Capítulo 69
Se o Pedro Bial tivesse narrando a cena, agora ele diria:
“Clima de tesão entre os brothers!”
No silêncio da casa, só a luz da cozinha acesa. Eu de frente pra ele, encurralando na pia. Com uma mão segurei o pau por cima do short; com a outra ergui o celular rente ao rosto dele, mostrando a tela com a foto que posei pra Mariana, toda escancarada depois de uma dupla penetração usando coisas do meu armário.
Na minha outra mão, o volume era pesado e vivo: o algodão morno cedia e desenhava a cabeça que ia ganhando forma, a base mais grossa enchia a palma, as veias viravam cordões sob o tecido. Pulsava em batidas curtas que empurravam meus dedos, como se o pau respirasse. O elástico raspava a falange, a costura do short arranhava leve, e dava pra sentir a pele dele escorregadia por baixo, umidade marcando o pano. Entre macio e duro, carne e pedra, ele crescia um pouco a cada aperto meu, girando no eixo quando deslizei a mão, e o calor dele subiu pelos meus dedos até o meu juízo.
Nele só mexiam os olhos, que iam de mim pra tela e voltavam. Ele prendia o ar, a voz não saía, e o desespero de sermos pegos me acendeu por dentro.
— Julinha… caralho! Para com isso — ele juntou forças e virou a cabeça por cima de mim, vigiando o corredor. — E se alguém aparece, garota doida?
— Tá com medinho? — minha mão deslizava e os dedos mapeavam o volume cada vez maior, a cabeça já tentando furar o tecido, sem espaço no calção. — Você não é homem, não?
— Vamos pro quarto do seu irmão, ele não tá em casa — ele barganhou, a voz curta, olho preso na porta fechada na escuridão.
— Não. — puxei o short e liberei, o pau caiu pesado na minha palma, lustroso. — Você não vai me comer.
Fechei a mão na base e subi devagar, torcendo no fim do curso. Ele arfou. O jato de ar quente bateu no meu rosto. O corpo dele deu um passo que não andou.
— Você gosta de ficar olhando, né? — cuspi na mão e voltei, punho firme, o outro segurando a base pra não escapar. — Cercando, jogando piadinha…
A glande brilhou. Um fio grosso desceu até o meu punho. Eu pressionei o polegar abaixo da cabeça e desenhei um oito lento. Sem tirar o celular da cara dele.
— Olha, você não gosta de ver? …mas quando a coisa fica séria — apertei, parei no limite, ele tremeu — você é frouxo.
— Ju… por favor… quarto… — ele sussurrou, as pernas duras, o quadril pedindo mais sem coragem de mexer.
Quando eu entro nesse transe eu não me reconheço. Um demônio toma conta do meu corpo. Vibra tudo. Parece ódio, mas é fome. Eu queria o olho dele preso na tela do meu celular.
— Shhh… — ele chiou, era barulho de cobra puxando ar. — Me manda essas fotos… manda?
— Você quer que eu pare o que eu tô fazendo pra mandar agora? — falei no riso, punho subindo e torcendo no topo.
Ele não respondeu. Entendeu o jogo. Eu virei a tela de leve, encostei no rosto dele. O brilho lavou as pupilas. A glande pulou na minha mão.
— Eu vou deixar você segurar — aproximei o celular da palma dele. Ao mesmo tempo, cuspi de novo na mão e voltei a bater, ritmo curto, estalo úmido no fim do curso. Ele gemeu grave, quase sem voz. — Mas se você mandar a foto pro seu telefone, você vai ver só.
— Tá… tá… eu não mando… — ele arfou, dedo tremendo no frame do celular, sem coragem de tocar na tela.
— Isso. Olha. — Apertei a base, subi em oito e parei no freio, só a borda da cabeça pra fora, fazendo ele tremer. — Segura o celular com uma mão. A outra fica quietinha. Se encostar em mim eu paro na hora. Quem mexe nele sou eu.
— Ju… porra… tá…
— Fica olhando pra minha buceta na tela, olhando o que você nunca vai ter. — Recomecei a punheta mais funda, alternando ritmo, polegar pressionando abaixo da cabeça.
De perto, o pau me assustou de bom e me ligou num transe. Bati o olho e chutei uns vinte centímetros. Grosso na base, afunilando num corpo cônico que enchia minha palma. A cabeça pontuda, sem capa, rosa e brilhando. Veias altas correndo pelos lados, quentes, pulsando contra meus dedos. Pesado do tipo que cai e faz barulho de carne. E o saco… grande demais. Redondo, cheio, pele esticada e macia, um peso quente que eu nunca tinha segurado.
Meu corpo respondeu antes do pensamento. Boca salivou, barriga ficou oca, meu clitóris acordou num choque. Dei o celular na mão dele e tomei a rola com as duas. A de baixo fechou firme na base, a de cima trabalhou a glande em giro curto. Três rápidas, uma longa, pausa no anel logo abaixo da cabeça só pra eu sentir ele tremer. Apertei o saco na subida, medi o peso, rolei cada bola devagar. O gemido dele veio grave e cortado. O quadril tentou avançar, eu prendi. Mandava eu.
O chão gelado sob meus pés, geladeira marcando o tempo, luz branca lavando nossa indecência. A cada volta do punho um estalo úmido. Um fio grosso me sujava a mão e eu adorava a meleca quente. Cheiro de sabonete e sal. A pele dele corria lisa, viva, empurrando minhas falanges com cada pulsada, e isso me deixava mais molhada. Senti minhas coxas apertarem sozinhas. Prazer subindo em espiral.
— Fica quieto — murmurei, sem desviar o olhar.
A perna dele tremia no joelho. A mão agarrada no celular, como se fosse frágil. Subi com as duas juntas, punho duplo, torção no topo, polegar cruzando a fresta. Desci até a base prensando os testículos, senti o saco encher na minha mão e soltei em câmera lenta. O gemido dele quebrou na cozinha, feio e lindo, e eu mordi o lábio pra não rir do desespero. Aquilo me dava poder. E poder me dava mais tesão.
Eu olhei pra ele perdida e, meu Deus, como eu queria enfiar aquilo em mim. Não fiz. Ainda me restava um fiapo de juízo. Eu tava de saia, era só puxar a calcinha pro lado e pronto, dava pra me recompor se alguém aparecesse. O problema não era vestir, era calar: segurar meus gemidos e abafar o barulho das pancadas dele socando forte em mim.
Empurrei a cadeira que estava atrás de mim me atrapalhando com a bunda ; o rangido da madeira no piso riscou a casa inteira. Me ajoelhei. O pau dele ficou a centímetros do meu nariz, quente, pesado, o gosto de sabonete com sal batendo no céu da boca antes mesmo de eu abrir.
— Escuta, não goza na minha boca, seu animal. Ouviu? — sussurrei antes do ataque.
Ele assentiu com uma cara de dor boa. Eu fechei a mão na base e fui com a língua primeiro, um beijo na cabeça, outro no freio, depois um estalo molhado só pra marcar território. Enfiei metade e voltei. Mais fundo. Voltei. Garganta. O reflexo veio seco; eu prendi o som, respirei pelo nariz e desci de novo, tentando até meu nariz encostar no osso do quadril. A baba abriu caminho grossa, escorreu no queixo, pingou entre os meus peitos e caiu no azulejo. Meu clitóris despertou num clarão, minhas coxas se fecharam sozinhas, e eu sorri em volta da rola porque a fome gritava.
A mão de baixo trabalhava firme no eixo, a de cima girava a glande em círculos curtos. Eu alternava três rápidas e uma longa, parando no anel logo abaixo da cabeça só pra sentir ele tremer. Quando puxei o saco, grande e quente, o corpo dele vibrou inteiro. Apertei mais. Quase maldade. Ele soltou um ruído curto, parecia um “sim”. Então eu torci na subida, dei dois tapas nas bolas, um leve e um mais pesado, e desci com a boca funda, garganta abraçando, olhos meus nos olhos dele, carinha de Júlia. A tela do celular morreu no canto da mão, esquecida. Ele não conseguia olhar outra coisa.
Eu marquei ritmo de máquina: punho duplo, sucção forte no topo, polegar atravessando a veia, língua varrendo a fresta. A cada volta, um estalo úmido; a cada estalo, um gemido mastigado pra não acordar a casa. O joelho dele tremia, a mão buscava apoio, o quadril queria avançar mas eu segurava.
— Fica quieto. — Subi devagar até só a cabeça ficar na boca, suguei, e desci tudo de novo, sem piedade.
O desespero subiu pelo pescoço dele, endureceu a mandíbula, virou calor dentro da minha boca. Eu apertei o saco de novo, senti encher de um jeito que avisa. Parei um segundo no fundo, garganta colada, contei até dois só pra me provar, e saí com um estalo molhado, cuspindo brilho na glande.
— Eu vou… — ele avisou, quebrado.
Saí da frente no ato, segurei firme na base e continuei batendo. Curta e rápida, depois longa e funda, o anel apertado no limite da cabeça. Os jatos vieram grossos, quentes, batendo no piso frio, respingando no meu punho, riscando o azulejo. Eu mantive o ritmo até a última pulsada balançar na minha mão, então fui soltando devagar, vendo a cabeça latejar ao ar, rosa e brilhante.
Me levantei, com os pulsos cansados e bochecha formigando, rindo curto do espetáculo que eu fiz.
— Agora limpa a sujeira que você fez, seu porco!
Ele assentiu mudo, ainda zonzo. Passei o dorso da mão no queixo pra tirar o fio de baba, ajeitei a saia e fui embora deixando ele sozinho e sem olhar uma só vez para trás.
Quando cheguei na escada. Eu vi quase no alto, Mariana sentada, quieta, o rosto metade sombra, metade luz. Sem expressão.
Talvez tivesse visto tudo. Eu congelei, zero movimentos, zero pensamentos, só inexistência.
Quando percebeu que eu vi, levantou devagar e sumiu pro quarto sem dizer nada. O coração bateu forte no meu pescoço. Eu respirei fundo, me sentei na escada onde ela estava e fiquei ali, por horas olhando a escuridão e ela olhando para mim de volta.

