2482 palavras
9 minutos
Eu não queria

Após um dia exaustivo, ela só queria descanso — mas ele a conhece demais. Entre carícias lentas e jogos sensuais, ela se rende ao prazer inesperado.

Capítulo 10#

O dia tinha sido um caos. Eu estava completamente moída, o corpo doía em lugares que eu nem lembrava que existiam e minha mente parecia um emaranhado de fios soltos. Ainda havia a casa — bagunçada, barulhenta, desorganizada. Lista de compras esquecida em algum canto, louça na pia, roupas fora do lugar. Eu não tinha energia nem para pensar, muito menos para agir.

— Amor, cheguei!

A voz dele preencheu a sala, alegre como sempre. Eu estava sentada no sofá, ainda com a roupa de trabalho, os ombros caídos, os olhos pesados. Ele entrou carregando sacolas com comida e, claro, uma garrafa de vinho. Aquele vinho denunciava uma intenção sutil, quase um código entre nós. Quando ele trazia vinho sem ocasião, era porque queria algo mais — carinho, pele, desejo. Sexo.

Mas hoje… hoje não dava. Eu me sentia péssima por negar, mas o que eu mais precisava era de um banho quente e oito horas de sono sem interrupções.

— Tá tudo bem? Você parece exausta. Vai tomar um banho, eu já levo uma taça pra você.
— Ah, amor… obrigada. Você consegue dar um jeitinho na cozinha pra mim?
— Pode deixar.

Ele sorriu, com aquele jeito tranquilo que sempre acalmava tudo, e começou a guardar as compras com naturalidade. Eu me levantei devagar, sentindo cada músculo reclamar, e fui para o banho — o único ritual sagrado de cuidados próprios que eu ainda conseguia manter nos meus dias arrastados.

Eu estava nua em frente ao espelho, observando meu próprio reflexo como quem procura respostas. As marcas do dia ainda estavam ali — olheiras, a pele sem brilho, um cansaço que parecia ter se entranhado em cada poro. Suspirei. E foi nesse momento que a porta do banheiro se abriu.

Ele entrou devagar, como quem respeita um território do outro, mas ainda assim se convidar. Seus olhos deslizaram pelo meu corpo com aquele desejo silencioso de sempre — um desejo que não me cobrava nada, só me contemplava. Eu gostava disso nele. Sempre gostei. Na mão, ele segurava uma taça de vinho tinto.

— Eu vou beber isso no chuveiro? — perguntei, arqueando uma sobrancelha com leve provocação.

— Qual o problema? — ele retrucou, com aquele sorriso safado que ele mal tentava esconder.

— O senhor quer é me embebedar… — brinquei, pegando a taça da mão dele — …mas nem adianta. Desculpa, amor, hoje não…

Ele fez aquela cara de ofendido teatral, quase uma criança apanhada no flagra.

— Nem pensei nisso, amor. Imagina! — mentiu com a maior cara de pau do mundo, e a gente sabia. Ambos sabíamos.

Eu ri, sem conseguir evitar. Quando ele saiu, levei a taça aos lábios e virei metade de uma só vez. Um pouco de álcool realmente parecia uma boa ideia. Relaxava, aquecia.

Fiquei ali mais alguns segundos e enfim entrei debaixo do chuveiro. A água quente escorria pelo meu corpo como um abraço. Senti meus músculos finalmente soltarem, como se meu próprio corpo dissesse “agora sim”.

No fim do banho, ele apareceu de novo — como quem sabe o momento exato de voltar. Entrou no banheiro, começou a tirar a roupa com uma naturalidade deliciosa. Tínhamos essa coisa nossa… essa intimidade leve, gostosa, cúmplice. Dividir o banheiro, escovar os dentes juntos, um entrar enquanto o outro saía. Não havia vergonha entre a gente, só presença.

— Amor, já arrumei tudo na cozinha — ele disse, agora nu, prestes a entrar no box. — Leva o vinho pro quarto e escolhe uma série pra gente assistir agarradinhos. Pode ser?

O jeito como ele falou, doce e casual, me arrancou um sorriso. Trocamos um beijo rápido, úmido do vapor do banheiro. E antes de sair, parei por um segundo na porta, observando ele de costas. Alto, pele clara, e aquela bunda redonda, firme e macia que sempre me dava vontade de morder.

Dei uma risadinha baixa, tentando conter o riso excitado que escapava sem pedir permissão. Hoje não era dia pra eu dar sinais… mas meu corpo, às vezes, tinha vontade própria.

Deitada na cama, envolta pelo lençol fresco, eu segurava uma nova taça de vinho enquanto a televisão desfilava opções que não prendiam minha atenção. Os títulos passavam como borrões. Eu apenas deslizava os dedos no controle, à espera de algo que nem sabia o que era.

Ouvi a porta se fechar com um leve clique. Ele entrou no quarto e trancou — um gesto silencioso, quase inocente, mas eu conhecia bem aquele código. Estava só de cueca, o corpo ainda úmido do banho, e aquele ar leve de quem finge não querer nada… mas quer tudo. Respirei fundo e sorri, meio derrotada, meio divertida. A insistência dele era sempre doce, e, no fundo, previsível.

Ele se deitou ao meu lado com um cuidado que só os amantes atentos têm. Seu corpo encostou no meu com naturalidade, trazendo calor. Beijos leves tocaram minha orelha e desceram pelo pescoço, como se ele pintasse uma trilha invisível com os lábios. Falava de filmes, séries, coisas banais, como se o toque das mãos dele não estivesse dizendo outra coisa.

Seus dedos passeavam por cima das minhas roupas, audaciosos, porém suaves. Uma carícia que parecia pedir licença a cada novo gesto. E mesmo exausta, mesmo sem vontade real, eu sentia. Claro que sentia. O corpo respondia antes da razão. Aqueles toques sabiam exatamente onde provocar e onde acalmar.

— Amor… — sussurrei com doçura, os olhos semicerrados — eu queria só ficar quietinha hoje…

Ele me olhou com ternura, como quem entende, mas ainda assim tenta.

— Olha, eu só quero te relaxar… não precisa fazer nada, tá? Eu fico aqui, fazendo carinho em você… te dou uns beijinhos… só isso.

Assenti em silêncio. Aquele tipo de carinho eu aceitava. Era o tipo de aconchego que meu corpo implorava.

Então ele me beijou. Um beijo cheio de calma e intenção, sem pressa. A língua dele tocava a minha com suavidade, se demorando, me fazendo esquecer a TV, o cansaço, o mundo lá fora. Seu hálito tinha gosto de vinho e um calor que me envolvia. Eu tentei recuar, quebrar o ritmo antes que virasse algo que eu não queria… ou achava que não queria. Mas ele me prendia pela boca, sem força, só desejo. Um cativeiro de afeto.

Sua mão se aventurava com mais coragem, os dedos passeando preguiçosamente pela minha barriga, subindo pelas curvas até alcançar meus seios. O toque era quase um sussurro, mas me arrancava arrepios que eu não queria confessar. Meu corpo começava a se entregar, mesmo que eu lutasse contra isso com a mente cansada.

E então, sem pensar, deixei escapar…

— Isso é bom…

Ele continuava explorando meu corpo com uma paciência que me desmontava. Seus lábios desceram da minha boca para o meu pescoço, pousando como se cada parte da minha pele fosse sagrada. A cada beijo, um arrepio. Ele sabia onde tocar, como lamber devagar e depois soprar, deixando uma trilha quente e fria ao mesmo tempo, que fazia meu corpo inteiro reagir.

Quando ele chegou aos meus seios, não teve pressa. Primeiro, sua boca beijou a lateral, como se pedisse permissão. Depois, a língua girou em círculos lentos ao redor do mamilo, molhada, quente, brincando com ele com uma suavidade quase hipnótica. Ele alternava beijos longos e sugadas leves, tão lentas que o prazer virava uma espécie de embriaguez.

Meus olhos se fechavam, os músculos relaxavam e, por um instante, achei que fosse adormecer ali, embalada pelo calor do seu toque, pela textura da sua língua, pelo ritmo doce da respiração dele sobre mim. Era um beijo nos seios, mas parecia um afago na alma. Meu corpo se entregava sem culpa. Eu não me mexia, apenas sentia.

Então, como quem lê os sinais do corpo melhor do que as palavras da boca, ele desceu uma das mãos até entre minhas pernas. Seus dedos encontraram minha calcinha já úmida, quente, rendida. Pressionou de leve, como se dissesse: eu sei.

Meu corpo reagiu com um leve arquejo, uma entrega involuntária. Mas eu não queria. Ainda não. Por mais que meu sexo dissesse sim, minha mente ainda resistia.

— Amor… — murmurei, com a voz embargada de desejo e hesitação — eu disse que hoje não…

Ele não respondeu de imediato. Sentia o calor da minha pele, sentia minha umidade dizendo tudo, mas respeitava até mesmo o “não” que tremia.

Se afastou por um segundo. Eu achei que ele fosse parar, respeitar minha pausa. Mas então, sem que eu visse exatamente o que fazia, ele se virou para a cabeceira da cama e pegou algo na gaveta.

Um som metálico, baixo, ecoou entre nós. E antes que eu pudesse entender, antes que pudesse protestar de verdade, senti o toque frio do metal no meu pulso.

— Ei… o que é isso? — minha voz veio baixa, mais surpresa do que indignada.

— Shh… você disse que queria ficar quietinha. Então eu vou garantir isso. Só um pouquinho. — Ele sorriu, aquela malícia mansa que me fazia perder o fôlego.

Meus braços foram erguidos suavemente, e o clique das algemas fechando em volta dos meus pulsos me deixou imóvel presa ao encosto da cama. Meu coração acelerou, não de medo — mas de entrega. De não ter mais o controle. Eu podia protestar, mas parte de mim sabia que já tinha perdido essa batalha.

E então, para minha surpresa, ele se levantou.

— Ei… onde você vai? — perguntei, entre confusa e excitada.

Ele olhou por cima do ombro, com aquele olhar travesso, e apenas respondeu:

— Vou ali pegar uma coisa… já volto.

E saiu do quarto, me deixando ali, nua, algemada, quente e completamente entregue — à espera.

Quando ele voltou, a luz fraca do abajur desenhava apenas sua silhueta. Em uma das mãos, uma nova garrafa de vinho, na outra… nada. Mas o que mais chamou minha atenção foi a ausência de seu rosto.

Eu forcei os olhos, tentando entender o que via.

— Você tá… de máscara?

Ele não respondeu. Apenas ficou ali, parado por um instante, nu, ereto, a pele brilhando com um leve suor, respirando fundo. Aquele silêncio me desconcertou. Ele não era mais ele. Era alguém — ou algo — diferente. Um homem sem rosto, um personagem de alguma fantasia não dita. Um estranho.

Ele caminhou até o pé da cama, e no instante em que tentou tomar espaço entre minhas pernas, instintivamente lutei. Fechei as coxas, empurrei com os pés, tentei fazer força mesmo sabendo que estava algemada e limitada. Era meu corpo dizendo não tão fácil assim. Era o jogo.

Mas ele não disse uma palavra. Simplesmente agarrou meus quadris com firmeza, sem agressividade, mas com uma autoridade que me desarmava. Seus braços fortes prenderam minha resistência de um jeito controlado. E quando suas mãos rasgaram o tecido da minha calcinha com um puxão certeiro, senti o frio do quarto encontrar minha pele quente, molhada, exposta.

Arfei.

Eu estava completamente entregue, aberta, escancarada. E isso só me deixava mais quente.

Ele se encaixou entre minhas pernas, empurrando-as para os lados, me mantendo aberta como quem abre um livro que já conhece de cor. Eu ainda rebolava em negação fingida, tentando afastá-lo, mas ele não recuava — e eu não queria que recuasse. Aquele era nosso jogo. Eu dizia não com o corpo, mas minha pele, minha respiração, minha umidade gritavam sim, agora, por favor.

E então, ele me provou.

Sua boca afundou entre minhas coxas com uma fome silenciosa. A língua quente encontrou meu sexo com precisão, como se já soubesse exatamente o que fazer — e sabia. Lambidas longas, devotas, umedecendo e abrindo, brincando com o clitóris com movimentos lentos e depois rápidos, criando aquele contraste delicioso que me fazia perder o juízo.

Minha cabeça tombava para trás, os gemidos escapavam mesmo quando eu tentava engolir. Meus quadris se moviam por conta própria, implorando, buscando mais, mais fundo, mais forte.

— Ai… ai… — minha voz veio embargada, arfante — não para… não para agora…

Eu estava perto. Sentia o orgasmo subir como uma onda quente, elétrica, prestes a explodir. Mas então… ele parou.

Simplesmente parou.

Deixou minha pele latejando, meu sexo pulsando no vazio, e me olhou. A máscara, o silêncio, o controle absoluto. Eu quase chorei de frustração.

— Por que você…? — tentei protestar, sem conseguir esconder o desespero no olhar.

Ele se aproximou, a boca colada na minha orelha, e sussurrou com um deboche doce:

— Você disse que não queria… e eu vou respeitar isso.

— Por favor…

Eu implorei sem vergonha nenhuma.

Ele não disse mais nada. Apenas subiu sobre mim com a calma de quem tem todo o tempo do mundo. Seu corpo se encaixou ao meu como se voltasse ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Senti o calor da sua pele sobre a minha, o peso delicioso do seu corpo pressionando o meu, e entre as minhas pernas… a presença dele, rígida, viva, latejando.

Seu sexo roçava em mim com lentidão, como uma promessa. A cabeça do seu pau pressionava meus lábios inchados, molhados, escorregando entre eles numa dança preguiçosa. Me fazia arfar só com esse toque. A pele da sua glande era quente e suave, mas firme, cheia de vontade. Eu sentia cada pulsar dele como se fosse dentro de mim — e ainda nem era.

E então ele entrou.

Devagar. Devagar demais.

A ponta abriu minha buceta como uma pétala que se desfaz com o toque da manhã. E ele foi avançando centímetro por centímetro, enterrando-se com um cuidado quase reverente. Meu corpo se moldava ao dele, quente e úmido, envolvendo, sugando, apertando. Eu sentia tudo. Cada veia, cada curva, cada pulsação.

E ele parava. Quando estava todo dentro, ele parava.

Enterrado por completo, ele me deixava senti-lo ali, ocupando cada milímetro de mim. Eu apertava instintivamente, como se meu corpo não quisesse deixá-lo escapar. Sentia seu pau preenchendo de um jeito profundo, lento, delicioso, como se ele fosse uma extensão de mim mesma.

— Ai… — escapou dos meus lábios como um suspiro, um gemido tímido.

Eu latejava.

Ele se movia pouco, quase nada. Um vai e vem curtinho, só o suficiente pra provocar, pra fazer meu clitóris roçar nele em cada mínima saída. Era mais pressão do que movimento. Mais presença do que velocidade. E isso me deixava louca.

Cada vez que ele enterrava devagar, eu sentia uma onda quente me invadir. Meus músculos tremiam, o ventre contraía, minha respiração falhava. Era como um orgasmo que se preparava há horas, só esperando um toque certo. E agora, ele estava ali — o toque, o peso, o ritmo, o homem.

Meu corpo inteiro se acendia, como uma vela em chama baixa, que de repente é tomada pelo vento.

E eu gozei.

Sem aviso. Sem estardalhaço.

Foi um gozo calmo, profundo, daqueles que vêm de dentro, que não precisam de força nem de velocidade. Meus músculos apertaram ele com força, como se meu corpo soubesse agradecer por ter sido tão bem tratado, tão respeitado e ainda assim tomado por completo. Eu tremi inteira, a boca entreaberta num gemido sem som, os olhos fechados, o coração disparado.

Ele ainda estava dentro, enterrado em mim, quente, duro, quieto. Eu senti cada detalhe dele mesmo no clímax — o formato, a textura, o calor. Era como se todo o cansaço que eu sentia tivesse ido embora, agora sim, como ele prometeu eu estava completamente relaxada.

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