Capítulo 66

Subindo as escadas, eu sentia o creme quente escorrer e lamber a calcinha, grudando no meu clitóris, queimando que nem ferro quente. Mariana tagarelava atrás de mim, eu muda, mastigando a cena na cabeça: eu deitada aberta na cama, enfiando a “coisa” até sumir, sentindo cada pulsada, e ele em pé, punho trabalhando, aquela cara asquerosa de safado que me dá raiva e tesão do mesmo jeito. Eu pensei no barulho molhado, na sucção dela engolindo, no estalo da minha respiração quando entra um dedinho a mais fundo, e nele olhando faminto, pedinte, quase meu. O corrimão gelado na palma, minha coxa tremendo, e a calcinha virando um desastre gostoso. Quase mandei um “cala a boca, Mari”, mas preferi segurar, eu precisar dela essa noite.

Parei na porta, ri de canto e deixei ela entrar no quarto toda inocente, sem saber que ia trabalhar. Entrei atrás, fechei, girei o trinco, botei música no celular, conectei na caixinha e liguei o ar. Não tava calor. Eu queria barulho pra disfarçar. Era cedo e eu não ia esperar a casa dormir.

Ela começou a falar de comprar uma assistente de voz, que era mais prático do que ficar pareando Bluetooth. Cortei.

— Mariana, cala a boca um segundo. — ela piscou, assustada com minha cara. — Quer me comer?

Ela riu, safada do jeito que é, sempre quer.

— Quero… — o sorriso sujo abriu — ferrou, você tá com essa carinha de puta. Que diabos te deu?

— Sem conversa. Tá com a mão limpa? — virei a saia, desabotoei, tirei tudo junto com a calcinha.

— Eita… que delícia. prima!

Apaguei a luz. Deixei só a claridade da luz da rua. Eu não queria ver, eu queria sentir. Me joguei na cama, barriga para cima e arqueei as pernas me entregando.

— Mariana, presta atenção, eu quero dedada. E quero forte.

Ela subiu na cama de joelhos, o colchão rangendo baixinho. A mão quente riscou minha coxa, afastou meus joelhos , o dedão marcou o caminho. O primeiro toque foi na borda, de leve. Eu gemi curto, um delírio impaciente.

Eu abri as pernas até o limite e senti o lençol raspar minha bunda, a pele já estava quente. O frio do ar condicionado do quarto bateu entre minhas coxas e me deu um arrepio que subiu pelo umbigo. Eu queria dedo. Queria fundo. Queria ouvir o barulho molhado e sentir a palma dela batendo no meu osso a cada estocada. Meu corpo inteiro precisava.

— Aí. Enfia. — segurei o punho dela e conduzi, sem cerimônia.

O primeiro dedo entrou lambido, fácil, espalhando meu liquido até a base. Minha boceta cedeu parecendo a coisa mais arrombada do universo. Eu gemi baixinho suspirando apertado. O segundo dedo, veio sem aviso, e eu abri mais, girando o quadril, procurando ângulo, mostrando o caminho. Minha boca abriu sozinha e um ar quente saiu, pesado.

— Isso, porra. — minha voz veio falhada. — Reto, mais fundo.

Ela começou a bombear num ritmo que parecia feito pra mim. Reto, firme, encaixado. A cada ida e volta, a pele da minha pepeca repuxava macia, e eu senti o “pá” discreto da palma dela batendo no meu osso púbico. O colchão rangeu num compasso que me deixou doida. Meu grelo latejava, querendo ser tocado, e eu mesma levei a mão, só a pontinha do dedo, friccionando de lado, sem pressa, achando aquela linha que me quebra.

— Mais rápido. E gira. — mandei, segurando o pulso dela, marcando o ritmo com a minha própria respiração. — Coloca mais um dedo.

— Três? — O tom dela era algo entre maravilhada e assustada.

Ela enfiou todos os dedos que mandei lá dentro e o “rasgo bom” me abriu por dentro. A parede interna respondeu na hora, aquele toque de raspão que dá choque doce na espinha. Minhas coxas tremeram sem eu querer, e eu empurrei meu quadril pra cima, oferecendo mais, querendo mais. A fome subiu, bruta, nada de romance, eu queria ser cavada. Queria sair mole, usada, satisfeita.

A outra mão dela foi pro meu peito a meu pedido. Aperta. Mais. Eu arfei quando ela prendeu meu mamilo entre os dedos, uma dorzinha elétrica que lambeu meu abdômen. Quando a boca dela desceu, quente e úmida, passando a língua por cima do tecido primeiro, eu quis rir da minha própria pressa. Arranquei o tecido com a mão livre, enfiei o peito na cara dela, e a sucção veio. A língua circulou devagar e parou na pontinha, o mesmo compasso dos dedos lá embaixo. Sincronia de maldade.

— Assim. Não para. — eu tenta completar a frase mas ela quase não saia — Mariana, tenta enfiar a mão inteira se conseguir.

Ela obedeceu de um jeito que me deixou ainda mais bandida. Eu virei ligeiro a bacia, encostando o calcanhar na cama pra fazer alavanca. Eram uns quatro dedos e cada enfiada entrava mais reto, mais fundo, fazendo um barulho molhado que envergonharia qualquer vizinho. Eu quis que ele ouvisse. Quis que ele soubesse que o meu corpo estava pedindo. Que eu queria três, quatro, quantos coubessem do jeito certo.

— Mira pra cima. Aí. — segurei o punho e mudei milímetros o ângulo. Uma luz estourou atrás do meu olho. — Caralho, aí.

Ela achou o ponto e começou a insistir ali como se estivesse me marcando o nome. Eu perdi o ar. O corpo ficou curto, duro, pedindo mais velocidade. A mão do meu grelo acelerou sozinha, aquele círculo pequenininho e preciso que eu já conheço de olhos fechados. A pressão subiu instantânea, um peso na base da barriga me avisando do colapso.

— Chupa. — eu mandei, puxando a cabeça dela pro meio das minhas pernas.

A boca selou em mim, vácuo perfeito, língua firme. Senti a sucção puxar minhas terminações todas pra fora, um torniquete de prazer. A mão dela não parava, dedos entrando, girando, saindo o mínimo, entrando de novo, palmas batendo, a base molhada encostando em mim. Eu tremi inteira. A coxa bateu de leve no braço dela. A respiração falhou, virou estalo.

Eu queria mais fundo. Eu queria abrir mais.

— A mão, o punho. Agora. Devagar e depois estoura. — minha voz veio áspera, sem espaço pra dúvida.

— Julinha, você tá me assustando — eu sentia ela tentando fazer o que eu mandava, mas o meu corpo ditava limites. — Não entra prima, você é apertadinha.

Quando qualquer parte da mão dela entrou mais. O corpo reclamou por meio segundo, e depois aceitou com fome. Eu fiz força contra, abrindo, respirando pelo nariz, a mão no grelo desacelerando só pra eu não me perder antes da hora. Quando coube, coube. Eu ri no escuro, dona do meu próprio desastre, sentindo a parede interna se acostumar ao volume, o peso da mão dela me enchendo.

— Vai. Me come. — eu disse, simples.

Ela meteu. Fundo. Rápido. O som molhado ficou indecente. Minha mão no grelo voltou pro giro assassino, curto, constante. Eu sentia cada detalhe: a pele dos dedos, a unha aparada raspando de leve, a articulação batendo na entrada, o cheiro quente do meu sexo misturado ao cheiro de pele e ar candicionado do quarto. A música virou ruído. Eu só ouvia o meu corpo dizendo “mais”.

— Meu grelo é aqui — eu guiei a cabeça dela um dedo pro lado. — Pressão, não lambida.

Ela trocou. Boca inteira fazendo pressão, língua parada, só o peso. Eu quase chorei de alívio. A corrente fechou. Meu abdômen travou, o cu contraiu, a pele do meu braço arrepiou toda. Eu prendi os dedos dela mais fundo e o meu corpo escolheu por mim. O gozo veio curto e bruto, um estalo que partiu da bacia e me pegou pela garganta. Eu gemi feio, sem vergonha, um som que eu nem reconheci.

Ela manteve o ritmo, perfeita, até meus espasmos contarem dois, três, quatro. Eu afrouxei lentamente, mas não soltei o pulso. Ainda não. Ainda pulsava lá dentro, um latejo guloso que não queria despedida.

Fiquei caída um instante, peito subindo pesado, ouvindo meu próprio coração bater na boca. A pele ainda faiscava, o quarto girava lento. Deixei os dedos dela quietos ali na entrada, só encostados, como quem guarda fogo em brasa. O ar frio do ar-condicionado lambeu meu suor e eu senti o gozo descendo morno, marcando caminho na coxa. Não era fim. Era pausa. Minha mão soltou o pulso dela devagar, dei dois, três tragos de ar fundo e deixei o corpo voltar pro lugar. A fome não passou, só mudou de forma. Meu grelo ainda latejava baixinho, pedinte educado. Virei o rosto no travesseiro, ri curto, lambi os lábios. Endemoniada, só esperando a próxima ordem sair da minha boca.

— Não acabou. — sussurrei, a voz rouca. — Abre meu armário, pega qualquer coisa que dê para enfiar, coloca uma camisinha e trás aqui, não esquece da escova.

E ri, possuída.