Capítulo 11#

Me sentei do lado da Juju, encostando o joelho no dela enquanto ela deslizava pelas abas de compra toda empolgada, jogando no carrinho luzes, câmeras e até uns fundos temáticos bregas de motel barato. Fiquei ali do lado dela ajudando a decidir o que valia ou não a pena — meio que entrando no clima, meio que só querendo sentir a presença dela.

Essa loucura toda tinha, no mínimo, um lado bom: a gente estava fazendo algo juntas. Fazia tempo que isso não acontecia. Desde que viramos adultas, cada uma andava no próprio fuso. Agora, pelo menos, a gente compartilhava um plano maluco — e um vibrador na mesma gaveta.

— Irmã… — chamei baixo, meio envergonhada.

— Que foi agora? — ela respondeu sem tirar os olhos da tela.

— Então… você é bi, né? Pra você é de boa chupar mulher.

Ela deu uma risada curta.

— Bi nada. Eu sou sapatão de festa. Com cachaça eu chupo até mendigo — falou rindo.

— Dá no mesmo — murmurei, rindo nervosa. — É que eu tava pensando… se rolar alguma coisa, dessas de show com duas meninas… será que você pode ser a ativa? E eu fico como… passiva?

Ela parou. Parou de clicar, de falar, de respirar. Virou o rosto bem devagar e me encarou com aquele olhar que eu conhecia bem: o da zoeira pronta pra explodir.

— Meu Deus, Justine. Você tá realmente pensando profundamente nisso. Nem eu fui tão longe ainda!

Fechou o laptop num estalo dramático e se virou toda teatral, com a cara de quem ia me zoar até 2060.

— Confessa. Vai. Anda logo.

— Confessar o quê? — perguntei, me encolhendo.

Ela abriu um sorriso malicioso, só de canto, daquele jeito que já vinha com provocação embutida.

— Tu ficou pensando sobre o rolê da gente se pegando, né?

Suspirei, sem ter pra onde correr.

— Claro que sim, Juju. Como não pensar nisso?

Ela me encarou em silêncio por alguns segundos, com aquele olhar que parecia pesar minhas intenções.

— Tu acredita que eu lembrei hoje de tarde e fiquei com tesão?

Disse isso como quem fala que lembrou de comprar pão. A maior naturalidade do mundo.

— Sério? Gente… isso é muito errado. Meu Deus…

Mas mesmo falando isso, eu sentia o calor subir por dentro. A lembrança, tão recente, tão real… a boca dela, a língua, aquele gemido abafado… Eu queria fingir que não mexia comigo, mas mexia. E muito.

— E você não pode travar na live, Ju. Os convidados percebem tudo. Se tu travar, acaba a mágica. Vem cá… vamos treinar. Beijar mais, só pra ficar relaxadas na hora. Pode ser?

O jeito que ela falou “só pra ficar relaxadas” quase me fez rir. A gente sabia que era mentira. Uma desculpa boba que inventamos pra justificar o que, no fundo, a gente queria muito fazer. Já tinha acontecido. E a verdade é que a gente tinha gostado. Gostado demais. Só que o prazer vinep-11-Transando-em-frente-a-cameraha sempre acompanhado daquela culpa chata, uma voz moralista na cabeça dizendo “isso tá errado”, “isso não pode”. Mas a vontade… a vontade era bem mais forte que qualquer regra.

— Tá… vamos começar logo sem blusa, só de calcinha. Aí a gente faz umas caras, umas bocas, passa a mão no peito e pá. Pode ser? — ela disse, como se fosse a coisa mais simples do mundo me passar aquele roteiro.

Assenti em silêncio. Tirei a blusa devagar e me sentei no sofá, de frente pra ela, o coração acelerado. Estar com os peitos de for a ali, tão perto da Juju, me deixava nervosa de um jeito que eu fingia não sentir. Ela veio pro meu lado e olhou em volta, como se estivesse procurando alguma coisa, com aquele brilho no olho que sempre vinha antes de uma ideia.

— Sabe o que eu tô pensando? A gente podia se gravar…

— Como assim? Pra quê?

— Não é pra vender, nem nada. É só que eu tava vendo uns vídeos e reparei como eles mostram tudo, sabe? Tipo, o ângulo certinho, a imagem boa, o espectador vê mesmo o que tá acontecendo. Fica mais… excitante.

— Juju… eu já morro de vergonha assim, imagina com câmera ligada… — minha voz saiu trêmula, mas a verdade é que só dela sugerir aquilo meu corpo inteiro já tinha respondido. Senti escorrer. Quente, molhado. Mas nem em sonho eu diria isso em voz alta. — Tá… liga aí então.

Ela se levantou rápido, animada, e ligou o ring light. A luz forte encheu a sala com aquele brilho branco e suave. Posicionou o celular no tripé, bem de frente pra gente. Quando a câmera frontal ligou, eu vi.

Nós duas, lado a lado, só de calcinha. Nuas na medida exata. Quase idênticas, refletidas na tela como duas versões de uma mesma fantasia. O silêncio entre a gente era carregado. Eu sentia a pele arrepiar. Ela respirava fundo, como quem se preparava pra mergulhar.

E eu só conseguia pensar: essa câmera vai registrar tudo… inclusive o que eu nem queria admitir que tô sentindo agora.

Era sempre ela quem começava. Juju tinha o jeito. Dava as ordens como se já estivesse com tudo coreografado na cabeça: a gente ia começar se olhando daquele jeito safado, rindo baixinho, mão na teta, depois a gente descia a mão na bunda uma da outra, beijava o pescoço… e aí parava pra pensar no próximo take. É, agora tinha isso — takes. E eu ali, tentando conter o tesão na minha própria irmã pra pensar em enquadramento, pose, ângulo.

Começou.

Ela apertou o botão de gravar e veio até mim com aquele sorrisinho de canto, debochado, leve. Eu tentei sorrir de volta, mas o meu foi nervoso. Minha mão suava. Meu corpo gritava de vontade, e os bicos dos meus seios já estavam duros, expostos, denunciando tudo. Me esforcei pra entrar no clima, fazer a provocação certa, o toque leve… mas meu nervosismo explodiu antes de qualquer controle e eu colei nela, puxando pra um beijo cheio de língua, paixão e fome.

Ela arregalou os olhos e soltou uma risada no meio do beijo.

— Devagar, sua tarada incestuosa.

— Para de falar isso, porra — resmunguei, zangada. Aquilo me atravessava. Não era mentira, mas eu odiava ouvir em voz alta.

As mãos dela escorriam pelo meu corpo com um cuidado estranho, quase técnico. Era como se o toque fosse profissional. Como se ela estivesse ali pra fazer o que precisava ser feito e pronto. Mas eu… eu estava derretendo aos poucos. Cada encostada dela me afundava mais fundo nesse desejo proibido.

Eu tentava esconder, fingia que era brincadeira, que era só atuação, mas não conseguia evitar. Mexia no cabelo dela com carinho, ajeitava as mechas em volta da orelha com delicadeza boba, e vez ou outra olhava pra tela do celular pra ver como a gente tava ficando no vídeo.

— Não fica olhando pra câmera — ela murmurou, me puxando com força. — Vem cá.

E me beijou.

Dessa vez foi lento. Molhado. Profundo. Os lábios se encaixaram sem pressa, explorando, reconhecendo, testando. Nossos peitos se roçaram logo no começo, primeiro num esbarrão suave, depois num movimento que a gente começou a repetir de propósito, como se buscasse aquele atrito.

Ela se movia no meu colo, e eu no dela, os mamilos raspando, pele contra pele, o calor crescendo, os corpos dançando num ritmo que era só nosso. Cada beijo era uma confirmação de que a gente queria mais, precisava mais. As mãos escorregaram naturalmente, como combinado, e de repente estávamos agarrando a bunda uma da outra com firmeza, espremendo, puxando, sentindo o quanto estávamos molhadas, excitadas, perdidas na brincadeira que já não era só brincadeira fazia tempo.

A boca dela começou a descer, lenta, arrastando calor pelo meu pescoço. Cada suspiro que escapava da sua respiração me fazia arrepiar inteira. E então ela chegou nos meus seios.

Parou ali.

Ficou segurando os dois com as mãos abertas, grandes, como se estivesse em adoração. Os polegares roçaram de leve nos mamilos duros, provocando um arrepio que correu da espinha até o meio das minhas coxas. Sem nem perceber, me inclinei pra trás, apoiando as mãos no sofá, deixando meus peitos bem expostos, apontando pra cima, quase oferecendo.

Ela sorriu, aquele sorriso que misturava carinho com sacanagem, e abaixou a cabeça devagar.

Primeiro foi só a língua, quente, macia, deslizando preguiçosa ao redor de um mamilo. Depois, a ponta desenhando círculos lentos, provocando, como se ela quisesse ver quanto tempo eu aguentava sem implorar. Eu gemi baixinho, e ela percebeu. Abocanhou meu peito com vontade, chupando fundo, fazendo a pele vibrar. Sugava como se quisesse marcar, como se cada puxada fosse um aviso de que aquilo era real.

As mãos dela não paravam, uma apertava o outro seio, alternando o carinho, apertando com firmeza e depois acariciando com dedos leves. Ela mordia de leve, lambia devagar, e depois sugava de novo, forte, deixando o mamilo inchado, sensível, completamente entregue. Eu tremia por dentro, sentindo meu corpo se acender inteiro.

Meus quadris se moviam sem querer, buscando atrito, buscando alguma forma de aliviar aquele calor latejante que nascia no peito e descia direto pra minha buceta. Eu estava completamente entregue, deixando ela brincar, explorar, chupar como quisesse.

Minha mão escorregou do corpo dela e desceu direto pra minha calcinha, como se tivesse vontade própria. Comecei a me apertar por cima do tecido, sentindo o calor latejante, tentando acalmar aquela agonia doce e suja que já tomava conta de mim. Era um toque rápido, desesperado, quase inocente de tão instintivo. Como se meu corpo pedisse socorro e eu atendesse sem pensar.

O prazer veio como uma onda, quente, forte, arrastando tudo. Minha respiração ficou presa, a cabeça tombou pra trás, e os olhos se fecharam como se o mundo inteiro pudesse desaparecer naquele momento. E aí escapou — um gemido alto, quase um grito seco, tão verdadeiro que me deu medo de mim mesma.

Ela percebeu na hora. A boca ainda nos meus seios, mas os olhos subiram e me fitaram com uma seriedade estranha. A mão dela desceu sem hesitação, firme, e afastou minhas mãos da minha buceta com um gesto duro, como se estivesse me proibindo. Me olhou nos olhos de um jeito que me fez murchar por dentro.

Minha expressão virou tristeza, arrependimento talvez, ou só aquela vergonha crua de quem foi pega demais no próprio desejo. Mas antes que eu pudesse reagir, ela colou a mão no lugar da minha, direto por cima da calcinha molhada, e o toque dela me atravessou como um raio.

Meu corpo tremeu inteiro. As pernas se abriram mais, involuntárias, como se implorassem por aquilo.

— Aí, caralho… não faz isso, por favor — soltei num fio de voz, embargada, quase implorando, mas a gente sabia que era mentira.

Ela sorriu, aquele sorrisinho sacana de canto, como se estivesse se divertindo com o meu desespero. Só que, ao contrário de mim, Juju ainda tinha algum controle. Os olhos dela estavam calmos, concentrados, como se estivesse dirigindo uma cena.

— Vai, Ju… você também.

— Você também o quê? — perguntei, perdida, a respiração curta, o corpo ainda vibrando com o toque dela. Eu não conseguia pensar direito.

— Bota a mão na minha buceta, caralho — falou com firmeza, como se fosse óbvio.

— Eu não quero… — murmurei, a voz fina, trêmula, sem força. E era verdade e mentira ao mesmo tempo. Eu queria e não queria. Queria porque meu corpo pedia. Não queria porque minha cabeça gritava.

Ela não discutiu. Só pegou minha mão e levou direto pro meio das pernas dela.

A calcinha estava quente. Quente e molhada.

E quando senti aquilo… minha resistência começou a derreter.