Capítulo 60

Ela era muito mais mulher que eu. Com mais volumes, daqueles que chamam a atenção, cavala. Alta, forte, tudo no lugar. Sentada em mim, ela se curvava num jeito que o quadril roçava no meu baixo-ventre e ainda assim conseguia me beijar. O beijo dela… putz, esse foi direto pro topo do meu ranking pessoal. Passou a Mariana fácil, com folga e troféu.

Meu corpo suava, a respiração falhava, e minhas pernas começaram a formigar com o peso dela no meu colo. E, mesmo assim, eu não queria que saísse. Cada segundo ali era uma mistura de nervoso e vontade, calor e medo, tudo embolado num nó que eu não sabia mais desfazer.

— Car… Carla… — tentei falar entre um beijo e outro.

Ela me soltou só o bastante pra me olhar.

— O que foi? Tudo bem? — Ela falou preocupada e eu me derreti sentindo o cheiro da sua boca.

— Vamos pra cama? Você tá me esmagando.

Ela riu e levantou, e eu demorei um pouco pra conseguir me mexer — minhas pernas estavam formigando. Quando enfim fiquei de pé e me virei pra cama, ela em um bote rápido me puxou de volta num movimento brusco. Um som escapou da minha garganta, meio grito, meio suspiro. As mãos dela me acharam pela cintura, firmes, e o corpo dela encostou inteiro nas minhas costas, quente, respirando no meu pescoço.

O toque dela me atravessou. A pele da minha barriga arrepiou, os pelos do braço se levantaram. Eu sentia cada detalhe: o peito dela colado nas minhas costas, o calor da respiração subindo pela minha nuca, o cheiro do suor fresco. O corpo dela era uma onda e eu estava sendo engolida inteirinha.

Não deu nem tempo de entender o que estava acontecendo — o polegar dela já deslizava pela beira do meu short, puxando a calcinha junto, enquanto os dentes marcavam de leve meu pescoço. O ar frio bateu entre minhas pernas e eu estremeci, um arrepio que subiu em linha reta até a nuca.

Eu nunca tinha sido tocada com tanta certeza assim. Nem pela Mariana. Eu gostava de transar com ela, mas a pegada da Carla era outra história — era firme, confiante, um tipo de domínio que me deixava tonta e entregue, como se meu corpo tivesse acabado de encontrar o tom certo.

Ela me empurrou na cama e me sacudiu até eu entender: joelhos afundados no colchão, bunda pra cima. Puxou meu short mais pra baixo, encheu a mão na minha bunda com uma força seca, dois tapas que me subiram a espinha. Abriu. Fechou. Respirei curto.

Eu fui sendo levada sem pensar. Tudo rápido, pesado, do jeito que a gente combinou sem precisar falar. Jogo bruto, consentido, quente.

— Julinha… que bucetinha gostosa, sua putinha… — ela sussurrou sujo no meu ouvido, e em vez de ofender, acendeu.

Eu de quatro, entregue, a cabeça vazia, só o corpo reagindo. Nada de carinho primeiro. Veio direto. Os dedos riscaram meu rego, não tocaram no meu clitóris, vieram testar a entrada, sem cerimônia e se enfiaram.

— Ai, caralho… tá com pressa, filha da puta? — reclamei num reflexo, encolhendo a barriga, mordendo o travesseiro.

— Cala a boca — ela rosnou, parou meio segundo, respirou — …desculpa.

A mão voltou mais quente, firme, agora guiando o ritmo. Eu respondi com o quadril, pedindo sem pedir, o quarto inteiro respirando junto, lençol raspando na pele, meu pulso na garganta.

Ela me pegou pela bunda, cravou os dedos e me abriu com as mãos quase me arrebentando em duas. Eu parecia uma fruta verde. Deu dois tapas secos que estalaram alto e deixaram a pele pegando fogo. Soprou fundo. O ar entrou frio e queimando por dentro. A cama rangeu, meu corpo arqueou, a cara afundou no tecido. Eu tremi, zonza, perdidinhaa toda arreganhada.

— Caralho, garota… — ela murmurou atrás com a visão que eu oferecia.

Carla veio pesada. Boca cheia, língua dura, sugando como se me virasse do avesso. E eu quis fugir do prazer porque era grande demais, rápido demais, mas meu corpo só cedia. O meu mundo se encolheu em sua boca.

Não demorei dez segundos na mamada.

O orgasmo subiu como uma corrente: primeiro um calor baixo, depois uma onda batendo no umbigo, outra no peito, e de repente tudo estalou. Minhas coxas tremeram, a pele ardeu, o som saiu quebrado, quase choro. Senti o clitóris pulsar em golpes curtos, o ventre contrair, um vazio se abrindo e enchendo ao mesmo tempo. Me desfiz no lençol, soluçando ar, mão perdida sem saber onde segurar.

Ela não parou. Continuou chupando no ritmo certo, grosseira, cada puxada um choque doce, meu corpo pedindo fuga e mais ao mesmo tempo. Mordi o travesseiro pra lembrar de respirar, coração no pescoço, cabeça limpa de pensamento, só a urgência de escapar do prazer que me prendia.

— P-para… um segundo… — pedi, ofegante, nada fazia sentido eu só conseguia sentir nervosom era como se eu transbordasse e não coubesse mais prazer ali.

Ela me soltou e eu tombei pro lado, eu tampava a cara com as mãos como se me protegesse de algo, meu corpo tremia, parecia que eu sentia tudo que minha pele tocava com mais intensidade, eu precisava de tempo mas Carla não estava disposta a me dar.

Ela estalou um tapa na minha perna recolhida e eu me encolhi. Ventilador batia torto, a janela entreaberta deixava entrar cheiro da rua. O lençol áspero raspou minha pele quando rolei para a beirada.

— Anda. Deita de lado — a voz dela veio baixa, firme.

As mãos me puxaram pelos joelhos, o colchão na beirada afundou sob meu quadril. O frio do ferro da cama encostou nas minhas costas e eu arrepiei inteira.

— O que você vai fazer, garota? — saiu patético, sem ar.

— Vou te comer.

Ela subiu a saia a cintura. Tirou a calcinha num gesto curto; o elástico estalou no ar e o cheiro da buceta molhada dela veio no meu nariz me enchendo de tesão. Cuspiu na mão e esfregou devagar se umedecendo. O delicioso som do molhado… Eu senti um medo bom sabe? Ficar indefesa assim…

Ela passou uma perna por cima de mim, pés plantados no chão frio, coxa firme travando na minha. A proximidade tinha peso. Meu coração subiu pro pescoço. Quando a buceta dela encostou na minha, foi um choque quente que roubou o fôlego: pele contra pele, macio escorregadio, um fio de calor subindo pelo ventre. O clitóris encontrou o dela num roçar tímido e depois mais certo; senti cada grão do lençol debaixo, cada vibração do ventilador, e o mundo virou esse atrito.

— Levanta mais essa perna pra encaixar — ela guiou minha coxa com a palma aberta, quente, firme.

Eu obedeci. O encaixe veio fundo, perfeito. Ela começou a friccionar curto, ritmado, quadril pesado marcando tempo no meu. O toque era denso, quase dói-de-bom: cada passada arrancava um som da minha garganta, um ai mastigado, um quase riso. Eu quis fugir do prazer porque era grande demais, senti os músculos tentarem recuar, e ela me segurou, gentil e implacável, dedos afundando na minha cintura.

O quarto cheirava a boceta de mulher com tesão. A janela deixava entrar um barulho distante de carro que se misturava com os gemidos da gente. Minha cabeça virou ruído branco. Eu me senti pequena e inteira ao mesmo tempo, subjugada e segura. A cada deslize, o clitóris pulsava como se fosse um coração à parte; minha perna tremia por baixo da dela e o colchão rangia nossas pausas. Eu respirei fundo, a boca abriu sozinha, e deixei ela tomar o controle do meu corpo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Carla travou mais ainda a perna e mudou o ritmo como quem vira uma chave. Acelerou seco, forte, boceta com boceta de um jeito preciso, a fricção ficando áspera e quente. O rosto veio pra perto do meu, olhos fixos, uma cara feia de fome que me desmontou. Eu vi a mandíbula dela endurecer, o músculo do pescoço marcando, respiração curta. Cada passada era uma ordem no meu corpo.

O toque dela ficou possessivo: palma inteira na minha coxa, dedos cravando sulcos, outra mão abrindo minha coxa para dar espaço, como se eu fosse dela por dentro e por fora. O clitóris dela raspava no meu num rastro molhado e insistente, ritmo curto, sem piedade, e eu senti quando o corpo dela começou a tremer diferente. Um rosnado baixinho escapou, ela prendeu o ar, acelerou ainda mais, o olhar duro me segurando no lugar. Eu só deixei.

Ela gozou olhando dentro de mim: um estalo no quadril, uma série de sacudidas rápidas, o ventre dela contraindo em ondas, o gemido preso entre dentes. O calor dela espalhou na minha pele e o peso do corpo caiu um segundo, logo retomando o atrito como se não quisesse me soltar. Eu fiquei admirada com a brutalidade bonita daquilo, com a certeza do gesto. Me deixei ficar aberta, oferecida, aceitando cada ajuste da mão, cada puxão de coxa, cada passada mais funda.