Capítulo 8

Ele ia gozar, eu sabia disso. Dava pra sentir no jeito como ele ficava mais intenso, no ritmo acelerado da respiração, no pau latejando forte na minha boca. Eu estava orgulhosa, pensando que tinha conseguido levar ele até lá.

Mas, de repente, ele me fez parar. Segurou minha cabeça, tirou o pau da minha boca e eu larguei, surpresa. Ele se inclinou para trás, segurou o próprio saco e o esticou pra baixo, com uma cara de profunda agonia, como se estivesse tentando segurar uma bomba prestes a explodir. A cena foi quase engraçada.

— O que foi? — perguntei assustada, achando que tinha feito alguma besteira.

Ele respirou fundo, ainda suado, e respondeu entrecortado:

— Eu vou gozar se você continuar.

— Goza, ué… não é sobre isso? — falei inocente, sem entender muito bem.

Ele balançou a cabeça, rindo rouco.

— Não agora… quero outra coisa antes. Tá?

Eu engoli seco, o coração disparado.

— Tá… — respondi quase num sussurro.

Era isso. Era agora. Eu ia perder o cabaço.

Na hora, uma ideia boba me atravessou: e o meia nove? Eu era doida pra experimentar, tinha essa fantasia desde sempre. Mas nem tive tempo de abrir a boca pra sugerir.

Ele me puxou com força, me jogando de costas na cama. Abriu minhas pernas de um jeito decidido, firme, que me deixou até com medo de falar qualquer coisa. Eu fiquei ali, deitada, vulnerável, olhando pra cima, sabendo que não tinha mais volta.

Ele não apressava. Pincelava de novo, esfregando na minha boceta, provocando, me deixando implorar só com os gemidos. Eu mordia o lábio, o corpo inteiro trancado, sentindo que a qualquer segundo ele ia finalmente me abrir.

— Relaxa, você tem que relaxar pra não doer — ele disse baixo.

— Cala a boca, filho da puta, mete logo isso! — a frase escapou da minha boca sem filtro, nem palavrão eu falava.

— Eita — ele riu, surpreso.

E veio.

Ele se ajeitou, posicionou a cabeça bem na entrada, firme, e pressionou.

O que eu senti não dá pra explicar de forma simples. Foi um choque, um peso quente forçando passagem, um preenchimento tão grande que eu me perdi. Eu senti o todo me inundando. Era como se meu corpo fosse pequeno demais pra aquilo, e ao mesmo tempo como se eu estivesse me afogando dentro de um mundo novo inteiro. E nada disso era sobre o tamanho.

A cabecinha abriu caminho devagar, rasgando minha resistência, e o calor espalhou pelas minhas pernas, pela barriga, pela espinha inteira. Meu sexo se contraiu forte em volta dele, pulsando, apertando, e eu gemi alto, arqueando. A sensação era de estar inteira, tomada, como se finalmente algo tivesse completado o que sempre faltava.

— Entrou? — minha voz saiu fraca, quase um soluço.

Ele respirou fundo, suado, apoiado sobre mim:

— Não… calma… só a cabeça.

— Só a cabeça? Mentira… — eu mal consegui terminar a frase.

Então ele empurrou mais. Devagar, firme, afundando. Centímetro por centímetro, eu sentia cada parte entrar, abrindo, alargando, preenchendo. A cada avanço eu suspirava mais alto, às vezes gemia de dor, às vezes de prazer, tudo misturado. E então, quando ele se acomodou por cima de mim, apoiado, talvez o pau inteiro encaixado dentro, eu não era mais a mesma. A sensação era avassaladora: o corpo esticado, quente, pulsando, como se eu tivesse sido tomada por dentro e por fora.

Meu coração disparava, minha boceta latejava em volta dele, apertando, como se não quisesse soltar nunca. Eu sabia: se ele se mexesse mais uma vez, só mais uma, eu ia gozar ali mesmo.

— Diz que entrou… — pedi ofegante, minhas unhas cravando nos ombros dele, quase arranhando, ameaçando riscar a brancura da pele caso ele ousasse se mover um centímetro. — Não se mexe…

E a sensação era confusa. Não era dor, não era aquela coisa de partir ao meio que eu tanto tinha ouvido falar. Era mais como um ardor. Na entrada parecia áspero, como se tivesse areia esfregando, raspando a pele sensível a cada pequeno movimento. O desconforto estava ali, mas não era insuportável.

Na minha cabeça, hoje eu sei: eu provavelmente não estava tão estimulada quanto poderia estar. Talvez se ele tivesse me dedado antes, preparado melhor, tivesse “descolado” as coisas, o corpo teria recebido de outro jeito. Mas naquele momento, a Kika do passado não pensava nisso. Só sentia e ia. Talvez fosse só a virgindade, um resquício de hímen, talvez só o corpo aprendendo a abrir espaço. O fato é que não era dor de verdade, era só um incômodo, como se o corpo quisesse dizer: “calma, tô me ajustando.”

E junto desse incômodo vinha o oposto: o prazer absurdo de estar sendo preenchida por inteiro. O contraste era enlouquecedor. Meu sexo pulsava forte em volta do pau dele, apertando, e mesmo sem ele se mover, eu já estava à beira de um orgasmo. Era simples: se ele desse duas bombadas bem dadas, duas enfiadas firmes, eu gozava. Eu sabia disso. Estava ali, pronta, arqueando, gemendo, mordendo os lábios para não implorar.

Eu tava ali, deitada com um homem bufando, suado, em cima de mim. O peso dele, o calor da pele, o cheiro… tudo misturado me fazia pensar: meu Deus, que coisa maravilhosa é estar dando. E ele ainda estava parado. Achei que fosse de propósito, que ele estivesse esperando eu me acostumar com a coisa dele dentro de mim.

De boba, resolvi me ajeitar. Abri mais as pernas, como se fosse abraçá-lo com elas, tentando mostrar que eu queria, que tava pronta.

Foi quando ouvi um:

— Não…

— Não? — perguntei, confusa, parada.

E aí senti. O pau dele, dentro de mim, começou a pulsar. Forte. O corpo dele tremeu sobre o meu, os músculos ficaram tensos, e de repente veio aquela sensação estranha, nova, inconfundível: algo quente escorrendo dentro de mim. Não era pouco — era muito, uma onda quente, preenchendo, descendo.

— Você… gozou? — soltei quase sem acreditar.

Ele ainda tentou se mexer, empurrar, mas a sensação boa que eu tinha sentido até ali se perdeu rápido. O calor do gozo logo virou uma coisa estranha, escorregadia demais, e o pouco que ele ainda se moveu foi desajeitado, sem ritmo, torto.

E se aquilo era “meter”… bom, ele metia de um jeito muito ruim.

Eu não sabia muito bem o que fazer naquela hora. O rapaz tinha acabado de queimar a largada. Enfiado em mim, ele ficou me beijando meio sem graça, tentando disfarçar, enquanto eu sentia lá dentro o pau dele diminuindo, murchando devagar e ocupando cada vez menos espaço. Ainda era gostoso a sensação de estar cheia, mas já não era a mesma coisa — parecia que o fogo dele tinha simplesmente se apagado.

Eu fiquei ali, deitada, esperando pra ver qual ia ser o próximo movimento.

— Nossa, desculpa… é que você é muito gostosa, não consegui me segurar… — ele falou, ainda ofegante.

Foi a primeira vez da minha vida que ouvi a clássica desculpa de homem que goza rápido. Eu ia ouvir muitas vezes depois, mas ali, naquele momento, soou até engraçado.

Quando ele tirou o pau de dentro, eu pensei mentalmente: “ué… já acabou?” O corpo perguntava sozinho: “ele não vai nem querer continuar? Nem perguntar se eu queria mais?”

O que veio depois foi outra novidade. Eu senti um rio quente descendo de dentro de mim, escorrendo pelas coxas, molhando a cama. Sem controle nenhum. Uma sensação estranha, escorregadia, mas que me fez rir sozinha, boba, abobalhada, mesmo sem ter gozado.

— Quer ir no banheiro, Kika? — ele perguntou, como quem dava uma dica.

— Quero? Quero! Quero sim… — respondi rápido, mas mais pelo jeito que ele perguntou do que por vontade de ir.

A pergunta soou como uma indicação, quase uma ordem: vai lá, se ajeita. Levantei com cuidado, a mão pressionada entre as pernas pra não pingar pelo caminho. Na minha cabeça, era engraçado: eu ia até o banheiro só pra “esvaziar os filhos dele no vaso” e depois voltaria pra um segundo round, claro.

No espelho, percebi o corpo novo. A perereca ardia na entrada, sensível, como se tivesse sido lixada, doía ao toque mas era uma dor suportável. Entre os dedos, no líquido quente que escorria, vi o sêmen dele misturado com algo rosado. Pouca coisa, quase nada. Se saiu sangue, foi só um resquício.

E lá estava eu, feliz da vida, rindo sozinha, pensando: pronto, não sou mais cabaça.

Quando voltei do banheiro, ainda ajeitando a calcinha no lugar, ele já estava em pé, vestido de novo. A ficha caiu: aquilo significava que tudo tinha acabado. Não ia ter segundo round, não ia ter mais nada.

Ele veio até mim, me deu um beijo rápido, quase protocolar. E foi nesse beijo que eu só quis me vestir também. Na minha cabeça ecoava: “ah, agora eu entendo porque mulher reclama tanto… era isso. O cara gozou e não tá nem aí pra mim. Poxa, ele tinha se mostrado tão atencioso até agora.”

Gentilmente, sem grosseria, eu estava sendo expulsa da casa dele. Hora de ir embora.

Me vesti em silêncio, ainda meio perdida, pensando em tudo que tinha acabado de acontecer. A coisa toda tinha sido uma loucura insana, intensa, mas no fim… não durou nem quarenta minutos.

Ele me levou até a porta, mais seco, mais distante. Um beijo leve de despedida e pronto, como se tivesse cumprido uma formalidade.

Eu saí, desci o elevador e fui embora. Caminhei com um sorriso bobo no rosto, em paz, mas também com aquela sensação estranha: eu tinha dado pela primeira vez e não tinha gozado.