Capítulo 12
A casa começava a adormecer, como fazia todas as noites, mas naquela… eu não devia trancar nada. Ao contrário, precisava deixar tudo aberto. Eu era a cúmplice silenciosa de um crime que não deveria ter testemunhas.
Ele deveria entrar em silêncio, na calada da noite, pegar o que quisesse e ir embora, sem ser visto, sem deixar rastros.
Eu permaneci acordada, atenta, vigiando cada movimento. Era a olheira de plantão, garantindo que tudo estivesse seguro — ou melhor, livre. O portão pequeno, lá fora, com o cadeado solto… e a janela do meu quarto, escancarada. Ninguém veria ele entrar. Ninguém veria ele sair.
E então, na hora combinada, o celular vibrou. Era uma mensagem dele:
“Posso entrar? Todos dormiram?”
Um joinha era o suficiente para confirmar que ele poderia entrar. Corri pela casa apagando as luzes que ainda estavam acesas, desliguei a televisão e fui para o meu quarto. Quando entrei, passei o trinco na porta e fui até a janela ver sua chegada. Eu estava vestida para deitar, uma camisola confortável, pronta… e muito nervosa.
Um vulto atravessou o portão e deslizou pela entrada da casa, seguindo pelo corredor lateral, estreito e silencioso. Eu mal conseguia distinguir o rosto naquela escuridão, mas não precisava — eu sabia exatamente quem era o meu ladrão.
Como um gato, ele se aproximou, ágil e furtivo, soltando um “oi” sussurrado, quase cúmplice, antes de passar uma perna pela janela. Eu recuei um passo, permitindo sua entrada, e assim que ele pisou no chão do meu quarto, fechei a janela.
Agora… o crime.
Ele não esperou que eu me virasse — me atacou pelas costas, com a urgência de quem não podia mais esperar.
Primeiro foi o cheiro que me atravessou, brutal, preenchendo o quarto antes mesmo de eu sentir o calor do seu corpo: cheiro de homem, denso, carregado, um perfume amadeirado, levemente adocicado, que se espalhou pelo ar de forma lenta e insinuante. A qualquer segundo, alguém poderia perceber. A casa inteira poderia sentir aquele cheiro do meu desejo e seguir até aqui.
Depois, do toque, o choque.
Seu abraço me envolveu pelas costas, me enredando como uma armadilha — uma das mãos firme na minha cintura, me ancorando, me puxando para si; a outra, descontrolada, encontrou meu seio e apertou sem delicadeza, com uma força que me arrancou um suspiro surdo, um quase protesto, que morreu antes mesmo de nascer.
O corpo dele colou no meu, quente, sólido, inegável. Quando me puxou ainda mais, até me fundir à sua pele, o ar me faltou. Senti a respiração presa na garganta, a pele arrepiada pela súbita consciência da vulnerabilidade.
A boca dele correu pelo meu pescoço, faminta, alternando entre mordidas cruas e chupadas intensas, marcando minha pele sem nenhum pudor. Ele buscava a minha boca, errante, ansioso, enquanto a mão descia com a mesma urgência até a minha bunda, apertando com força, reivindicando, tomando.
Ele tinha fome… e pressa. Fome de mim, pressa de me usar, de me possuir ali mesmo, naquele quarto escuro, com a casa inteira dormindo, alheia ao que estava prestes a acontecer.
Minha mão, atrevida, não esperou convite. Escorregou sem cerimônia até encontrar o volume duro dentro da calça dele, pulsante, quente, vivo. Comecei, sem hesitar, a puxá-lo para fora, lutando contra o tecido e contra a própria impaciência, enquanto ele ainda me mantinha de costas, colada a ele, como se não quisesse me soltar nunca.
Quando finalmente conseguimos nos desvencilhar um do outro, meio ofegantes, rimos — rimos como dois bobos, cúmplices, rendidos, no meio da penumbra do quarto, como se o riso fosse a única maneira de suportar a tensão que nos consumia.
Ele então arrancou as roupas com uma velocidade atroz, como quem não admite perder nem mais um segundo, rasgando a noite com sua pressa. E quando o pau saltou, livre, ao vento, meus olhos brilharam numa alegria imediata, quase infantil, enquanto a boca se enchia de água, instintivamente, desejosa.
Eu me sentei, comportada, com a falsa docilidade de uma boa moça na própria casa — pernas juntas, as mãos repousando sobre as coxas, como quem espera com paciência… mas só por fora.
Antes, claro, não resisti: lancei a ele um sorrisinho cínico, provocante, carregado daquela malícia que ele já conhecia tão bem — um convite e um desafio, tudo no mesmo olhar.
E ali fiquei, quieta…
Quando ele já não tinha mais nada que o cobrisse, veio até mim — sem pudor, exalando apenas o tesão cru de homem, com o pau duro no ar.
Primeiro, o pescoço. Ele me agarrou com força, me puxando até que, por um instante, me faltasse o ar. Um risco de medo me atravessou, apagando o sorriso provocante que ainda restava.
O olhar dele era selvagem, sem freio — um tesão que me causou medo e desejo ao mesmo tempo.
A boca me invadiu, num beijo bruto, a língua dominando a minha, me deixando mole, entregue, rendida.
Com os joelhos, forçou minhas pernas a se abrirem, contrariando qualquer resistência até que não restasse nenhuma. Me rendi, sem escolha. Depois, me empurrou — um gesto seguro, de quem sabe que vai ter o que quer — e me fez deitar, me abrindo por completa. Eu estava cada vez mais molhada. Sentia a umidade se espalhando, enquanto as coxas tremiam pedindo o peso dele.
Ele desabou sobre mim, a pele queimando na minha, enquanto a cabeça do pau dele roçava insistente, procurando espaço, exigindo passagem. Minha roupa ainda estava ali — inútil, frágil, um obstáculo que só adiava o que nós dois já não conseguíamos conter.
— Já? — sussurrei, ofegante, sem nem saber se era um protesto ou um convite.
Ele não queria perder tempo com jogos, nem eu. Não havia espaço para hesitação.
Quando senti o tecido ceder, a calcinha puxada, torcida, ele atravessou a última resistência e me invadiu de uma vez só, duro, abrindo meu corpo com violência e fome.
A pele quente dele deslizou, espessa, forçando a entrada até afundar por completo. A ponta roçou meu clitóris num choque breve e elétrico, antes de sumir dentro de mim, me alargando, me ocupando, me enchendo inteira.
O ar me fugiu dos pulmões, a boca entreaberta, muda, enquanto o peso dele me mantinha ali, imóvel, completamente rendida à única certeza que me atravessava: ele estava dentro. Fundo. Totalmente.
Cada investida fazia a calcinha se dobrar, se enroscar, apertando ainda mais, aumentando a fricção, tornando tudo mais úmido, mais quente. Meu corpo cedeu, se moldando ao dele, aceitando cada movimento, cada estocada, enquanto ele ia e voltava, ritmado, me molhando, me tomando, arrancando suspiros que eu nem percebia estar soltando.
Eu sentia ele dentro de mim por inteiro, profundo, preenchendo cada espaço. Precisei tampar a boca com a mão, abafando os gemidos que escapavam sem controle. Ele sabia… sabia exatamente o meu jeito, os meus sinais, os limites do meu corpo — e, mais ainda, os atalhos.
Ele acelerava quando eu queria pressa, mas também sabia quando parar, quando apenas se enterrar em mim, me forçando a sentir, a pulsar ao redor dele. E era isso que ele fazia agora… parava, se deixava afundar, me prendendo com o peso e a presença.
Nessas pausas, eu instintivamente me trancava em volta dele, apertando com força, como se meu corpo quisesse sugar ainda mais, puxar, manter. O tesão explodia, crescente, incontrolável, fazendo o calor subir até me consumir inteira.
Ele ficou ali, colado em mim, enterrado até o fim, o corpo tenso, a respiração descompassada no meu ouvido. E então começou… indecente, me xingava entre dentes, enquanto me mordia com força.
— Cachorra… vadia… goza pra mim… — ele sussurrava, a voz rouca, enquanto cravava os dentes na minha pele, marcando, atiçando ainda mais.
E eu gozei, gemendo abafado, trancada nele, estremecendo inteira, com a mão apertando a própria boca, tentando conter um grito que simplesmente não cabia ali.
Quando o corpo finalmente parou de pulsar, recuperei o fôlego — mas não a vontade. Pelo contrário… o desejo só parecia mais faminto.
Empurrei ele com força, fazendo-o sair de cima de mim, deixando o pau escorregar quente, molhado, pesado, enquanto ele se levantava, confuso e excitado.
— Fica de pé — ordenei, ofegante, me virando de costas e me colocando de quatro, sem cerimônia, com a bunda empinada, o peito colado na cama, as pernas afastadas, deixando ele ver tudo.
Senti o olhar dele me atravessar, quente, faminto, antes das mãos virem com força, agarrando minha cintura, puxando meu quadril pra ele. O toque firme, possessivo, me arrancou um arrepio e a calcinha pelas coxas.
Ele se inclinou, esfregando o pau na minha entrada, passando pela minha pele molhada, até me penetrar de novo, com ainda mais força, mais bruto. Entrei em choque, o ar sumiu da garganta, e só consegui gemer, aberta, completamente exposta, enquanto ele começava a meter.
Os quadris dele batiam contra a minha bunda, fortes, ritmados, e cada estocada fazia meu corpo ser empurrado pra frente, me arrancando suspiros, gemidos, palavras desconexas. Ele segurou meu quadril com força, depois agarrou meu cabelo, puxando a minha cabeça pra trás, me obrigando a arquear, a me entregar ainda mais.
— Assim… assim que eu gosto… — ele rosnava, entre tapas secos que estalavam na minha bunda, fazendo a pele arder e o tesão crescer.
O som da pele batendo, misturado aos nossos gemidos, aos estalos, ao barulho úmido do pau entrando e saindo, criava um ritmo sujo, desesperado.
Eu sentia ele me preenchendo inteiro, indo fundo, mais fundo do que parecia possível, me rasgando em sensações que me faziam perder a noção, o controle, o juízo. A pele queimava, o corpo inteiro latejava, os músculos se contraíam sem que eu pudesse evitar.
Quando achei que não aguentaria mais, que meu corpo não suportaria tanta intensidade, ele puxou meu cabelo ainda mais forte, me forçando a arquear, a me abrir completamente pra ele. E foi nesse momento, nessa entrega brutal, que ele meteu com tanta força, tão fundo, que o orgasmo explodiu dentro de mim, devastador.
O grito me escapou, rouco, rasgado, enquanto eu me apertava em volta dele, me contraindo de um jeito frenético, involuntário, como se quisesse sugar ele inteiro pra dentro de mim. As pernas falharam, os braços cederam, mas ele me segurava firme, me mantendo ali, enquanto meu corpo estremecia, convulsionava em espasmos descontrolados.
E ele sentiu… sentiu meu gozo tomando conta, me sacudindo. Perdeu a noção. Acelerou ainda mais, selvagem, os quadris batendo violentos, até que enterrou tudo, até o fim, me segurando com força pela cintura.
Foi quando eu senti… quente, grosso… ele gozando dentro de mim, jorrando com força, preenchendo cada espaço, me marcando de um jeito sujo e delicioso. A cada pulsada dele, mais um jato quente me invadia, me fazendo gemer de novo, me obrigando a ficar ali, aberta, entregue, acolhendo tudo, sentindo tudo.
Ele tremia, o corpo inteiro tenso, enquanto me segurava com tanta força que doía. E quando parecia que tinha acabado, ele ainda me deu dois tapas secos na bunda, fortes, estalados, fazendo minha pele arder, como quem sela, como quem afirma: minha.
Eu só consegui sorrir, de olhos fechados, ofegante, rendida, completamente fodida — e, mesmo assim, com o corpo ainda pulsando, querendo mais… querendo sempre mais dele.
Ele ficou ali, parado atrás de mim, ainda dentro, ainda latejando, as mãos firmes na minha cintura, como se não quisesse — ou não pudesse — me soltar. Eu sentia os espasmos finais do corpo dele se misturando aos meus, aquela quentura escorrendo devagar, sujando minha pele, marcando o meu corpo, misturando o nosso cheiro, o nosso suor, o nosso crime.
Ficamos alguns segundos assim… ou minutos, não sei. O tempo perdeu o sentido. Só conseguia sentir — a respiração descompassada dele nas minhas costas, o peso, o calor… e aquela sensação impiedosa de ter sido invadida, usada, possuída, mas, principalmente… desejada.
Ele soltou, enfim, um suspiro longo, satisfeito, e se afastou um pouco, me deixando vazia, escancarada, exposta. Eu me deitei de lado, puxando a camisola que ainda pendia frouxa em algum ponto do corpo, sem pressa.
Nos olhamos, cúmplices, sem palavras. Ele se vestiu em silêncio, com aquela pressa ensaiada de quem sabia o caminho de volta, de quem precisava desaparecer sem deixar rastros, como um verdadeiro ladrão.
Antes de ir, se aproximou da cama, se inclinou sobre mim e mordeu de leve meu lábio inferior, puxando devagar, com um olhar que me fez arder de novo, como se dissesse: “eu te amo”. Eu apenas fechei os olhos, deixei um meio sorriso escapar e não disse nada. O barulho leve da janela se abrindo, os passos silenciosos desaparecendo pela noite… e pronto. Ele já não estava mais ali.
A casa continuava adormecida, como se nada tivesse acontecido. Como se eu não tivesse acabado de ser fodida de um jeito que ainda me fazia tremer. Como se meu corpo não estivesse, agora, marcado, molhado, latejando de prazer e falta.
O crime foi cometido. O ladrão entrou, pegou o que queria e foi embora. Ele me roubou e fui eu que armei tudo para ser roubada. E a certeza é que ele vai voltar. E eu… eu vou deixar a janela aberta de novo.
Sempre.