eu arfei, um gemido preso na garganta, quando a ponta dos dedos dela roçou de leve entre os meus lábios, por cima do tecido ainda. O atrito suave me arrepiou inteira, como se cada nervo do meu corpo tivesse acordado de uma vez. Ela apertava minha bunda com a outra mão e, com a mão atrevida, forçava a entrada do short só o suficiente pra escorregar mais fundo, tocando a pele quente e molhada.

Era desesperador e delicioso ao mesmo tempo: não tirar a roupa, sentir só o dedo se insinuando por baixo, arrancando suspiros que eu tentava calar no beijo. A fricção contra a calcinha me deixava zonza, o tecido se encharcando cada vez mais, e cada toque dela era um convite pra eu me arraganhar toda, mesmo sem ela ter tirado nada de mim.

Meu quadril já tinha vida própria, buscando mais da mão dela, implorando sem dizer nada. Quanto mais eu me entregava, mais Diana sorria dentro do beijo, como se tivesse descoberto um controle remoto do meu corpo. Não aguentei: puxei meu short pra baixo junto com a calcinha, liberando de vez, enquanto ela se livrava da blusa e do sutiã de um jeito apressado.

— Vem… chupa meu peito? — ela pediu, a voz embargada de tesão.

E eu obedeci.

Me inclinei sobre ela e abocanhei o bico duro, sugando devagar, sentindo a pele quente contra a minha boca. Passei a língua em círculos lentos, provocando, arrancando gemidos abafados dela. A cada chupada mais forte, o corpo de Diana arqueava como se quisesse me oferecer ainda mais. Minha mão apertava o outro seio, dedilhando o mamilo entre os dedos, enquanto a boca se dedicava ao primeiro, alternando mordidinhas suaves e lambidas longas que deixavam tudo melado e sensível.

Ela enfiava a mão no meu cabelo, me puxando contra ela, pedindo sem palavras que eu não parasse. O som da respiração dela enchia o quarto, misturado ao meu, e eu sentia o gosto da pele dela na minha língua, salgado, quente, viciante.

Fui empurrando Diana devagar para trás, conduzindo com calma, até que ela caiu deitada na cama. Continuei sugando o seio dela como se fosse meu prêmio, e ela gemia, arfando, as pernas já se mexendo inquietas embaixo de mim. Eu me debrucei por cima, meu corpo colado ao dela, e a cada chupada mais lenta e profunda eu sentia que estava deixando ela entregue, pronta pra qualquer coisa que eu quisesse fazer.

Mas eis que, no melhor de tudo, quando o negócio tava pegando fogo e cada vez mais quente… alguém bateu na porta com força.

— Júlia, abre essa merda! Sua mulher chegou! Eu sei que você tá com uma vagabunda aí dentro, sua piranha!

E pra piorar, lá debaixo veio outro berro, ainda mais alto:

— Olha como você fala com sua prima, Mariana! Respeita a minha casa!

— DESSCUUULPA, TIAAAAAA! — Mariana respondeu, quase chorando de tanto gritar.

Minha família só sabe se comunicar aos berros, que merda.

A loira lerda quase acreditou que era verdade, ficou desconcertada, mas entre indignada e rindo, tratou de se vestir rápido, arrumando o cabelo de qualquer jeito. Eu me enfiava nas roupas tropeçando, tentando equilibrar o corpo sem cair, a boca ainda quente do gosto dela.

Abri a porta dando as costas, como quem não deve nada, chamando Mariana pra entrar. Mas a peste não é boba. Parou na porta, séria, franziu o nariz cheirando o ar, olhou em volta com aquele jeito de quem já sabia e soltou:

— Suas piranhas… vocês estavam transando?