Capítulo 73

Uma coisa que ninguém pode me chamar é de galinha, porque eu não tenho pena. A história dele até era triste, mas a minha dava de dez. Meus pais me ferraram tanto a cabeça que até desisti de psicólogo — sabia que não tinha conserto. E cá estou, viva e funcional, milagre.

Fechei a porta na cara dele, arranquei a toalha e fiquei pelada naquele quarto dos sonhos, só meu. Liguei o ar-condicionado no máximo — e já decidi que ele só ia desligar no dia que eu fosse embora — e fui pulando pro banheiro. Antes de entrar no banheiro, gritei para garantir:

— Vou tomar banho, só me chama se tiver morrendo ou se a pizza chegar!

Sem resposta. mas eu sabia pela luz embaixo da porta que ele estava ali.

Tinha uns quarenta minutos e ia aproveitar cada segundo. O banheiro era lindo, novinho, mármore branco com detalhe dourado, chique mas sem exagero. Luz pra todo lado, e dava pra deixar só uns pontinhos acesos, bem de clima. Como não tinha ninguém pra dividir, decidi: hoje o namoro é comigo mesma — hora da siririca.

Aquilo era bom demais, a água quentinha passando pelo corpo e eu ali, afundada até o pescoço, olhando pro teto. Fiquei pensando o que será que o povo faz numa banheira dessas. Tem quem leia, quem beba vinho, quem poste foto com espuma até o queixo. Eu devia ter pego um vinho — certeza que na adega deles tem garrafa pra cacete — mas fiquei com preguiça.

Depois de uns minutos parada, comecei a ficar entediada. Água parada, cabeça fervendo, corpo pedindo alguma coisa. Aí minha mão foi descendo sozinha, eu sentindo a minha pele quente naquela água. Passei a palma entre as pernas, sentindo a minha boceta querendo o meu toque, quente, escorregando na água. A ponta dos dedos achou o ponto, e só de tocar já deu aquele arrepio, dois dedos em volta do meu clitóris era o suficiente para descarregar uma Itaipu e fazer meus olhos virarem.

Fechei os olhos e lembrei da Mariana, do jeito que ela me chupava, da língua rodando devagar, da respiração quente batendo na minha pele. Meu corpo reagiu igual, as pernas se abriram sem nem pensar. Comecei a me tocar mais firme, o som da água batendo junto, o coração acelerando.

Gostoso, mas a coisa não ia.

Deslizava o dedo, fazia pressão, parava, enfiava as pontinhas na entradinha dela, brincando comigo. Sentia a pulsação latejando por baixo, o calor crescendo. Encostei o calcanhar na borda da banheira pra abrir mais, deixei o peito fora d’água, os mamilos duros com o ar gelado. Passei a outra mão neles, apertando de leve, gemendo baixinho.

Começou a ficar bom, não dava liga…

A lembrança dela me deixava elétrica. Aquele sorriso maldito, a provocação nos olhos, a calma de quem sabe exatamente onde me desmonta. Tentei copiar o ritmo que ela fazia, respiração solta, mais devagar do que eu costumo. Mesmo assim, parecia que tinha uma trava em mim, tipo porta emperrada.

“Eu vou sair daqui leve”, prometi pra mim mesma. Fechei os olhos e troquei o canal na cabeça. Em vez dela, puxei a memória do MO dia do ônibus, a confusão na lavanderia, o barulho da máquina, o susto bom de ser vista e não ser. O perigo sempre me acende. Senti o corpo responder, como se alguém tivesse girado um botão escondido.

Me ajeitei de lado na banheira, abracei uma perna, procurei um ponto só meu. Toquei como quem conhece o caminho de casa no escuro. O choque da água fria no peito me fez rir sozinha. “Foca”, eu disse baixinho. Deixei o resto do mundo lá fora e fui afinando a pressão, a cadência, o tempo entre um suspiro e outro. O quarto sumiu. Ficou só o som da água e minha cabeça rodando filmes que ninguém precisa saber.

A lembrança dela me deixava acesa. Eu via a boca, o brilho molhado, o olhar de safada me encarando enquanto me lambia. Tentei copiar o ritmo com os dedos, mas nada engrenava. Talvez fosse a água. Talvez fosse a brigada gente mal resolvida.

Eu precisava gozar nessa banheira de qualquer jeito. Decidi mudar o filme. Puxei o dia do Moço do ônibus, a loucura na lavanderia de casa. Dei pra ele, depois pro Pedro, ainda levei uma chupada da Mariana com boceta toda dolorida e vermelha. Tudo no mesmo dia. Na lavanderia, eu sentada na máquina, aberta e entregue, e ele me lambendo devagar.

Fechei as pernas debaixo d’água e virei um pouco de lado. Apertei as coxas, roçando uma na outra, enquanto uma mão achava um ponto fixo. Com a outra belisquei o peito. A turbulência da água fazia o bico gelar e esquentar em segundos. Enfiei dois dedos dentro e senti minha textura. Meu corpo inteiro vibrou e eu amoleci.

Agora vai…

Fechei os olhos e apertei ritmado a minha pepeca por dentro, bem na base do clitóris, lembrando dele. Do jeito que o pau entrou gostoso, me preenchendo inteira, me deixando maluca. Eu lembro do ar de sua boca batendo no meu pescoço e o gemido veio na boca, meu corpo deu um tremelique e foi só isso…

— Que caralho, essa porra de boceta tá quebrada? — falei dando um tapa na água molhando o banheiro inteiro.

— Vai ficar molhado esse caralho de banheiro, eu não vou secar.

Eu peguei meu telefone, abri o app de ciclo menstrual só para confirmar o que eu estava pensando e era isso mesmo, eu estava para entrar na TPM, e nesse periodo eu seco que nem o Saara.

— Alegria de pobre nunca pode ser completa — fiquei ali sentada, xoxa, tirei o tampão da banheira e fiquei ouvindo a água ir embora pelo ralo, rindo pro nada, completamente desanimada.

Mas então, o capeta me atentou, eu lembrei do menino na porta. Eu de toalha e ele me olhando… um arrepio leve me bateu na nuca, senti meus peitos ficando friorentos pedindo um aperto, olhei para minhas pernas que se fecharam sozinha… era meu corpo dando trela pra ideia ruim.

— Ah mano, sussega Julinha, na última vez que você foi bancar de exibida deu uma merda do caralho…

Mas aí eu comecei a imaginar sacanagem, como seria fazer com aquele menino que provavelmente era virgem? Eu poderia fazer as maldades que eu quisesse, judiar dele, marcar meu nome na história dele para sempre.

— Judiar dele seria legal… imagina eu chupando o garoto e ele desesperado?

Aquilo me fazia rir e ao mesmo tempo o meu corpo dar mais sinais. Meu grelo latejava baixinho, pedindo atenção, e eu sentia aquela umidade voltando devagar, mesmo com a porra da TPM tentando sabotar. A água da banheira ia baixando, deixando minha pele arrepiada com o ar gelado do quarto batendo nos peitos que estavam sem cobertura da água quente, os mamilos duros feito pedrinhas. Eu me encostei na borda, abri as pernas um pouco, sentindo a água morna ainda lambendo as coxas enquanto esvaziava, aquele barulho gorgolejante enchendo o banheiro.

Minha mão desceu sozinha, deslizando pela barriga molhada, chegando na pepeca que já estava inchadinha querendo. Toquei de leve primeiro, só a ponta do dedo médio rodando no clitóris, sentindo ele pulsar contra a pressão, e um gemido baixinho escapou, ecoando no azulejo frio. “Porra, Julinha, vai nessa mesmo?”, pensei, mas o tesão já tinha tomado conta, o corpo traindo a cabeça como sempre.

Eu me ajeitei melhor, apoiei uma perna na borda da banheira, abrindo mais, a água agora no nível da minha bunda, fresca e escorrendo devagar. Enfiei dois dedos dentro, sentindo a textura macia e quente, aquela fricção gostosa que me fazia rebolar sem querer, o quadril subindo um pouco pra encontrar a mão.

O cheiro dos sais de banho misturados com o meu próprio cheiro subia, úmido e safado, e eu acelerava o ritmo, imaginando o moleque ali me olhando eu fazer aquilo, olhos arregalados, a rola dura na calça sem saber o que fazer. Eu o via na minha cabeça, eu mandando ele se ajoelhar, chupando ele devagar só pra ver o desespero, os gemidos dele me dando mais fogo.

Meu peito subia e descia rápido, a respiração pesada, e eu beliscava o mamilo com a outra mão, apertando forte, sentindo a dorzinha misturar com o prazer, o corpo inteiro travando aos poucos. Os dedos iam mais fundo, curvando pra acertar aquele ponto que me faz ver estrelas, o barulho molhado da água e da minha pepeca se misturando, e eu sentia o orgasmo subindo, quente e violento, o abdômen contraindo, as pernas tremendo, quase lá, quase explodindo em um jato daqueles que me deixam rindo de choque…

De repente, um grito do lado de fora e batidas fortes na porta do quarto:

— Ei, a pizza chegou! Quer que eu traga ou você vem pegar?

Meu corpo travou no susto, o prazer foi embora com o resto da água deixando só a frustração queimando. Eu me levantei, querendo chorar!

— Esse merdinha me paga!