Capítulo 10

Lelê percebeu minha entrega e mudou o ritmo. A língua dela começou a insistir num ponto, um toque contínuo que me fazia perder a razão. Pequenos círculos, pressão exata, a ponta dela firme no clitóris, como se quisesse me domar. Os dedos acompanharam, escorregando no mesmo compasso, deslizando entre os lábios, espalhando o que escorria de mim.

O som da boca dela era úmido, hipnótico. O ar vinha em gemidos curtos, e o calor subia pelo corpo até o peito. Cada vez que eu arqueava, ela apertava as coxas contra mim, prendendo, segurando, me obrigando a ficar ali, inteira. A língua fazia movimentos longos, depois rápidos, voltava ao centro, alternando o ritmo como quem conhece o caminho pelo sabor.

Meu corpo tremia. As mãos afundavam nos lençóis, depois se perdiam no cabelo dela. Eu tentava conter o gemido, mas o som escapava, rouco, desobediente. Lelê aumentava a força devagar, lambendo mais fundo, sugando com mais vontade, como se quisesse me levar até o limite e parar um segundo antes.

Ela ergueu o rosto um instante, os lábios brilhando, o olhar fixo em mim. A respiração pesada. — Assim? — perguntou, antes de voltar, sem esperar resposta.

A sucção veio mais firme. Ela alternava língua e boca, mordendo leve, sugando, deixando tudo em tensão. O prazer crescia, pulsando, pedindo espaço. Eu sentia o corpo se abrir, o calor expandir até o pescoço, o ar ficando curto. Cada toque dela parecia saber o que vinha depois, me preparando, esticando o instante até o limite.

Os dedos agora se moviam junto com a boca, dois deles deslizando em círculos, massageando a entrada, só provocando. A língua não parava, firme no clitóris, desenhando o ritmo do meu gemido. A sensação era uma linha tênue entre desespero e entrega. O corpo todo respondia em espasmos pequenos, a pele úmida, quente, viva.

Quando achei que ela fosse parar, ela me segurou pelas coxas e mergulhou outra vez, sem piedade. A língua deslizou mais fundo, pressionando com força, o som da respiração misturado ao meu. O mundo virou aquilo: a boca dela, o calor, o toque constante. A tensão crescia como um elástico esticado demais, pronto pra romper.

Eu agarrei o lençol, sentindo o tremor subir das pernas. O ventre pulsava num compasso que ela seguia com precisão cruel. Era desejo puro, sem intervalo, e Lelê sabia. Ela sabia o que estava fazendo comigo.

O corpo inteiro se arqueou, pedindo mais, e ela obedeceu — mais rápido, mais forte, mais fundo. Até que eu não consegui mais pensar, só sentir. O prazer veio em ondas curtas, cada uma mais intensa que a anterior. Lelê não parou. Seguiu, firme, até que eu tremesse por completo, sem fôlego, o som da minha voz se perdendo entre os gemidos e o ar quente do quarto.

O prazer começou como um tremor pequeno, quase tímido, um latejar que nascia no fundo e subia devagar. Lelê sabia. A língua dela não errava. Firme, parada no ponto certo, ela desenhava pequenos círculos que pareciam acender cada nervo meu. O som da respiração dela batia na minha pele, quente, e o ar entre nós era denso, úmido, cheio de cheiro de corpo e saliva.

Meu ventre se contraía em espasmos curtos, a cada toque mais fundo da língua. Os seios reagiam, duros, o bico sensível roçando no ar, pedindo toque. Eu arqueava, tentando conter, e o corpo respondia sozinho, as coxas fechando e abrindo sem ordem. O calor crescia em ondas, lentas e irresistíveis.

Lelê então deslizou os dedos de novo, com a ponta molhada, buscando a entrada. Ela não apressou. Entrou devagar, dois dedos, firmes, empurrando o ar pra fora de mim. O som foi pequeno, molhado, e o corpo se moldou em volta deles, acolhendo. Ela manteve ali, parada, fundo, enquanto a boca voltava a me chupar.

O contraste era perfeito — o calor fixo dos dedos, o movimento preciso da língua. Eu gemia, baixo, tentando respirar, sentindo o prazer me comer pelas bordas, invadindo aos poucos, dissolvendo tudo o que era controle. O coração batia no mesmo ritmo do toque dela.

O mundo se estreitou. O som era o da língua, o da pele, o meu nome escapando sem querer. O corpo inteiro pulsava, e quando o gozo começou, não veio em explosão. Veio em ondas pequenas, sucessivas, lambendo cada pedaço de mim por dentro.

O primeiro espasmo eu senti surgindo no ventre, depois nos seios, depois nas pernas. As contrações me atravessavam, curtas, doces, cada uma mais funda que a anterior. Eu sentia o calor se espalhar, um formigamento leve subindo pelo peito até a garganta.

Lelê não parou. Chupava firme, fixa, a língua girando no mesmo ponto, e os dedos imóveis dentro, apenas pressionando. O corpo respondeu com mais força, a pele arrepiando, os músculos se contraindo ao redor da mão dela. O prazer virou corrente, elétrica e morna, correndo da barriga ao peito, do peito à boca.

O gemido saiu rouco, quase um soluço. Eu tremi inteira, os olhos fechados, o corpo arqueado, o mundo inteiro reduzido à língua dela e ao que eu sentia. O orgasmo me tomou inteira, lento, mágico, dissolvendo o tempo, deixando só calor e respiração.

Quando amansou, fiquei ali, imóvel, o corpo ainda latejando. Lelê levantou o rosto, o brilho da boca refletindo a luz fraca do quarto. Eu respirava como quem volta de um mergulho. Ela passou a mão na minha barriga, subiu até o peito, acariciou o seio com carinho, e sorriu.

Lelê subiu devagar, o corpo ainda colado ao meu, o calor dela se misturando ao meu suor. As mãos vieram primeiro, deslizando pela minha cintura até alcançarem meu rosto. Ela me olhou por um instante, os olhos fundos, e sem dizer nada, encostou a boca na minha.

O beijo veio quente, molhado, cheio do gosto de mim. Era salgado e doce, espesso, vivo. Quando a língua dela entrou, eu senti — o meu próprio gosto, o cheiro, a textura. Aquilo me arrepiou inteira. Era estranho e perfeito. Um círculo que se fechava. Meu corpo reconhecia aquele sabor e, ainda assim, era novo, mais intenso, vindo de fora, devolvido por outra boca.

A respiração ficou curta. Eu gemi dentro do beijo, sentindo o desejo crescer de novo, uma vertigem leve subindo da barriga. A língua dela me dominava, sem pressa, espalhando o gosto pelo paladar, fazendo eu me saborear por dentro de sua boca.

Quando o beijo parou, ela encostou a testa na minha e ficou respirando fundo, as mãos ainda segurando meu rosto.

— E aí hetera, curtiu?.

Eu fechei os olhos, o coração batendo rápido demais. O corpo dizia outra coisa. Eu queria. Queria tentar. Queria saber o que vinha depois.

— Sim! Eu quero te chupar — respondi, baixo, quase um sopro. — Eu só… não sei como.

Lelê sorriu, um sorriso pequeno, calmo, e passou o polegar pelos meus lábios, ainda úmidos.

— Você vai descobrindo comigo — ela sorriu de novo e foi para o meu lado, retirando sua roupa inteira. — vem.

Eu me ajoelhei ao lado dela, as mãos tremendo enquanto prendia o cabelo atrás da orelha. O ar estava pesado, denso, e meu corpo todo vibrava em nervosismo.

— Posso ir direto? — perguntei, sem saber onde colocar os olhos. — Meio que apontando para baixo.

— Pode — ela respondeu, calma, aberta.

Eu respirei fundo. Não era medo do que vinha, era o medo de não saber fazer, de não gostar e estragar aquele momento. Mas o desejo estava ali, pulsando. O corpo dela me chamava de um jeito que eu nunca tinha sentido antes.

Apoiei as mãos na cama e desci, devagar, me acomodando entre suas pernas. O calor da pele dela me envolveu, o cheiro era limpo, doce, quase discreto. Vi de perto a textura suave, os pelos finos, claros, e o brilho úmido que começava a se formar. A pele dos grandes lábios era macia, mais escura, lisa ao toque. Toquei de leve com a ponta dos dedos e senti a carne reagir, viva.

Eu a olhei por um instante. Ela respirava fundo, os olhos semicerrados, o peito subindo devagar. Senti um arrepio. Aproximei o rosto e passei o nariz, aspirando o cheiro morno que vinha dali — não era estranho, não era sujo, era quente, humano, quase doce.

A primeira lambida foi tímida, um toque rápido. O gosto me surpreendeu: salgado, leve, metálico, com um fundo quase adocicado. Era o gosto dela. Quando a língua passou de novo, mais firme, senti a textura mudar — úmida, quente, pulsante.

O corpo dela reagiu. Um gemido curto, quase um sussurro. Os quadris se moveram de leve. Senti o poder disso. O som saiu por causa de mim. A língua continuou, lenta, explorando cada dobra, cada canto, reconhecendo o terreno.

Fui descobrindo o que fazia diferença: um toque mais firme e ela arqueava; quando eu passava de leve, o ar escapava em gemidos. Fui brincando entre os lábios, sentindo o calor aumentar, o gosto se intensificar, mais salgado, mais úmido. Cada movimento me deixava mais confiante, mais curiosa.