Capítulo 13
Juju ficou parada, estática, a boca ainda brilhando, os olhos arregalados como se não soubesse se tinha feito algo errado ou se estava prestes a presenciar algo muito pior. Acho que ela não esperava aquilo de mim, não com tanta força, não com tanta urgência. Eu pausei o vídeo, me levantei com o corpo ainda tremendo e empurrei ela de leve, conduzindo seu corpo até o encosto do sofá. Ela foi se deitando devagar, relutante, meio confusa, os olhos grudados em mim como se tentasse entender o que exatamente estava acontecendo. Coloquei o celular na mão dela e empurrei com firmeza.
— Anda, grava você.
— Caralho, garota, o que te deu?
— Cala a boca. Não quer fazer? Vamos fazer direito.
Ela abriu a boca pra soltar alguma piada, alguma provocação, eu vi o brilho da malícia ali, mas antes que qualquer palavra escapasse, puxei sua calcinha de uma vez, expondo tudo, sua pele lisa, quente, viva. A visão me cortou a respiração. Aquele lugar que eu nunca deveria olhar estava ali, pulsando, e eu, ajoelhada entre as pernas dela, só conseguia pensar em como fazer aquilo da melhor forma possível. Me ajeitei, tentando encontrar uma posição que fosse confortável, que me deixasse firme, que me permitisse entregar o que eu ainda não sabia se tinha.
— Tá gravando?
— Sim… — ela respondeu quase num sussurro.
Levantei os olhos pra câmera com uma expressão que não combinava comigo, mas que parecia certa. Não sabia se eu parecia provocante, confiante ou só completamente entregue, mas não importava mais. Sem saber exatamente o que fazer, sem experiência, sem plano, fui lá e fiz.
Me aproximei devagar, quase reverente, como se estivesse prestes a tocar algo sagrado e perigoso. A pele da Juju estava quente, levemente úmida, o cheiro dela me invadiu antes mesmo da língua tocar. Era um cheiro doce, denso, misturado com suor e luxúria. Um cheiro que me fez salivar.
A primeira lambida foi lenta, extensa, da base até o topo, só a língua passando firme por toda a extensão, sentindo cada dobra, cada textura da pele. Era macia, como seda molhada. E quente. Muito quente. A cada centímetro que minha língua percorria, eu sentia o gosto mudar. Um leve amargo no início, depois uma doçura salgada que explodia no fundo da boca. Era ela, inteira, escorrendo desejo por mim.
Juju soltou um gemido involuntário, o corpo reagindo como se tivesse sido eletrocutado. Suas pernas se moveram rápido, se contraindo, depois abrindo de novo. Ela se curvou levemente, os quadris buscando mais contato, mais pressão. E eu entendi. Estava acertando. Estava fazendo direito.
Usei a ponta da língua pra brincar com o clitóris, só encostando, depois girando ao redor bem devagar, quase sem tocar. A cada volta, ela arfava, os dedos se apertavam nas almofadas do sofá. Quando percebi que ela começava a segurar o som, voltei com mais intensidade. A língua agora firme, pressionando, desenhando círculos largos, depois estreitos, depois indo direto, de cima pra baixo, como se quisesse lamber o prazer pra fora dela.
Ela gemeu alto, jogou a cabeça pra trás e deixou escapar um “puta que pariu” tão sincero que meu peito se encheu de orgulho.
Com a boca colada nela, enfiei duas pontas de dedos devagar, só a pontinha, testando a entrada, sentindo o calor por dentro. Ela era apertada, úmida, tão receptiva que meu dedo escorregou com facilidade, como se o corpo dela implorasse pra ser preenchido. Enquanto a língua insistia no ponto certo, meus dedos deslizavam por dentro, com cuidado e ritmo, explorando, sentindo cada contração, cada pulsar. A cada movimento mais fundo, ela rebolava mais forte, como se quisesse engolir minha mão inteira.
Apertei as coxas dela com a outra mão, firme, guiando o corpo, segurando quando ela tremia demais. Quando o clitóris ficou mais sensível, comecei a alternar entre lamber e sugar. Minha boca fazia pressão, meus lábios cercavam o ponto e sugavam devagar, depois mais forte, criando uma sucção ritmada, profunda, molhada.
Ela enlouquecia.
Seu quadril não parava, os gemidos vinham altos, descontrolados, misturados com palavrões, soluços, pedidos sem sentido. Meu nome escapou da boca dela algumas vezes, arrastado, torto, quase como um apelo. A Juju estava se desfazendo na minha boca.
Comecei a morder de leve, só as bordas, pequenos apertos, provocando choques de prazer espalhados entre as lambidas. A língua mergulhava entre as dobras, depois subia, lambia tudo, sem pudor. Eu queria que ela sentisse cada milímetro do meu esforço, que soubesse que aquilo era pra ela, que eu estava ali inteira.
E ela sentia.
O gosto dela estava mais forte agora. O corpo tremia, as pernas ficavam tensas, depois moles, como se ela lutasse contra algo que já sabia que ia vencê-la. Ela gemia com o corpo inteiro, os seios subiam e desciam com cada respiração arfada, o abdômen contraía como se o prazer partisse dali em ondas. A pele estava quente, avermelhada, viva. O clitóris pulsava sob minha língua, latejando num ritmo quase hipnótico, e o corpo dela se inclinava involuntariamente pra frente, me puxando pra dentro, me querendo ali.
Foi quando deixei um dos meus dedos escorregar pra baixo, devagar, como quem não quer assustar, e rocei com a ponta bem de leve no cuzinho dela. Só um toque, um carinho, quase uma pergunta. E o corpo dela respondeu como se fosse exatamente aquilo que faltava. Juju arqueou inteira, soltou um gemido seco, agudo, que atravessou meu corpo como um trovão. Seus quadris deram um salto e a mão que segurava o celular tremeu.
Eu senti o momento exato. O corpo dela se abriu por dentro. A boceta me recebeu inteira, quente, insaciável. Enfiei três dedos com facilidade, sem resistência, o interior dela apertando tudo num encaixe perfeito. A língua ainda no clitóris, os dedos se movendo num ritmo profundo e firme, e então ela explodiu. Gozou com tudo. Com grito, com força, com descontrole. O celular caiu da mão dela, bateu no chão, e ficou filmando o teto, esquecido.
Ela não parou. Gozou de novo. E mais uma vez. O corpo se sacudia em espasmos longos, incontroláveis. As pernas tremiam, a barriga contraía como se tentasse expulsar o prazer e não conseguisse. As mãos agarraram o sofá, os olhos fecharam apertados, a boca entreaberta soltava sons que nem pareciam humanos. Quando tirei os dedos, ela se virou pro lado de forma lenta, instintiva, e continuou tremendo. Pequenos espasmos vinham em ondas, como se o corpo dela ainda estivesse tentando entender o que tinha acontecido.
Eu fiquei ali, ajoelhada, ofegante, lambendo os lábios, o gosto dela ainda quente na minha boca. Assistia minha irmã em silêncio, sem saber o que fazer. Tonta, embasbacada. Ela se contorcia devagar, encolhida, respirando com dificuldade, como se o gozo tivesse atravessado não só o corpo — mas a alma inteira. E tudo que eu conseguia fazer era olhar. Sem entender como tinha chegado ali. Sem conseguir me arrepender.
Ela ria sozinha, num riso desesperado, entrecortado, como se o próprio corpo não tivesse conseguido processar o que tinha acabado de acontecer. A respiração dela vinha difícil, e eu fiquei ali, ajoelhada, olhando pra minha irmã nua, completamente maravilhada. Meu corpo ainda pulsava. O desejo não tinha ido embora. A imagem dela tremendo, gozando daquele jeito, tinha me deixado num estado quase bruto. Minha mão escorregou sozinha entre minhas pernas, por cima da calcinha, só pra sentir alguma coisa, só pra aliviar aquele calor que ainda queimava em mim. Eu me tocava devagar, sentindo o quanto ainda estava molhada, e me excitava com o simples fato de saber que o cheiro que grudava em mim era o dela.
— Chega… tá bom? Chega… — ela ria de novo, sem conseguir parar.
De repente se lembrou do celular e se esticou pelo chão, ainda meio mole, pegando o aparelho com uma expressão de frustração.
— Merda, deixei cair. Nem gravei o final.
— E você conseguiu gravar alguma coisa?
Ela olhou pra tela, deu uma risada curta.
— Eu acho que não. Deve ter ficado uma merda.
Eu me sajeitei no sofá, sem saber direito o que fazer, e conforme o calor foi saindo do corpo, fui voltando a ser eu mesma. Primeiro veio a vergonha. A nudez me bateu de novo como um estalo, e sem pensar duas vezes me levantei pra pegar a blusa jogada no chão. Vesti rápido, como se isso fosse me proteger da lembrança do que tinha acabado de acontecer.
Juliette demonstrou o mesmo incômodo do jeito dela, mas foi mais esperta. Pegou o telefone, olhou pra mim com um meio sorriso esquisito e disse, quase atropelando as palavras, que precisava fazer xixi. Levantou num pulo e correu pro banheiro, se trancando lá dentro. Coisa que a gente nunca fazia.
— Não demora, hein… eu também tô apertada — gritei, primeiro por necessidade e depois para fingir uma normalidade.
Mas nada era comum.
Eu não sei quanto tempo ela ficou lá dentro. Só sei que, sozinha na sala, o silêncio foi se espalhando, e de repente parecia ensurdecedor. Tentei me distrair, mexi nas almofadas, ajeitei o sofá como se isso fosse me ajudar a pensar. Mas a verdade é que eu não lembrava nem o que estava pensando. Tudo se misturava. O cheiro que ainda estava na minha mão me fazia perder o foco, me deixava excitada de novo. Era o cheiro dela. Do prazer dela.
E então veio o baque. O peso. Um aperto no peito, a respiração encurtando. Um tremor nas mãos. O calor misturado com culpa. A lembrança do que a gente tinha feito ainda fervendo nos meus dedos.
E eu tive um ataque de ansiedade. Ali mesmo.
Com o cheiro da minha irmã no meu rosto.