Capítulo 22
Quando a ligação finalmente terminou, larguei o celular de lado, suspirei fundo e me virei pra ele. O clima ainda pairava no ar, denso, quente, mas agora ele estava mais calmo. Não era mais o mesmo homem que quase me jogou contra o carro na garagem. Agora ele estava no ritmo daquela primeira vez, cuidadoso, lendo meus sinais. Talvez porque eu tivesse freado ele logo no início — e agora ele se segurava. Se segurava pra não me arrebentar no meio.
Lá no fundo, confesso… eu queria o fogo de antes. Queria ver ele me pegando como se não houvesse amanhã, como se eu fosse uma urgência no corpo dele. E planejei: quando a coisa esquentasse de novo, quando eu sentisse que estava no ponto, eu mesma ia pedir. “Vai com força.” Ia dar o sinal verde.
As roupas caíram rápido. Tão rápido que nem reparei. Só percebi que já estava pelada, de pé, grudada no pau dele, com os dedos dele entrando em mim e a boca devorando meu pescoço como se quisesse deixar marcas. Meu corpo se moldava ao dele com uma facilidade que me assustava. A respiração entrecortada, os gemidos baixos, o som da pele contra pele — tudo acontecia ali mesmo, antes de encostar na cama.
Eu me sentia molhada. Entregue. Quase em transe.
Mas mesmo ali, com a carne quente, a pele arrepiada e o pau dele pulsando contra minha barriga, uma parte de mim ainda pensava no Junior. Queria ele ali. Queria que ele visse… Por um segundo, imaginei seu cheiro, o jeito que me olhava. Eu sei, sou chata. Chata comigo, principalmente.
Mas não deixei isso transparecer. Nem por um segundo.
Ele me pegou no colo como se eu não pesasse nada e me jogou na cama com uma vontade que eu quase acreditei que fosse filme. Só que não era filme. Era motel barato. E a cama era de cimento com um colchão mole. Resultado? Levei um porradão nas costas quando caí.
— Ai, porra! — reclamei, meio rindo, meio com dor. — Tu quer me quebrar?
Ele riu também, mas já vinha por cima, escalando meu corpo. E antes que eu pudesse respirar fundo, ele já tava ali, no meio das minhas pernas, abrindo tudo com as mãos como quem rasga presente. Puxou minhas coxas pra cima, me dobrando, me jogando contra a boca dele sem nem pedir licença.
E aí, minha filha…
Ele me chupava como se tivesse sido pago. Como se tivesse fome. Como se fosse morrer se não lambesse tudo. A língua dele vinha direto, pesada, quente, batendo no meu clitóris sem dó, como se quisesse fazer eu gozar na força. Nada de preliminar tímida, nada de “posso?”, nada de romantismo. Era bruto. Era urgente, do jeito que eu queria.
A boca fazia um vácuo gostoso, molhado, que puxava meu clitóris como se sugasse meu juízo. Ele gemia baixo, com a cara enfiada no meu sexo, como se aquilo ali fosse a melhor coisa que ele já provou na vida. E eu… eu não conseguia mais pensar. Só sentia a língua dele se enfiando, subindo, descendo, rodeando a entrada, e depois voltando com precisão no botão certo.
As mãos me seguravam firme pelas coxas, e às vezes ele descia com a língua até o meu cu, lambendo ali com a mesma vontade. A língua passava quente, depois subia de novo num estalo, e me chupava como se estivesse punhetando a boca em mim. Era indecente. Era bom. Era tudo.
Eu me debatia, gemia, prendia os lençóis com os dedos como se aquilo fosse me salvar. Meus quadris começaram a reagir sozinhos, subindo, descendo, querendo mais. E ele entendia. Me dava mais. A cada chupada, meu corpo dava um tranco. Era como se ele lesse meu tesão pelos espasmos. Eu sentia o gozo vindo lá do fundo da barriga, esquentando, crescendo, e ele sabia. Sabia e não parava.
Quando uma hora a coisa começou a ficar insuportávelmente boa eu avisei
— Ain, eu…. Eu vou gozar… caralho…
Na última vez, eu tinha gozado umas oito vezes. Oito. E agora, com nem cinco minutos que ele tinha me pegado de jeito, meu corpo já começava a falhar de novo. O ar me escapava, as pernas tremiam. O gozo vinha vindo de novo, incontrolável.
— Vai não… vai quando eu mandar.
A voz dele era seca, funda, autoritária.
E antes que eu pudesse reagir, me virou de lado com força, me empurrando com o quadril até eu ficar de quatro na beira da cama. Eu obedeci no ato. Nem pensei.
— Vai… me usa. Faz o que você quiser… — minha voz saiu quase em prece.
Ele não respondeu. Só segurou minha cintura com força e voltou com a boca. Só que dessa vez não foi direto na boceta. Foi mais fundo. Foi onde quase ninguém ia.
A língua dele se enfiou no meu cu com uma fome que me desmontou. Não era só uma lambida tímida. Era uma chupada de verdade, molhada, intensa, como se ele quisesse abrir espaço com a boca. E pra piorar — ou melhorar — ele enfiava os dedos em mim enquanto isso. Vários. Dois, três, eu não sabia mais quantos. Entravam molhados, firmes, e faziam pressão contra a parte da frente, batendo no ponto exato.
Meu corpo reagia como se estivesse em pane. Eu me contorcia, arfava, chorava de tesão. Meus braços tremiam de tanto me apoiar na cama, e ele, por trás, metia a língua com mais força, como se quisesse me virar do avesso.
E ainda batia.
Cada lambida vinha acompanhada de um tapa seco na bunda. Forte. Ecoava no quarto. O som da pele batendo me deixava ainda mais fora de mim. E queimava. Doía. Marcava. E mesmo assim, eu empinava mais. Dava mais. Sentia a língua lambendo, os dedos metendo, os tapas vindo, o som da respiração dele atrás de mim, e tudo aquilo parecia um delírio. Eu queria gritar, mas a voz saía falhada. Era como se meu corpo estivesse implorando por alívio, e ao mesmo tempo não quisesse parar nunca mais. Ele me segurou pelo quadril, abriu ainda mais minhas pernas, enfiou os dedos mais fundo, e a língua desceu até meu cu de novo, lambendo com desespero. E foi aí. Foi aí que veio.
Veio de dentro, quente, rasgando meu ventre como uma onda impossível de segurar. Meu corpo inteiro endureceu, minhas mãos cravaram no lençol, meu peito travou, e eu gozei com força. Fiquei muda por um segundo — era tanto que nem som saiu. O corpo arqueado, a boceta contraindo nos dedos dele, o cu latejando da língua. Um gozo sujo, molhado, escorrendo pelas pernas, me deixando sem chão.
— Isso… assim… goza pra mim… — ele gemia atrás de mim, lambendo até o fim.
Eu tremia. Perdi as forças. Caí de lado na cama, arfando como quem voltou da beira da morte. Meus olhos lacrimejavam, minha boca entreaberta tentava puxar ar, e meu corpo ainda pulsava como se implorasse por mais. Ainda deitada, tentando encontrar o fôlego, senti o colchão afundar atrás de mim. Ele veio de novo, colado nas minhas costas, quente, decidido, e sem dizer nada me envolveu num abraço possessivo. Sua mão deslizou pela minha barriga, subiu devagar até os meus seios, apertou com vontade e depois desceu de novo, abrindo minhas coxas com a perna até encontrar o caminho que ele já conhecia de cor.
Sem aviso, sem hesitação, ele enfiou. Enterrou tudo de uma vez, bruto, fundo, direto. Meu corpo gritou por dentro e o gemido escapou alto. A boceta ainda pulsava da última gozada e recebeu o pau dele com um misto de dor e prazer, daquele jeito intenso que só acontece quando o corpo está destruído, mas ainda faminto. Eu sentia ele me preenchendo inteiro, o calor, a pressão, o deslizar molhado do pau batendo fundo a cada estocada.
Ele me mantinha presa com uma mão na cintura e outra na coxa, me abrindo toda, enquanto metia devagar no começo, mas cada vez mais fundo, mais ritmado, mais firme. A sensação era de que ele queria me enterrar na parede, me rasgar por dentro, marcar tudo com a força daquele tesão contido. E eu deixava. Me entregava. Meu quadril acompanhava, mesmo sem forças, reagindo a cada investida como se fosse meu corpo implorando mais.
A respiração dele batia quente no meu pescoço, e ele dizia coisas sujas no meu ouvido, me deixando mais molhada, mais entregue. A mão dele desceu até meu clitóris e começou a esfregar com a mesma firmeza que ele metia, como se quisesse me desmontar inteira ali, daquele jeito, sem me dar trégua. Meu corpo reagia, estremecia, a boceta contraía em volta dele, como se sugasse o pau para não deixar sair.
E então, eu gozei. De novo. Forte, intenso, em silêncio, com o ar travado na garganta e o corpo todo encolhendo por dentro. Era como se eu quebrasse em mil pedaços e cada parte minha fosse moldada pela força dele, pelo ritmo dele, pelo pau dele me destruindo até o fim.
Só que dessa vez eu fugi. Tão logo gozei, ainda sentindo os espasmos percorrendo meu corpo, me empurrei pra frente com um impulso rápido e saí debaixo dele, escapando da pressão, do peso, do ritmo que me consumia. Caí de bruços no colchão fino, ofegante, o coração batendo no pescoço, as pernas moles, a buceta latejando aberta e molhada.
— Calma, caralho… — resmunguei, sem conseguir disfarçar o riso ofegante. — Eu bem que falei que queria com força, mas se continuar assim, você me mata antes da primeira hora de motel.
Ele riu também, satisfeito, respirando pesado, ainda duro, e ergueu as mãos como quem se rende.
— Tá bom… tá bom… rendido.
O sorriso no rosto dele era quase infantil, orgulhoso, suado. O peito subia e descia rápido, como se o próprio corpo ainda estivesse tentando acompanhar o que a gente tinha acabado de fazer. Ele me olhava como quem acabara de vencer uma luta, mas sem pressa de sair do ringue. Eu, por outro lado, estava desmontada. O cabelo grudado na testa, a pele úmida, a boca entreaberta, e a alma… fora do corpo. Eu ria e gemia ao mesmo tempo, tentando encontrar alguma dignidade naquela cama que mais parecia um campo de batalha.
— Me deixa respirar dois minutos… — pedi, fechando os olhos. — Senão vou ter que pedir oxigênio e ambulância.
Ele se deitou do meu lado, ainda com o pau latejando, e me puxou pra perto, beijando meu ombro devagar, sem pressa.

