Capítulo 9
No meio da conversa com os caras da sala, depois de rebolar e mostrar os peitos pela vigésima vez, ele me chamou para um show privado. A sala secreta se abriu e, em segundos, o valor apareceu ali. Ele queria algo só comigo. Só eu e ele. Meus olhos foram direto pro corredor, como se eu estivesse fazendo algo errado. Vigiando a Juju, mesmo sabendo que ela nem ligaria. Mas era automático. Aquela culpa boba de ter uma irmã mandona.
Ele habilitou a câmera.
Era um garoto. Jovem, lindo. Não devia ter mais de dezenove anos. E ainda assim, o olhar dele tinha firmeza. Me encarou como se já me conhecesse.
— Oi… nossa, você é bonito.
[VitorinoS]: Eu quero você toda nua.
Ele tinha pago pelo pacote completo. Não estava ali pra perder tempo. E meu coração batia forte, não de medo, mas de uma vontade estranha de fazer aquilo direito. De entregar tudo. Pela primeira vez, eu não tinha a Juju ao lado sussurrando o que dizer, nem fazendo graça.
Era só eu.
E por mais absurdo que fosse, isso me deixava confortável. Livre. Levemente excitada.
— E o que você quer, safado?
[VitorinoS]: Quero ver sua bocetinha, mas sem enrolação.
— Mas já? Assim, do nada?
Aquela fala me atingiu como se fosse de um namorado, ou alguém que me conhecesse de verdade. E, de forma estranha, aquilo me afetou. Não parecia sujo. Parecia íntimo. Sedutor.
— Então me diga se gosta assim…
Tirei o top devagar, tentando ser sensual, sem exageros. Só sendo eu. O tecido leve subiu pelos meus braços, roçando de leve nos seios por baixo, até passar pela cabeça e escorregar pelos dedos. Joguei pro lado, sem pressa. Senti o ar tocar minha pele exposta. Meus mamilos estavam duros, talvez do nervosismo, talvez da vontade que começava a crescer ali.
A câmera mostrava só até minha cintura, mas eu sabia que ele podia imaginar o resto. Do outro lado ele continuava calado. Só me assistia. E o silêncio dele era mais provocante do que qualquer pedido explícito. Me deixava curiosa. Me fazia querer ir mais longe.
Inclinei um pouco o tronco pra frente, deixando os seios balançarem de leve, depois passei a mão lentamente por cima deles. Toques suaves, quase tímidos. Como se eu estivesse aprendendo a me tocar na frente de alguém. Talvez estivesse mesmo. Mordi o lábio e ergui o olhar, direto pra lente, tentando parecer segura — mas por dentro, o coração martelava.
Me levantei com calma. As pernas firmes, pés descalços no chão frio. Virei de costas por um segundo, só pra deixá-lo ver a curva da minha bunda apertada na calcinha. A fita fina marcava a pele, e eu deslizei as mãos até ela, puxando com lentidão pelas laterais.
A calcinha desceu como num sussurro.
Primeiro, só um pedacinho da bunda. Depois, as coxas. Até que ela caiu completamente, e eu chutei pro lado sem cerimônia. Fiquei de pé, nua, sentindo o corpo exposto como quem toma banho de sol pela primeira vez: com um medo gostoso, uma excitação elétrica na pele.
Voltei a me sentar, abrindo as pernas com naturalidade, mas sem pressa. Queria que ele visse tudo, mas no meu tempo. Meus dedos repousaram sobre os próprios joelhos, depois começaram a deslizar devagar até o centro. A respiração já estava mais curta. O corpo, mais quente.
E por um momento, eu quase esqueci que era um show.
Do outro lado da tela, ele parecia se masturbar. Os ombros se moviam devagar, a respiração dele já era visível no ritmo da câmera. Foi aí que me lembrei do que a Juju sempre dizia: “Quando vir o pau, elogia. Sempre. Mesmo que seja feio.”
Só que… eu não queria elogiar por obrigação. Eu queria mesmo ver. De verdade.
— Mostra seu pau pra mim? Mostra…
Ele riu com aquele ar safado, como se estivesse esperando o pedido, e então desceu a câmera. A imagem não era das melhores, mas dava pra ver. Era bonito. Não grande, nem grosso. Médio, com a cabecinha rosada e o corpo mais gordinho, levemente curvado pra cima. Natural. Real.
— Que delícia… queria dentro de mim.
A frase escapou sem filtro. Na hora que disse, nem parecia minha voz. Eu mesma fiquei vermelha. Quente. Sem acreditar que tinha dito aquilo.
Ele se masturbava devagar, com uma mão firme e um olhar que não me deixava desviar. O jeito que ele se tocava me prendeu. Fascinada, eu esquecia por instantes que era paga para o show, não ele. Só queria ver mais. Sentir mais. Mas logo me dei conta de que o show era meu. Ele tinha pago por mim. Era eu quem devia comandar.
[VitorinoS]: toca uma pra mim.
Meu estômago revirou de nervoso. Era a primeira vez. A primeira vez que alguém veria eu fazendo aquilo. Nunca tinha usado um vibrador na vida. O mais próximo disso tinha sido um cabo de escova, escondida no banheiro, na adolescência. E mesmo assim, nem sabia direito o que estava fazendo.
Meus dedos desceram devagar entre minhas coxas. Olhei o tempo — eu teria que ficar pelo menos uns dez minutos com ele. “Eu preciso prender ele”, pensei. Mas eu não sabia os truques pra isso. Não tinha a malícia da Juju, nem frases de efeito, nem aquele jeito fácil de provocar.
Olhava pra porta o tempo inteiro, em pânico com a possibilidade da minha irmã aparecer. Se ela entrasse naquela hora, me vendo assim, eu juro que desmaiava de vergonha.
Respirei fundo. Peguei o vibrador ao lado, tateei o botão, liguei na velocidade mais fraca, mas ele me interrompeu.
[VitorinoS]: Eu quero que vc use as mãos por favor.
Aquele “por favor” me desmontou. Tão simples, mas tão raro. Ninguém ali era gentil. Ninguém pedia. Só mandavam, cobravam, exigiam. Mas ele… ele pediu. E aquilo mexeu comigo.
Desliguei o vibrador e deixei do lado. Sorri sem graça, meio vermelha, e comecei.
Me ajeitei no sofá com as pernas dobradas de lado, deitei levemente de costas, tentando parecer natural, mas meu corpo inteiro tremia. Passei a mão pela barriga, como quem não sabe exatamente o que fazer, e deixei os dedos escorregarem devagar até o meio das minhas coxas. Toquei só por cima, sem força. Um carinho leve, como se ainda estivesse perguntando: pode?
[VitosinoS]: Que delícia!
Desci mais um pouco, sentindo a pele quente, o centro úmido. Encostei de leve nos lábios da buceta, sem abrir, só deslizando os dedos, traçando contornos, quase como se desenhasse. A respiração já estava descompassada, e eu mal conseguia manter os olhos na tela.
Fechei os olhos por um instante, tentando esquecer que tinha alguém me olhando. Era só eu ali, me tocando. Sozinha. Mas pela primeira vez, não era por mim. E ainda assim… estava gostando.
— Assim tá bom?
Comecei a fazer círculos pequenos com a ponta do dedo, bem de leve, sobre o clitóris. Um movimento quase tímido, quase sem encostar. Só pele com pele. Meu quadril reagiu sem querer, mexendo de leve, e eu senti meu rosto queimar mais ainda.
[VitosinoS]: Meu Deus, como você rebola gostosinho.
Mordi o lábio, tentando conter um suspiro. Não queria parecer forçada, nem exagerar. Só queria que ele visse. Que ele sentisse. Que ele ficasse.
Era uma siririca sem técnica nenhuma. Só nervosa. Crua. Envergonhada. Mas verdadeira. E talvez fosse isso que ele queria. Talvez fosse isso que estivesse prendendo ele ali.
[VitorinoS]: Você goza assim?
A pergunta me pegou de jeito.
Respondi rápido, mais pelo papel do que pela verdade. E a verdade? Eu não sabia.
— Claro que sim… pra você, sim.
Foi automático. Uma frase que parecia fácil, bonita, até convincente. Ele não respondeu de imediato. E eu entendi isso como um sinal. Era hora do clímax. Hora de entregar o que ele esperava.
Fechei os olhos devagar, deixei o tronco tombar pra trás e comecei a fingir. Um gemido baixo, contido. Os dedos ainda se movendo em círculos suaves, enquanto eu arqueava levemente o quadril.
Fingia que me tocava com mais intensidade. Que sentia mais. Que estava perto.
— Ai… ai… ai, tá vindo… — sussurrei, forçando um tremor na voz.
Mordi o dedo. Apertei os olhos. Simulei aquele momento em que tudo começa a perder o controle. Só que… no meio da encenação, um arrepio real correu pelas minhas costas. E por um segundo, a coisa toda saiu do roteiro. Meus dedos acertaram um ponto certo, o corpo tremeu de leve. Um gemido escapou mais sincero do que eu queria.
Fingi… mas uma parte de mim gozou de verdade.
Abri os olhos. A tela seguia ali, a câmera ligada. Mas o chat… vazio. Sem mensagens novas. Um silêncio estranho tomou o quarto.
Foi quando percebi: ele tinha saído. Nem tinha visto o momento.
E então, apareceu a última mensagem.
[VitorinoS]: Preciso ir. Não quero te atrapalhar. Foi lindo te ver. Se quiser conversar…
Logo abaixo, um número. Só isso. Um número de telefone.
Eu fiquei ali, com a mão entre as pernas e o coração batendo forte. Sozinha. Com o gosto agridoce de um orgasmo fingido — e um real.
E uma vontade imensa de saber por que ele foi embora.