Capítulo 13

No corredor, assim que o Bruno fechou a porta atrás de mim, eu vi algo que mudaria a minha vida pra sempre. Amigas, eu juro: Deus sempre dá uma mãozinha pras jovens indefesas que estão no cio. Isso é verdade.

Pensa num cara de uns vinte e cinco anos, bem mais velho que o Jonas, com pinta de garoto de praia. Todo lindinho, cabelo bagunçado de sol, pele bronzeada, sorriso fácil. Daquele tipo que você bate o olho e já sabe: tem namorada padrão, capa de Instagram, provavelmente até carro top.

Então. Era esse daí mesmo que você pensou.

Eu ia pegar as escadas, mas quando o vi ali, encostado no corrimão, até chamei o elevador só pra poder ter a desculpa de olhar mais um pouco pra ele. O peito largo marcado por uma camiseta simples, as mãos grandes segurando o celular, o jeito tranquilo de quem não tem pressa nenhuma.

E pra minha felicidade, ele não só percebeu como veio falar comigo.

— Oi, tudo bem? Você mora aqui? — perguntou, com aquele sorriso leve, educado, mas com os olhos cravados em mim.

Meu coração disparou, e por dentro só pensei:
“Pronto. É agora. O universo me entregou esse homem no corredor.”

— Oiiiii! — soltei, com aquele tom de mulher desesperada que até me fez rir por dentro. — Moro sim.

Ele sorriu. Tinha um jeito calmo, educado.

— Então, me mudei pra cá ontem, e queria saber… aqui tem dia do lixo?

E eu, como a idiota aplicada que sou, dei uma aula completa sobre coleta seletiva, dias de coleta, importância da reciclagem. Tudo num tom formal e sério, como se estivesse num seminário da escola. Ele me ouvia com atenção, o que só me deixava mais nervosa.

— Ahn, obrigado. — ele riu. — Tô batendo cabeça com o apartamento ainda. Não achei o registro da pia, e precisava trocar a torneira urgente.

— Quer que eu mostre? — falei sem pensar. — Eu não sei trocar uma torneira, mas se o seu apartamento for igual ao meu, deve ser no mesmo lugar.

— Sério? Você se importa?

— Claro que não. — respondi, sorrindo.

E fomos pro apartamento dele.

O lugar tinha móveis, tudo já montado, mas ainda meio encaixotado, com sacolas largadas em cantos diferentes. Fomos até a cozinha e eu mostrei onde ficava o danado do registro da água. Escondido, claro, obra de português.

Nisso, o interfone tocou. Ele atendeu, rápido.

— É a pizza. — falou, desligando. — Pedi uma pizza, você não quer ficar e comer comigo?

Querer, eu queria. Pegaria ele fácil, sem pensar duas vezes. Mas a consciência cutucava: “nem conheço o cara direito, entrar assim na casa dele, comer pizza do nada…”

— Poxa, nada a ver. Nem te conheço. — tentei recusar, mas fraca, quase me arrependendo na mesma hora.

Ele respondeu de um jeito que me matou:

— Se o motivo for esse, eu tô ferrado. Você é a primeira pessoa que eu converso nesse prédio até agora!

E me olhou como quem pedia, de verdade, que eu ficasse.

“Pronto. O universo quer que eu fique.”

E eu fiquei.

A gente sentou e comeu a pizza juntos. Ele não tinha pedido nada pra beber e, do nada, colocou na mesa uma garrafa de vinho do porto. Eu nunca tinha provado aquilo. Era docinho, encorpado, diferente. E eu amei.

Se ele soubesse a minha idade, talvez nem tivesse me oferecido. Ou talvez tivesse, porque… safado daquele jeito, devia saber. Eu ali, pousando de espertalhona, fingindo maturidade, mas no fundo não enganava ninguém.

O papo foi rolando solto. Ele falava da vida, contou que tinha sido chamado pra uma empresa, que o apartamento ainda tava vazio porque dividiria com um amigo que só chegaria semanas depois. Eu ouvia, perguntava, ria. Não sei se era o vinho me soltando ou a presença dele que deixava tudo mais leve, mas por um tempo eu até esqueci que tinha descido do meu apartamento praticamente no cio.

Só que, claro, o vinho bateu. Eu não tinha costume de beber. E com cada gole, minha língua ficava mais solta. Falava pelos cotovelos, me atropelando em histórias, e ele me ouvia paciente, com aquele sorriso de canto que me deixava vermelha.

Até que ele inclinou o corpo pra frente, os olhos presos nos meus, e soltou:

— Mas, Kika… me conta… você namora?

Ri nervosa, quase engasguei no gole.

— Eu? Quem me dera! Ninguém me quer. Eu sou um desastre! — falei, rindo alto, meio debochada, mas com aquele fundo de insegurança.

— Não fala isso… — ele respondeu sério, os olhos descendo rápido pros meus lábios antes de voltar pro meu rosto.

— Mas é verdade. — insisti, mordendo o canto da boca.

Ele respirou fundo, sorriu pequeno e disse baixo:

— Eu acho você bonita. Eu ficaria com você… se você me desse mole.

O ar saiu dos meus pulmões. O coração batia como um tambor.

— Ficaria? — perguntei, a voz falhando, surpresa e provocadora ao mesmo tempo.

“Ô meu Jesus…”

E o homem se esticou pro meu lado e me deu um beijo.

Primeiro veio o calor da boca dele, firme, úmida, com aquele gosto inconfundível de vinho. Depois, a respiração alcóolica, misturada com o cheiro de pizza recém-comida. Eu achei aquilo engraçado — e estava achando tudo engraçado naquela noite. Mas quando fechei os olhos, deixei de pensar. Meu corpo ficou mole, o mundo foi se apagando, distante, e eu só derretia, aérea, entregue ao toque da boca dele.

A mão dele veio no meu rosto, acariciando devagar. Pesada, quente, firme. Cada vez que os dedos dele deslizavam, eu sentia um formigamento bom, que descia do rosto até a barriga, me deixando leve e pesada ao mesmo tempo. Juro, eu poderia dormir daquele jeito, nos braços dele, e nunca mais acordar.

Mas a consciência ainda dava sinal. “Vai embora. Esse homem é estranho. Ele vai querer te comer. Você tá dentro da casa dele. É perigoso.”

A razão gritava, mas a vontade era mais alta. “Eu queria dar. Queria agora. E ele era lindo. Lindo de morrer.”

Ele me puxou pro colo dele, com força, e eu fui. Montei sem pensar, sentindo a pressão da coxa dele contra minha buceta. O corpo dele era quente, sólido, maior que o meu em tudo.

A mão pesada subiu pela minha barriga, lenta, quase arrastando, até meu peito, e eu estremeci. Quando deslizou pro meu pescoço, meio que apertando, firme, quase um domínio, eu quase delirei. Meu corpo reagiu antes da minha cabeça: gemi baixinho contra a boca dele, enroscando as mãos nos ombros largos, sem coragem de soltar.

“Meu Deus… eu vou dar pra esse homem aqui e agora.”

O local onde ele estava sentado era uma banquetinha de cozinha, dessas altas, sem encosto. O beijo ficou apertado, nossos corpos colados, o barulho molhado das bocas se chocando era ensurdecedor. As línguas se enroscavam e brigavam, quentes, aceleradas, e eu sentia minha respiração ser sugada junto com a dele.

De repente, num movimento brusco, ele enfiou as mãos pelas laterais da minha saia. Forte, decidido. Em um só golpe, puxou o tecido até a cintura, me deixando praticamente semi nua diante dele. O choque me fez arfar alto, mas o tesão não deixou espaço pra vergonha.

O ar frio da cozinha bateu direto entre minhas pernas, contrastando com o calor que queimava ali embaixo. Eu tremi, mas não recuei.

Me levantei num impulso, o coração disparado, e me acomodei de novo, agora de frente pra ele, montada sobre o colo. Senti o volume duro dele pressionar contra mim, através da calça, me arrancando um gemido baixo. Os olhos dele me devoravam. As mãos, ainda firmes na barra da saia, agora subiam pela minha coxa nua, como se quisessem me explorar inteira.

“Fudeu… esse vai me comer bem pra caralho.”

Ele apertou minhas bundas com força, firme, como se quisesse me moldar na palma da mão. E já procurava o meio, os dedos avançando, pressionando a fenda por cima da calcinha. Eu me sentia encharcada, só então me dei conta do quanto estava molhada.

No meio da confusão, percebi que a outra mão já estava no meu peito, me apertando por baixo da blusa. Eu não tinha notado antes — tudo acontecia rápido demais, como se meu corpo não desse conta de acompanhar.

A boca dele desceu pelo meu pescoço, pelo colo, voraz. Não era carinho, era devoração. Cada sugada forte fazia minha pele arder e arrepiar, como se minha alma irrompesse pra fora pelos poros. Eu gemia alto, perdida, a cabeça jogada pra trás. O corpo dele me prensava, e eu me esfregava instintivamente contra o volume duro embaixo. O atrito era intenso, desesperado. Minhas coxas se abriam sem que eu mandasse, procurando mais, querendo sentir ele inteiro.

As mãos dele me possuíam como se fossem donas de mim — uma esmagando a bunda, puxando, abrindo, a outra espremendo meu peito com força, amassando. Eu não sabia onde começava a dor e onde acabava o prazer, só sabia que o choque das sensações me deixava mais mole, mais entregue, mais viciada.

“Eu quero chupar esse porra…”