Capítulo 8
Eu entrei em casa com a cabeça fervendo.
“Eu não preciso gostar, eu só preciso fazer ele gozar e pronto. Duas horas. Eu aguento duas horas. Depois eu mando ele embora e acabou.”
Fui repetindo isso enquanto puxava ele pela mão. Ele vinha atrás de mim, mas o cheiro chegava antes — ele exalava um cheiro de toalha molhada. Aquilo me embrulhou o estômago. Acelerei o passo, como se distância resolvesse.
Assim que chegamos no quarto, falei:
— Vai ali no meu banheiro e toma uma ducha pra ficar confortável. Eu vou passar um café pra gente, tá?
Ele parecia perdido. Olhava tudo com curiosidade de criança e riso de quem não sabe onde colocar as mãos. Só balançou a cabeça e foi pro banheiro.
Assim que ouvi o som da água, fui direto pro meu armário. Peguei um robe de seda e um conjunto qualquer — nem olhei direito se combinava — e fui para o banheiro dos meus pais. Eu juro que nunca me preparei tão mal pra transar com alguém. Normalmente eu levava meio dia nisso: cabelo, manicure, depilação, talvez até uma massagem. Mas pra ele… ia ser banho com o sabonete que tivesse por lá. O cabelo, com cheiro de churrasco e suor, eu não ia lavar. E a lingerie que escolhi — “de dar” — nem sabia se servia ainda, ou se tinha furo.
Meu banho foi mais rápido que o dele. Sequei o rosto, encarei meu reflexo e ri de nervoso. Aquilo não era preparação, era improviso. Respirei fundo. “É necessário? Duas horas. Só duas.” Estranhei não sentir vergonha de ser vista com aquela roupa.
A lingerie era linda, vermelha com nude e preto, detalhes que falavam francês sozinhos. A frente cavada, cós alto, atrás ela entrava perfeitamente na bunda. Tinha cinta, liga, meia… mas eu não ia vestir o set completo pra ele. Já estava fazendo demais. Se ele resolvesse rasgar, seria um crime.
Fechei o robe de seda e voltei pro quarto. Ouvi a porta do banheiro onde ele estava abrindo. O robe era arma por si: marcava na pele, caimento mágico. No contraluz, revelava tudo o que escondia. Ele me viu assim, parada na frente dele, a luz recortando meu corpo.
— Fernanda? Caralho… que roupa linda.
— Gostou? É de ficar em casa.
— É?
Apoiei a sola de um pé no chão e encolhi a outra perna. Eu sabia como isso desenhava minhas curvas. Girei de leve, deixei o robe escorregar dos ombros, revelando um seio por trás do sutiã.
— É um conjuntinho lindo. Quer ver?
Eu esperei a resposta. Não veio. Ele me olhava e, de relance, olhava a porta. Cara de quem queria fugir.
Deixei o robe cair por completo e me virei devagar, dando a ele a vista certa da minha bunda. Rebolei de leve, ofereci. Ele ficou estático, como quem não acredita na própria sorte.
— Sabe o que eu quero de verdade, Guiga?
— Aula de direito constitucional?
— Não, Guiga. Eu quero que você me coma forte.
Mais tarde eu aprenderia que essa não é a frase que se diz antes de ver o tamanho do pau do cliente. Ali não faria diferença, e vocês vão entender já já.
O olhar dele para a porta me irritou. Saí da personagem por dois segundos, fui lá e fechei. Voltei respirando fundo, apaguei mentalmente a presença dele e empurrei o corpo para a cama. Arranquei a calça. Puxei a cueca junto com a bermuda. Me esforcei para não olhar para a cueca — isso me derruba. Se estivesse velha, furada, manchada, eu ia querer vomitar.
Ele ficou deitado de camisa, cara de nervoso, olhando pra mim. Subi na cama engatinhando, lenta, em direção a ele. Eu ainda não tinha olhado para baixo. Criava coragem. Fixei o olhar no rosto dele, como quem olha e não vê. Levei as mãos às costas e soltei o sutiã. Meus seios saltaram para o ar familiar do quarto. Quando me toquei, um arrepio cortou. O corpo reage mesmo sem vontade.
Ele sorriu torto, se ajeitando na cama. Nenhuma iniciativa. Nenhuma pista de que soubesse o que fazer com uma mulher. Eu tinha que decidir: beijar ou chupar.
A cara dele não convidava. Então eu me enfiei entre as pernas dele e, só aí, encarei de verdade. Dei um sorriso de canto, protocolar.
— Nossa… que selvinha, hein?
O pau era grosso, mas curto, pendurado num matagal que parecia nunca ter visto gilete. Segurei a coisa com a mão quente, mantendo o sorriso e a cara de tesão como quem segura personagem. Fui punhetando de leve, sentindo o peso ganhar vida nos meus dedos. Passei a unha em volta, mapeando textura. O saco não ajudava: grande, espalhado, cada ovo indo pra um lado, pentelho embaraçado parecendo ninho.
“Coragem, mulher. Já tá aqui. Vai.”
Eu desci. A boca abriu pra abocanhar a cabeça e aí me veio a regra básica: “cheira a comida antes de comer”. Fiz um desvio tático, enfiei a língua no saco primeiro. Pelos na boca, língua arranhando de leve, um incômodo que eu ignorei com técnica. No primeiro toque da minha boca o homem enrijeceu. O pau subiu na minha mão, um gemido comprido escapou, o corpo dele ficou todo retesado
— Caralho… tu chupa bem pra caralho — ele soltou, arfando.
Eu tinha dado só uma lambida e uma chupada preguiçosa na bola. Nada que merecesse medalha. Sorri por educação, respirei pelo nariz, ajustei a pegada e voltei ao serviço, lenta e sem vontade. O polegar rodava na cabeça do pau dele, que endurecia, mas não crescia. Difícil medir no meio de tanto pentelho.
Um líquido brotava da ponta, viscoso. Esperei juntar o bastante, levei ao nariz — cheiro neutro, passei no teste. Levei à boca: salgado, com um fundo de café. Dava pra encarar.
Fui no pau dele de vez. E olha, eu sei o que faço. Não precisei de muito. Enfiei tudo na boca — tudo, que nem era muito, uns treze centímetros no máximo. O volume da calça dele, no fim das contas, era mais saco e pentelho que qualquer outra coisa.
Chupei do jeito certo, técnica fria, só o básico: boca quente, língua girando leve, muita baba, uma pressão medida na subida. Nenhum tesão, só execução. A mão seguia firme no eixo, o som úmido preenchia o quarto. Eu fazia aquele barulho de engasgando só por que eu sei que eles gostam. Bastou um minuto assim, alternando sucção e aperto nas bolas, pra sentir o corpo dele travar.
“Fácil”, pensei, já me afastando meio por dentro.
— Eu … eu … eu … eu vou gozar…
Eu podia ter parado ali. Era o ponto perfeito pra encerrar: ele gozava, eu limpava a boca e mandava embora. Mas não. Alguma parte teimosa, ou curiosa, quis ver até onde eu ia. Talvez pra provar que eu conseguia ir mais longe. Talvez pura burrice.
Soltei o pau dele.
Ele riu, deitado, olhando pro teto, e aquele riso me deu um embrulho. A boca aberta, cáries fundas, panelas escuras nos dentes de trás. “Ainda bem que ele não quis me beijar”, pensei, e engoli o enjoo junto com o ar.
Ajeitei o cabelo, respirei fundo e fingi tesão.
— Posso sentar em você? — falei manhosa, fingindo charme.
Ele assentiu com aquele ar de bobo satisfeito. Subi nele devagar, o corpo grande, mole, meio barrigudo. O calor da pele dele me envolveu por baixo e, por um segundo, o peso da cena pareceu real demais. Sentei primeiro nas bolas, só pra medir o espaço, e respirei fundo. Eu não estava seca, mas também longe de molhada. Se pedisse pra ele me chupar, ia ser o fim — ele com certeza faria errado e eu ia secar de vez.
Fiquei ali, parada, olhando em volta tentando lembrar onde diabos estava o lubrificante. A cabeça girou num pensamento rápido: “Por que eu tô de frente pra esse homem? Se eu virar, eu nem vou precisar ficar olhando para a cara dele, e ele ainda vai achar mais gostoso.”
Virei de costas, subindo no movimento.
— Acho que quero te dar um showzinho — murmurei, fingindo que era provocação, quando na verdade era estratégia.
Cuspi um jato grosso de saliva na mão, espalhei entre as pernas, e esfreguei em mim com força, umedecendo o suficiente pra não rasgar. O pau dele me esperava ali, duro, quente, numa grossura que no máximo era OK o bastante pra preencher mas sem ameaçar.
Apoiei uma mão na coxa dele e fui descendo, lenta. O atrito queimou primeiro, depois veio o calor, aquele calor que o corpo reconhece antes da cabeça permitir. O pau foi entrando aos poucos, abrindo espaço dentro de mim, e o ar saiu pesado dos meus pulmões.
Não era prazer, era o reflexo do corpo reagindo. A cada centímetro, o incômodo se misturava com uma onda morna que subia da base até a nuca. Quando ele entrou por completo, eu fiquei parada, respirando fundo, sentindo o quente pulsando lá dentro. Eu ainda me forcei mais para baixo para ver se tinha mais alguma coisa para entrar, mas não, era só isso que ele tinha.
“Pronto”, pensei. “Agora é só terminar o serviço.”

