Capítulo 20

Entre as gemidas dele eu entendi meio como era para fazer, fiquei com cabeça dele na boca chupando e passando a língua por debaixo onde tinha uma pelinha, o freio sabe? Aquilo dava um negócinho bom na boca e a cabeça era a parte mais gostosa de chupar por que era lisinha. Uma mão ficava indo para cima e para baixo no pau dele. A outra, bem, eu não consegui me conter, eu esfregava os dedos no saco dele brincando com a textura da pele, puxando e torcendo.

E sim, ele estava gostando. Muito. A cabeça caída pra trás, o corpo largado na cadeira, as mãos segurando o assento como se o chão balançasse. Gemia alto, uns sons engraçados, meio chiados, que pareciam vir do fundo da garganta. Às vezes me dava vontade de rir — e isso, em mim, é sinal de tesão. Eu sei que parece estranho reparar em tudo, mas é assim que eu gosto: prestando atenção, sentindo cada detalhe.

— Erika… Er… Erika…

Ele me chamou e eu só ergui os olhos. Estava tão jogado pra trás que eu nem via o rosto inteiro. Pensei em responder, mas eu não ia soltar o que estava na minha boca.

— Humm… huuummf…

A coxa dele ficou dura de repente. O corpo encolheu. Conheço esse sinal.

— Eu… eu vou…

“Vai gozar na minha boca.” Me preparei. Afundei mais um pouco, selei os lábios na base da cabeça e deixei a língua apoiar por baixo, bem no freio. Senti a barriga dele travar, o peito subir, o gemido sair alto e meio fino. Me deu vontade de rir do som, mas eu tava ocupada demais. O pau ficou de pedra, pulsou forte contra minha língua, tremeu no meu céu da boca. “Agora vem.”

O primeiro jato veio quente, direto no fundo, pesado. Eu recebi de boca cheia, respirei pelo nariz e segurei. O segundo veio menor, mas deu pra sentir o pulso inteiro correndo pelo eixo até a glande inchar na minha boca. O terceiro já saiu mais raso, quase um espirro. O último foi fraquinho, só pra encerrar. Fui recolhendo tudo com a língua, rodeando por dentro, varrendo as laterais, puxando do sulco até o meio da boca.

O gosto ficou claro: quente, levemente salgado, um traço mais denso no fim. A textura mudou rápido, de líquida pra cremosa, grudando na língua. Eu mantive os lábios fechados pra não babar porra no moço, a mão no queixo só de segurança. Olhei pra ele. Olhos arregalados, pescoço esticado, dedos enterrados no assento. O peito descia devagar, arfando.

Segurei tudo na boca por um segundo, sentindo o calor espalhar, e fiz o que eu queria desde o começo.

Engoli.

Eu testei mais um selinho na cabeça, só pra tirar o restinho que ainda veio em gota. Limpei com a língua, lambi o caminho até a base, deixei um beijo molhado no corpo e subi de novo, devagar, fazendo estalo.

Apertei os lábios num sorriso curto, respirei fundo, abri a boca e mostrei a língua limpa pra ele. Passei os dedos no canto da boca, juntei a baba e levei pra dentro sem pressa.

— Viu? Engoli tudo — falei, satisfeita.

Ele não respondeu. Riu, tentando domar a respiração.

— Me dá um segundo, Kika…

— Tá bom… — soltei, meio de desdém, sem sacar que ele precisava de tempo.

Me levantei. Olhei os joelhos: os dois vermelhos, mas sem arranhar. Ótimo. Enquanto ele se recuperava, peguei o celular só pra conferir. Tela acesa. Mensagem da Cat.

“Cadê você, garota irritante? Me liga urgente.”

— Urgente? O que é que a minha irmã quer comigo agora? Eu tô aqui há, sei lá, uma hora no máximo — resmunguei.

Ele já recomposto soltou um meio riso.

— Mais ou menos isso. O que foi?

— Minha irmã é desesperada. Mandou ligar urgente.

— Então liga logo. Eu vou no banheiro e, quando voltar, a gente continua. Pode ser?

— Pode.

Assenti, destravei a tela e fui pelas últimas chamadas até achar o contato dela. A gente odeia ligação, sempre prefere mensagem. Mas “urgente” é “urgente”. Liguei.

Ela atendeu no primeiro toque. Música alta ao fundo, risada de gente chapada, dava quase pra sentir a maconha saindo pelo fone.

— Kika, tudo bem, irmã?

— Tudo. O que foi? — falei checando a baba quente escorrendo pelas minhas coxas.

— Quebra uma pra mim? Tem como dizer pra mãe que vai ficar aí com o Jonas jogando o WoW de vocês?

— É LoL, não WoW, Cat. Deixa de ser burra, garota. — aquilo sempre me irritava, eu acho que ela fazia de propósito.

— Tanto faz, sua nerdola!

— E eu vou pra onde? Nem sei se posso passar a noite aqui. — e eu nem queria, seria muito abuso, mas seria bom demais dar a noite inteira. — “Será que eu aguento dar a noite inteira?” Pensei.

— Vem pra cá. Tem umas amigas minhas. Você não gosta de conversar com elas?

— Cat, suas amigas me odeiam e só me zoam.

E era verdade, minha mãe tinha mandando eu parar de dar trela para elas, elas perguntavam um coisa do meu hiperfoco e ficavam rindo da minha cara. Eu nem percebia, achava legal ter a chance de falar, mas minha mãe detestava, a Cat também não.

— Porra, Kika, me ajuda. Eu quero dar pra ele e, por sua causa — você e essa língua enorme foram dizer pra mãe que “quer dar” — agora ela não me deixou dormir fora de casa, cacete!

— Ahn, tá… você vai passar a noite pelada, e eu? Não levei roupa. — a parte em que eu fiz merda eu só ignorei.

— Quando você terminar aí, passa em casa. Se ela perguntar, diz que foi de Uber pegar roupa pra gente. Aí pede pra mãe ou pro pai te trazerem aqui. Eles nem vão desconfiar.

— Garota… tu é tenebrosa nas artimanhas, hein?

— Você tem que aprender muito comigo, garota. — a segunda parte eu não ouvi; ela falava com alguém ao lado, e eu odeio isso. — E aí, como tá aí?

— Eu bebi a porra dele. — soltei como um tiro.

— Você o quê? — ouvi ela gritar com alguém: — Cala a boca, eu tô no telefone! — e voltou — Você o quê, Kika?

Eu conheço o tom. Catarina surpresa. Ela sempre fica surpresa comigo.

— Eu pedi pra chupar ele e beber o esperma, tá? Levar leitada. Leitinho… nunca ouviu falar? — ri da minha própria piada.

Silêncio do outro lado. Eu só sabia que a ligação não tinha caído porque o fundo seguia barulhento, gente rindo, música alta.

— …Você engoliu mesmo? — veio baixinho, curiosa.

— Tudo. Mostrei a língua pra ele. — falei seca, orgulhosa.

— Meu Deus, Kika. — ela riu, incrédula — Tá… então faz o seguinte: termina de se arrumar, passa em casa, pega roupa, diz pra mãe que vai dormir aqui por causa do tal do… LoL. — ela fez uma pausa — Ah! E fala que está muito divertido aqui e que estamos fazendo somente coisas saudáveis!

— Eu sei que você não acreditou. — provoquei.

— Vai se ferrar. — ela riu de novo — Me avisa quando sair. Te espero no portão. E, Kika…

— Hm?

— Obrigada, viu? — soltou num tom meio debochado, meio sincero.

Eu desliguei na cara dela. Tinha coisa melhor pra fazer do que ficar conversando com a minha irmã. Deixei o celular no volume máximo, caso precisasse, e fui pro banheiro. Ouvi a porta destrancar e encontrei ele no corredor, saindo.

Quando me viu, abriu aquele sorriso. Sempre ficava feliz quando me via. Peladão, pau pendurado, me abraçou forte, abraço bom, daqueles que parecem não acabar.

— O que a gente vai fazer enquanto seu pau não quer trabalhar? — provoquei.

— Hmmm… — fingiu pensar — Posso te retribuir com alguma coisa.

Puxou minha mão e me levou pro quarto. Fui rindo, serelepe, apertando de leve a bunda branca dele no caminho.

— Você vai me chupar? — perguntei adiantando o assunto, me enroscando por trás, os seios roçando na pele dele.

— Sim. Você quer?

Ele me puxou pra frente e deu um empurrão gostoso. Caí rindo na cama.

— Hmmm… — nem sei o que pensei, mas saiu alto a resposta que era óbvia— Quero!

A gente começou a se ajeitar, jogando colchas e travesseiros pro lado. Aí uma coisa gritou na cabeça e escapou pela boca, como sempre.

— Ei, vai ter dedinho?

— Como assim “dedinho”? Colocar o dedo enquanto eu chupo? — ele me olhou curioso.

Eu sou simples, mas às vezes ele acha que eu falo em código.

— Sim. Sem dedo eu não gozo — falei de cara limpa.

— Mas isso é meio básico, não é? Todo mundo deveria saber.

— É. Mas o último não sabia. Chupava gostosinho, me deixou no quase e nada. Sem dedo, definitivamente, a coisa não vai.