Capítulo 19

Ele estava sentado na sua cadeira e eu ali, pelada, sem saber onde enfiar as mãos, e com aquela vontade estranha de fazer xixi latejando no baixo ventre. O gesto dele foi abrir a calça devagar, deslizando o cinto, e ele me olhava com um sorriso provocador. Meu corpo respondeu antes da cabeça: fui andando até ele, prendi os cabelos e engoli a saliva nervosa. “Caramba… isso de sexo é divertido mesmo, que tesão da porra!”

Ajudei a despir cada peça, até libertar a barra das calças dos pés. De repente, ele estava ali, inteiro, sem nada entre nós. O volume no centro do corpo — bonito, firme, convidativo — me pegou de surpresa: fiquei hipnotizada, examinando ângulos, veias, a curva exata que me prendia o olhar.

A ordem veio seca, como um estalo:

— Chupa. Sem as mãos.

“Tranquilo”, pensei, sentindo o frio na barriga se misturar com o calor que subia por mim. Era um joguinho sexual, o meu primeiro de verdade!

Me agachei entre as pernas dele. Não havia almofada, e eu não queria voltar pra casa com os joelhos marcados — minha irmã faria piada por uma semana.

— Vai machucar meus joelhos — resmunguei, vasculhando ao redor. — São ossudos demais pra isso.

Ele riu, como sempre. Ou eu era irresistivelmente divertida… ou só uma idiota adorável fazendo besteira o tempo todo.

— É rapidinho, Kika. Se doer, você para.

Assenti e fiquei ali, ajoelhada, encarando aquele desafio delicioso. Ele se adiantou na beira da cadeira e abriu as pernas sem cerimônia — todo oferecido. Quando eu vi a textura do saco dele, aquilo me chamou a atenção como um ímã; tenho fraqueza por texturas, e, pela minha breve estatística de dois homens, aquilo tinha textura demais pra eu me concentrar.

— É sem as mãos, né? — confirmei, mordendo o lábio.

— Se você conseguir. — Ele se ajeitou, o rosto ficando um pouco mais sério. — Vai, Kika. Foca.

“Foca.” Ri por dentro. Ele estava começando a entender quem eu sou: quando eu penso demais, o mundo some — e eu vou junto.

Eu ia começar com as mãos e quase caguei o combinado: sem as mãos. Recolhi os dedos e fui direto com a boca. O pau dele apontava alto, quase encostando na barriga. Para alcançar a cabeça eu teria que me esticar, então comecei pelo que me chamou primeiro: o saco.

Quando encostei a boca, um arrepio subiu na espinha. Quente, macio, as ruguinhas roçando nos meus lábios como um selinho rápido de uma amiga. Dei beijinhos curtos, estacados, depois deixei a língua escorrer do jeito que ela gosta, sem mapa. Ele respirava pesado. Qualquer chupadinha arrancava um gemido. “Será que todo homem é assim?” Pensei, enquanto alternava lambidinhas malcriadas com lambidas largas, generosas. O gosto era pele. O cheiro, sabonete forte demais, mas limpo, do jeito que minha irmã dizia que homem decente tinha que ser.

Claro que eu quis brincar com as bolas. Abri bem a boca e engoli o que coube, empurrando de um lado para o outro, sentindo o peso dançar na língua. Divertido pra caramba. Se eu fosse homem ia passar o dia mexendo nas minhas próprias bolas.

— Kika, devagar, pode doer — ele soltou, tenso.

Olhei pra cima sem tirar da boca e assenti, obediente só no ritmo. Voltei no meu tempo: ora uma, ora a outra, um linguadão no meio, um beijo molhado na base. Toda vez que eu descia mais, ele se abria, levantando as pernas, oferecendo caminho. Aquilo era estranho, mas pelo menos dava para lamber bem embaixo do saco dele.

Quando ele abria mais as pernas eu flagrava um relance do cu dele. Nunca tinha visto um de tão perto, só em vídeo. Olhei por pura curiosidade. Não me deu vontade de tocar, não era o combinado, e pronto.

“Hora do pau.” Me ajeitei, coluna um pouco mais ereta. Esqueci a regra das mãos. Apoiei nos músculos das coxas e ele não reclamou. Pelo contrário. Deslizei a unha por dentro, na dobra quente da pele, até sentir o arrepio dele subindo.

— Tá gostando? — perguntei.

— Uhum.

Um gemido curto, sorriso preso no canto da boca. Tava bom.

Me estiquei e abocanhei de uma vez. Peguei a cabeça com a boca e a língua, envolvi tudo num gole quente. O calor me acertou a boca por dentro, denso, vivo. O cheiro veio limpo e salgado, discreto, daquele tipo que acende a pele antes do cérebro entender. Minha boceta respondeu na hora, latejando, escorrendo pela posição, devia estar pingando no chão.

Passei a língua em volta da glande devagar, mapeando o contorno: lisa, brilhando de saliva, com aquele anel mais firme na base da cabeça. Tinha um gosto suave de pele quente com um traço mineral, quase metálico, que grudava no fundo da língua. Fechei mais os lábios e suguei. Senti a pressão dele reagir na mesma hora, pulsando. Minha saliva cedeu e virou fio, caindo do canto da boca até o meio do pau. Espalhei com a língua, chapei o corpo inteiro contra o céu da boca e desci mais, centímetro a centímetro, até a garganta ameaçar. Parei, respirei pelo nariz, subi com sucção lenta, que fez um estalo.

Apoiei a mão no alto da coxa dele, firme, só pra manter o ritmo do tronco, e voltei a trabalhar só com a boca. Alternava: ponta da língua em círculos curtos na fenda, depois lamber reto pela veia até a base, depois sugar a cabeça como se fosse roubar o ar dele. Quando eu apertava os lábios e girava a língua por baixo, sentia a glande inchar contra o palato, quente, pulsante, e o sabor ficava mais intenso, salgado, bom de verdade.

Intercalei golpes fundos com beijos molhados no corpo do pau. Cada subida deixava uma trilha de brilho. Recolhia o fio de baba com a língua e descia de novo, mais fundo, acostumando a garganta ao volume, controlando o reflexo com a respiração. Toquei o freio com a ponta da língua, só um segundo, e ele arfou alto. Sorri por dentro. Repeti, mais devagar, língua firme ali, e a mão aberta na coxa sentiu o tremor vindo do quadril.

Inclinei o rosto de lado e abri mais a boca. Deixei a saliva cair pesada na base, juntei com a língua e subi lustrando, como quem enverniza. O pau ficou escorregadio, espesso de brilho. A textura na boca virou um contraste bom: a pele lisa e tensa por fora, a veia principal mais alta sob a língua, a cabeça mais macia e inflada. A cada estalada, o cheiro subia, limpo, masculino, e eu me ajustava no mesmo compasso, rebolando de leve no ar, sentindo minha pepeca pedindo fricção.

Afundei de novo. Garganta aberta, os olhos buscando os dele, mas eu sabia que, se encarasse por muito tempo, ia rir. No meio desse quase-gargalhar a ideia floresceu sozinha na minha boca. Soltei o pau dele com um “ploc” molhado e levantei o rosto, aflita de tesão. Ele levou um susto.

— Você pode gozar na minha boca? — falei muito rápido com a boca dormente.

— Na sua boca? — ele piscou, sem entender o trajeto do meu desejo — Agora?

— É. Na minha boca.

— Ahn… se eu gozar agora ele fica molinho e a gente vai ter que esperar — tentou me dar aula de cronograma sexual.

— Aí sei lá… a gente joga um baralhinho pra passar o tempo.

Ele riu alto.

— Você tá falando sério do baralho?

Percebi que derrapei e fui por cima, como sempre.

— Eu quero que você goze na minha boca. — falei como uma ordem, às vezes funcionava.

Minha mão, desobediente às regras, já tava punhetando ele sem combinar nada, deslizando úmida, firme, se aquele jogo valesse algo, minha mão involuntariamente tinha feito eu perder feio.

— Tá bom, tá bom — ele fez um carinho no meu rosto e ajeitou meu cabelo — Você quer engolir ou cuspir?

— Dá pra engolir?

— Se você quiser, dá sim. Não tem problema.

— Não dá dor de estômago? — revirei a cara lembrando das lendas que mãe inventa pra assustar filha sobre sexo.

— Não. No máximo fica preso na garganta um pouco e deixa um gostinho.

Olhei direto pra ele com uma cara muito desconfiada.

— E como você sabe?

— Ah, Kika… depois a gente conversa. Chupa. Eu vou tentar gozar. Eu te aviso, tá?

— Tá bem!

E eu voltei com a boca para onde estava fazendo o meu serviço. O jogo? Sei lá? Devia ter acabado por que agora a minha mão estava enforcando o bicho com força enquanto eu chupava.

Chupar pau é bom demais.