Capítulo 67
Mariana ficou muda, olhos grandes, respiração aberta, um espanto tarado no rosto como se tivesse hipnotizada. Abriu meu guarda-roupa às pressas, achou minha escova de cabelo de cabo de madeira comprido, grosso e ponta arrendodada, nossa velha cúmplice, e pescou também uma lata de desodorante, ela escolheu uma dessas baixinhas e grossa. Virou as duas pra mim, oferecendo.
— Qual?
— Os dois.
Ela assentiu como quem recebe ordem. Puxou a gaveta, achou um pacotinho de camisinhas, rasgou o primeiro envelope com os dentes. O estalo do plástico me arrepiou. Desenrolou a borracha no cabo da escova com cuidado, usando os dedos como se fosse um pau de verdade. Passou a palma por cima, alisando, tirando ar. O látex brilhou. O cheiro subiu na hora, aquele “químico” doce que sempre me dá um soco de memória entre as pernas.
Abriu outro envelope e encapou a cabeça lisa da lata. A borracha esticou certinha e ela testou o atrito, deslizando a ponta encapada na própria mão, como se afinasse instrumento. Eu fiquei olhando doida, sentindo a boca salivar.
Eu, deitada ali vendo os preparativos, só imaginava a rola do meu padrasto: grosso, veias marcadas, aquela glande roçando na minha borda antes de sumir inteira e me ocupar até eu sentir a barriga subir. Minha coxa tremeu sozinha. Lambi os lábios, segurei o lençol com uma mão. O ar do quarto parecia mais denso.
Mariana passou a lata encapada na coxa dela, testando se a tampa se soltaria dentro da camisinha, e depois encostou a ponta no meu joelho por fora, de leve, só pra eu sentir a temperatura. Frio primeiro, depois o calor do meu corpo venceu. Ela não sorriu. Parecia em transe, focada, uma sacerdotisa da minha putaria.
— Quer chupar? — ela perguntou, já trazendo a ponta pra perto da boca da minha entrada.
Ela encostou e eu chupei a borracha da lata, língua girando, deixando tudo brilhando. Passei a mesma língua no polegar dela só porque sim, gosto do gesto. Ela respirou um pouco mais fundo. Fez um movimento de foder com a lata na minha boca, devagar, até ficar escorregadia. O som que saiu da minha boca foi indecente.
— Eu vou me virar — sussurrei.
Eu abri as pernas e empinei. Ela encostou a cabeça lisa na minha entrada, de cima pra baixo, e empurrou reto. Entrou pesado, apertando tudo por dentro de primeira. O ar travou no peito e eu segurei o colchão com a mão.
— Na frente. Fundo.
Ela afundou até a base encostar no meu monte. Cheia. Sem folga. O peso do cilindro plantado no fundo me prendeu no lugar. Cada respiração batia no mesmo ponto lá dentro, doendo bom, fazendo meu ventre puxar o cilindro mais.
— Firme aí. Não tira.
Mariana obediente, manteve o desodorante parado e enterrado, pressão constante dentro, era largo, eu precisava de um tempo para meu corpo se acostumar com aquilo. Eu rebolei de leve pedindo mais, mas não tinha, só milímetros estavam para fora, Quando me movi mais um barulho molhado, curto, feio, do jeito que presta.
Eu precisei respirar para poder falar.
— Agora a escova.
— Prima, isso não vai entrar, a lata tá quase te rasgando, não entra. — mariana falou choramingando em desespero.
— É atrás, Mariana! — Vociferei — Mete no meu cu!
— Mas vai ficar fedendo a cocô, Júlia, não quero fazer isso.
— Se você não fizer isso eu juro que eu enfio a lata no seu, anda, por favor!
À contragosto, ela pegou a escova de cabo de madeira já encapada, aproximou da dobra da minha bunda e encostou na porta. Cuspiu na minha bunda; senti a baba quente escorrer e ser espalhada pelo látex. O arrepio veio inteiro na espinha e desceu pro meu cu, que pulou querendo e reclamando ao mesmo tempo. Doeu quando entrou, precisou parar, tirar e recomeçar. A dor veio quente, queimando de leve, e no mesmo segundo virou peso bom, pressão gostosa por dentro. Senti minha bunda cedendo, abrindo, pedindo mais. Eu segurei cada glúteo com a mão, abri tudo e empinei, oferecendo caminho com tesão.
— Empurra! — saiu rasgado, metade dor, metade fome.
A ponta passou. Ardeu seco por um segundo e virou um calor grosso que me fez gemer baixo. O desodorante ficou plantado na frente o tempo todo, pesado no fundo, cutucando o ponto certo e multiplicando o prazer. Enquanto isso, a escova avançava atrás, um centímetro, mais um, sem pressa idiota, e cada avanço arrancava de mim um som sujo, curto, sincero. Quando metade coube, eu empurrei pra trás porque o corpo pediu: queria mais cheio, queria sentir o anel abraçando e o dentro vibrando, queria o choque da frente com o de trás batendo no mesmo compasso.
— Mete tudo.
Eu não sabia o quanto daquilo estava dentro de mim, só sentia o corpo pedir mais. Cheia, preenchida, plena. A frente latejava abraçando a lata, o fundo tremia em volta da escova, e o períneo esticado dava choques quentes que subiam pra barriga. Pressão dos dois lados, um peso gostoso no centro, meu grelo roncando pedinte. Sem espaço pra ar. A cama chiou e eu gemi feio, feliz.
— Agora junto. Na frente forte e atrás fraco. Vai.
Ela travou o desodorante enterrado na frente, prensando no fundo do jeito que me acende. Com a escova, vaivém curto atrás, sempre no mesmo ponto, girando milímetros quando eu marcava o ângulo com o quadril. O barulho ficou indecente: estalo molhado na frente, empurrão surdo atrás, e cada batida arrancava um prazer pesado que vibrava por dentro e voltava no clitóris como faísca. Eu respirei fundo, cabeça vazia, corpo aceso, sentindo a onda crescer do jeito certo.
— Assim. Vai, tou pronta, agora rápido.
A pressão somou. A pele entre os dois ficou fogo, mas do tipo bom, que faz pedir mais. Cada bombeada da escova vibrava no desodorante enterrado. Eu senti o corredor da frente pulsar agarrado no cilindro e o cu abrindo e fechando no ritmo da mão dela.
— Você vai gozar — ela disse, como se eu não soubesse que estava perto.
— Eu vou explodir. — falei gemendo — por favor, continua.
Tinha um orgasmo vindo torto, lateral, estranho de explicar. Subiu dos pés, formigou nas mãos, apertou o ventre e pegou meu reto e minha buceta ao mesmo tempo, vontade de mijar, cagar e gozar junto, corpo perdendo resistência. Frente prensada na lata, fundo abrindo na escova, períneo esticado queimando gostoso, grelo roncando. Ficou impossível segurar.
Veio por cima. O corpo travou, eu empurrei pra frente e pra trás ao mesmo tempo, engolindo a escova e cravando a lata até o fundo; a cama reclamou alto, e um grito curto, sujo, saiu da minha garganta. O gozo abriu por dentro como corte quente, desceu pela barriga, bateu no períneo e explodiu em jato morno escorrendo na coxa; meu cu mordeu a escova em pulsações fortes, minha buceta abraçou o cilindro com fome, o grelo queimou sob a pele e cada espasmo me quebrou em pedaços pequenos. Ela não parou: escova no mesmo ponto, cilindro firme no fundo, pressão do jeito certo, e isso puxou outra onda por cima da primeira; minhas mãos falharam, braços tremendo, perna bamba, nuca suando frio, e eu continuei empinada por teimosia e tesão, sentindo o abdômen contrair, o reto sugar, a frente sugar, tudo fechando e abrindo num compasso indecente que me deixou tonta, cega de prazer, raspando o ar como quem se salva e se acaba ao mesmo tempo.
— Pausa, pausa — bati no colchão duas vezes. — Fica imóvel.
Respirei fundo. Tudo latejava. Cheiro de borracha e suor encharcando o ar.
— Não tira. Deixa aí. Pega meu celular.
— Pra quê? — a voz dela veio incrédula. — Você quer foto sua arrombada? Você é doida.
— Pega meu celular, rápido. Não tira.
Mariana desceu da cama, foi no bolso da minha saia largada no chão e voltou com o aparelho.
— Abre a câmera. — Minha voz saiu falhada. — Assim que tirar as coisas de dentro, você fotografa.
O prazer foi baixando e a dor boa tomou o lugar, grossa, pesada. Eu segurei os dois objetos mais um segundo, corpo tremendo, e mandei:
— Vai. Primeiro atrás. Lento.
A escova começou a sair. Parecia que eu tava cagando grosso. Raspou, ardeu, abriu caminho de novo e o meu cu vibrou inteiro, prazer e dor misturados. Quando a ponta passou, meu anel fechou mordendo no reflexo.
— Agora a lata. Devagar.
O cilindro saiu centímetro a centímetro, a parede da frente raspando na borracha. Ar frio do ar-condicionado bateu lá dentro quando liberou e eu arrepiei da nuca ao cóccix. Vazio quente, buraco aberto, latejo no períneo.
Afastei as coxas com as mãos, me arreganhei mais, suja e aberta, fundo brilhando, tudo exposto. Mariana apontou o celular. Vieram os clarões, um atrás do outro, estalo seco da câmera, minha buceta inchada e meu cu dilatado virando “book”.
— Chega mais perto — mandei.
Ela clicou muda. Só respirava alto. Eu sentia o ar frio entrando e saindo, arrepios subindo, o corpo ainda pulsando.
Último flash.
Mariana continuou muda. Olho arregalado. Mão tremendo no celular. Eu, agora caída de lado satisfeita, olhando pra ela e pensando: “Mariana não está bem”.

