Capítulo 54
Quando deu a hora de dormir, todo mundo entrou no ritual: fila pro banho, toalha pra cá, shampoo pra lá, tudo certinho. Eu, esperta, fiz minha cara de sono mais convincente pra minha mãe, peguei os colchões, levei garrafinhas d’água pro quarto, enquanto Mariana ajeitava a roupa de cama como se nada demais fosse.
Aos olhos da minha mãe, era só uma noite de meninas, risadinhas e fofoca até pegar no sono. Só que, de última hora, ela avisou que ia sair com meu padrasto pra ir num samba, sei lá. Eu fingi total desinteresse, como se não fizesse diferença. Mas por dentro? Soltei fogos.
Porque a real é que meu medo era outro: Diana era barulhenta demais. E quanto menos ouvidos dentro daquela casa, melhor pra mim.
No quarto, com as luzes da casa já apagadas, o cheiro era uma mistura boa de shampoo, sabonete e cremes — aquele perfume de bando de mulher recém-saída do banho. A gente ficou na nossa, de boinha, sem dar muito na cara, sem tempo da Diana pensar ou desconfiar do bote que viria.
Mariana, como sempre, ficou encarregada de trancar a porta. Era quase um ritual: quando a chave girava, era o sinal de que dali pra frente tava liberado pra gente fazer nossas merdas. E quando ela levantou pra fechar, meu coração começou a bater forte, descompassado, e a ximbica tremeu na mesma hora.
Fiquei tão nervosa que travei a buceta com tanta força que até doeu o ciático.
Agora a grande questão era: como caralhos eu ia começar essa porra? Enquanto eu pensava em como começar, Mariana já tinha começado se saindo com essa.
— Diana, você já deu beijo triplo?
Eu achei que diana fosse ficar vermelha de novo, mas não, fiquei surpresa com a resposta.
— Já, mas foi estalinho com amigas, a gente tirou foto pro Instagram assim.
— Não, estalinho eu dou no meu cachorro, eu tou falando de beijo mesmo, de lingua.
— Ahn, isso não… deve dificil de administrar né?
A loira não podia ser tão lerda assim.
— Julinha tá afim?
— A fim de que? Beijo triplo? Ué, por mim, não sei a Diana vai querer…
Agora ela ficou vermelha de vez, tampou a cara com as mãos e falou alguma coisa que agente não ouviu direito.
— Vamos Diana — Mariana incentivou.
— Aí cara, que vergonha, tá… Só uma vez!
Até eu fiquei meio com vergonha de começar aquilo… mas já tava valendo. O corpo quente, o coração acelerado, e aquele tesão de experimentar algo novo me levando direto pro espaço.
A gente se ajeitou no chão, meio improvisado, mas a Diana preferiu ficar de pé — disse que era mais fácil, e estalinho que ela tinha dado nas amigas dava mais autoridade a ela no assunto. No fim, nos juntamos num abraço coletivo, e só no contato dos corpos já saía faísca.
Mariana, claro, não se aguentava: já tinha dado duas beliscadas nos peitos, aquele caguete que ela sempre tinha quando estava excitada.
Ficamos ali, meio abraçadas de frente, formando um triângulo. A parte mais difícil não foi nem começar… foi parar de rir. Porque cada vez que uma tomava coragem e se aproximava, outra soltava uma piada, e pronto, a tensão virava gargalhada.
Foi só lá pela quinta tentativa que a coisa deu mais ou menos certo.
Na quinta tentativa a gente finalmente conseguiu se jogar de uma vez. Foi estranho, confesso. Três bocas tentando se encontrar ao mesmo tempo é uma bagunça deliciosa.
Senti o calor das respirações se misturando, as maçãs dos rostos se batendo, um beijo desencontrado, meio desajeitado. Ora era dente batendo, ora era nariz atrapalhando, e eu tentando encaixar a língua sem saber direito em quem.
Excitante, sim, porque o calor daquilo deixava meu corpo em alerta, a sensação de várias bocas roçando na minha ao mesmo tempo era algo que eu nunca tinha sentido. Mas gostoso de verdade… não era. Ainda não. Era mais a adrenalina da novidade, o riso nervoso que escapava no meio, e o arrepio de estar ali, com duas mulheres se atrapalhando em cima de mim, tentando fazer aquilo funcionar.
Foi rápido, mas intenso. Quando acabou, Mariana nem tentou disfarçar: estava com as duas mãos nos próprios peitos, apertando forte, quase torcendo os mamilos. Diana tapava a boca, vermelha, e eu limpava a baba que escorria no queixo. Em comum? As três caímos na gargalhada.
— Vem, vamos de novo. Tem que botar mais a língua pra fora, meninas. — Diana falou isso com uma autoridade sem pudor nenhum, como se desse aula de beijo coletivo.
— Tá, vamos… vem, Mariana. — falei, rindo.
Dessa vez não teve enrolação. A gente se inclinou juntas e os lábios se encontraram devagar, carregados de expectativa. As línguas se tocaram, primeiro só roçando, depois se enroscando num vai e vem úmido que arrepiava cada pedacinho da pele. O beijo triplo agora tinha gosto de transgressão: três bocas quentes, salivas misturadas, respirações aceleradas se chocando. Eu sentia cada movimento como se fosse proibido e por isso mesmo mais delicioso.
O choque dos seios veio logo em seguida. Peito contra peito, mamilos duros roçando sob o tecido fino, num atrito que fazia o tesão explodir pelo corpo. Cada roçada arrancava gemidos curtos, abafados dentro do beijo, e a cada curva que se encaixava, mais forte era a vontade de perder o controle.
As mãos já não pediam licença. Deslizavam pelas costas, apertavam a carne, subiam, desciam, puxavam com força. A sensação era de sermos sugadas uma pra dentro da outra, num triângulo de calor, pele e desejo. Eu sentia o cheiro doce da pele da Diana misturado ao perfume quente da Mariana, e minha boca provava das duas ao mesmo tempo — língua contra língua, saliva contra saliva.
A excitação crescia como fogo: lenta, mas incontrolável. Era úmido, era profundo, era indecente. Eu já estava sem ar, mas ninguém queria parar. Quanto mais nossas bocas se encontravam, mais os corpos se esfregavam — seios pressionados, quadris se buscando, e o calor entre as pernas denunciando que aquilo ia muito além de um beijo.
Quando minha mão desceu e agarrou o bumbum da Diana, topei com a de Mariana já lá, dividindo espaço. A safada, por sua vez, estava com a outra mão enfiada por baixo da minha camisola, apertando minha calcinha com força.
Minha boca escorregou pelo pescoço da Diana, sentindo o gosto da pele quente, e ela gemeu alto, arfando, enquanto minha mão ocupava o seio esquerdo dela, apertando devagar, beliscando o mamilo duro. O triângulo perfeito começava a se desfazer, e cada troca ficava mais deliciosa.
Era um revezamento: a cada segundo eu não sabia mais quem estava beijando, só sentia o calor de uma boca, depois outra, línguas se misturando, dentes batendo, salivas trocando. O fogo consumia, subia pelo corpo todo, e o tesão era tão forte que me fazia tremer. Meu clitóris latejava, pulsando dentro da calcinha, implorando por toque, por atrito, por qualquer coisa que aliviasse aquela fome absurda que só crescia.
A mão que me apertava por cima da calcinha não ficou satisfeita. Mariana forçou mais um pouco e logo o dedo se enfiou por baixo do elástico, deslizando direto na pele quente e molhada. O toque era lento, provocador, a ponta do dedo roçando de leve nos lábios inchados, escorregando com facilidade pelo tanto que eu já estava encharcada. Quando ela pressionou de leve o grelo, senti um arrepio violento subir pela coluna, minhas pernas fraquejaram e um gemido escapou mesmo sem eu querer.
Diana, vendo aquilo, não aguentou e soltou, sem filtro nenhum:
— Ai, que caralho… isso é bom demais!
Mariana respondeu só com um sorriso de canto, malicioso, sem parar de me cutucar por dentro da calcinha, o dedo explorando como se tivesse todo o tempo do mundo.
Mas no fundo, eu sabia que tinha outra questão — Mariana ainda podia estar menstruada. Eu precisava confirmar.
— E aí… acabou? — perguntei ofegante, tentando soar casual.
Diana, claro, não entendeu nada. Ficou olhando com aquela cara de ponto de interrogação, lerda como sempre.
— Uhum — respondeu Mariana, sem cerimônia. — Só tenho que prestar atenção.
Engoli seco. Não ia fazer piadinha, não queria estragar o clima. Então fiquei quieta, fingi que nada aconteceu e foquei no que realmente importava. Estiquei a mão e arranquei a roupa da Diana sem piedade.
A loira, agora nua diante de nós, era o prato principal da noite.
